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Mentiras, ameaças e morte. Relembre o caso do menino Bernardo Boldrini

A descoberta do suicídio forjado de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo Boldrini, - ela supostamente cometeu suicídio em 2010 - é mais um capítulo desse caso que envolve maus tratos, assassinatos e ciúmes.

Bernardo Boldrini tinha 11 anos, era órfão por parte de mãe e vivia com o pai, o médico Leandro Boldrini e a madrasta, Graciele Ugulini, em Três Passos, no Rio Grande do Sul. Em abril de 2014 ele foi dado como desaparecido pelos responsáveis. O pai comunicou aos policiais que o filho havia ido dormir na casa de um amigo na sexta-feira (4), mas quando chegou ao local no domingo (6), descobriu que o garoto nem havia chegado lá.

Entretanto, a história não passava de uma mentira, já que no início da tarde do dia 4 de abril, a madrasta foi multada pela polícia por excesso de velocidade. Ela estava dirigindo entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho, cerca de 50 km de Três Passos. Bernardo estava tranquilamente no banco de trás e a motorista aparentava tranquilidade, de acordo com depoimento de um policial rodoviário.

Uma semana depois, na segunda-feira, dia 14 de abril de 2014, o corpo de Bernardo Boldrini foi encontrado em Frederico Westphalen, cerca de 80 km de Três Passos. A perícia inicial indicou que a causa da morte foi uma 'injeção letal'. A delegada que investigava o caso pediu a imediata prisão dos pais do garoto, juntamente com a assistente social Edelvânia Wirganovicz, que auxiliou o crime e mostrou a cova onde o corpo foi enterrado à polícia.

O exame toxicológico revelou a presença do medicamento Midazolam no corpo da criança. A substância é usada por médicos anestesistas. Notas fiscais e receitas médicas apontaram que o pai da vítima receitou o remédio, que foi comprado pela madrasta.

Mais de 100 pessoas foram ouvidas em depoimento que confirmaram o descaso do casal com Bernardo Boldrini. A criança atrapalharia a relação do casal, que tinha um bebê. Constantes brigas aconteceriam na casa da família e a criança seria constantemente ameaçada de morte.

O garoto gostava de dormir na casa de amigos, não gostava de ficar em casa. Tinha dificuldades de aprendizado e escolhia como tema dos trabalhos escolares a família de amigos e até a secretária da clínica do pai. Em casa, ele eram proibido de usar a piscina, de brincar com a irmã mais nova, de mencionar a mãe falecida. Não tinha janta, nem levava lanche para a escola. Ainda em 2014 chegou a pedir ao juiz para mudar de família.

Vídeos revelariam gritos da criança e frases de ameaça da madrasta. "Vamos ver quem vai primeiro para debaixo da terra", disse Graciele em uma gravação. Um vídeo publicado no site Youtube mostra uma das brigas da família, em que Bernardo ameaça o pai com um facão.

O garoto gostava de dormir na casa de amigos, não gostava de ficar em casa. Tinha dificuldades de aprendizado e escolhia como tema dos trabalhos escolares a família de amigos e até a secretária da clínica do pai. Em casa, ele eram proibido de usar a piscina, de brincar com a irmã mais nova, de mencionar a mãe falecida. Não tinha janta, nem levava lanche para a escola. Ainda em 2014 chegou a pedir ao juiz para mudar de família.

O três suspeitos foram indicados por homicídio e ocultação de cadáver no dia 13 de maio de 2014. Graciele Ugulini, a madrasta da vítima, está na Penitenciária Feminina do Guaíba em uma cela individual. O irmã da assistente social, Evandro Wirganovic, também foi indiciado e preso pelo crime alguns dias depois. Ele teria sido o responsável por abrir a cova do garoto. Seu carro foi visto um dia antes do crime na região onde o corpo de Bernardo foi encontrado.

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