CHARLESTO, Carolina do Sul — Uma florista foi fundamental para a prisão de Dylann Roof, o atirador de 21 anos que matou nove pessoas em uma igreja de comunidade negra em Charleston na quarta-feira, e está sendo aclamada como herói. Deborah Dills estava atrasada a caminho do trabalho e ficou atenta ao ver um veículo que batia com as descrições dadas pela polícia sobre o carro do suspeito do massacre.
O jovem foi detido em Shelby, na Carolina do Norte, a cerca de 400 quilômetros do local do massacre. A polícia conseguiu encontrá-lo após receber informações de uma mulher, que teria visto o carro de Roof.
Deborah contou que estava dirigindo pela estrada na quinta-feira de manhã quando avistou um veículo escuro com placas de Carolina do Sul, semelhante ao descrito pela polícia.
— Eu pensei: oh não, Debbie, você está sendo paranoica. Não está acontecendo isso. O que ele estaria fazendo aqui? — contou Deborah, em uma entrevista.
Sem saber o que fazer, ela ligou para Todd Frady, o dono da floricultura, que insistiu para a mulher seguir o carro, enquanto ele acionava a polícia. Deborah, por fim, conseguiu ler a placa do carro para Frady, que transmitiu a informação às forças de segurança. Pouco depois, o jovem foi capturado, sem oferecer resistência.
— É ele — disse Frady a Deborah. — É ele.
Antes de iniciar os disparos na quarta-feira à noite, o jovem havia passado uma hora com os fiéis dentro Igreja Emanuel, uma das mais emblemáticas do país e forte símbolo da história da comunidade negra no sul dos Estados Unidos.
O horror do crime e o simbolismo do local onde foi cometido marcaram profundamente o tom do pronunciamento do presidente Barack Obama, que expressou tristeza e revolta. Obama criticou o acesso fácil a armas de fogo e reconheceu que crimes como esse não acontecem com a mesma frequência em outros países desenvolvidos.