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Delegado Waldir: ensino pelo exemplo

O deputado federal Delegado Waldir (PSDB) protocolou na Secretaria Geral da Câmara um expediente em que dispensa formalmente o auxílio-moradia que o Parlamento reembolsa a congressistas. Além desse valor, ele dispensou também o apartamento funcional que teria direito e pagará do próprio bolso a hospedagem durante os dias que ficar em Brasília. “Precisamos dar exemplo de não utilizar o que consideramos errado e no caso do auxílio-moradia eu o vejo como uma imoralidade”, frisou.

Dono de um patrimônio eleitoral que a maioria dos políticos de Goiás ainda não despertou para sua importância, ele quer ser um divisor de águas na representação que o Estado sempre apresentou ao País. Seus mais de 274.000 votos foram suficientes para garantir sua eleição e a de mais dois outros deputados que vieram na rabeira da coligação: Thiago Peixoto (PSD) e Fábio Souza (PSDB). Mesmo assim, Waldir prefere não encarnar a figura do fenômeno eleitoral e prega uma postura de austeridade e trabalho incessante para honrar seus eleitores.

Em visita ao Diário da Manhã, ele falou da medida com a qual pretende ser exemplo para outros parlamentares e de seus sonhos para bem representar Goiás no Congresso Nacional. Como o auxílio-moradia se concretizou como decisão judicial que concedeu a membros do Ministério Público e da magistratura em isonomia com o Congresso, o deputado falou de sua disposição para apresentar uma medida legislativa que acabe com o privilégio e de outros que ele considera igualmente ilegais.

DM – O senhor dispensou o auxílio-moradia e outros benefícios formalmente?


Delegado Waldir – Sim, o auxílio-moradia, o auxílio-cônjuge – também chamado bolsa-patroa – e até o apartamento funcional que a Câmara disponibiliza para deputados em Brasília. Vou pagar com meus vencimentos o hotel onde me hospedo. Eu já havia me posicionado nas redes sociais como facebook e twitter contra esse benefício para juízes e promotores, além de deputados e senadores. Então eu não poderia agir diferente do que eu falo.

DM – O senhor defende o fim desse privilégio para membros do MP e da magistratura também?


Delegado Waldir – Sim, para todos, porque considero isto uma imoralidade, bem como bolsa-estudo, auxílio-alimentação e auxílio-paletó. Pretendo apresentar uma medida legislativa que acabe definitivamente com isto para todas essas carreiras. Entendo que já existe um teto salarial para ser cumprido e que contempla tudo isto, o que torna ilegal e imoral esses benefícios. Qualquer vantagem que recebam acima do salário acho no mínimo uma imoralidade muito grande que precisa ser extinta urgentemente a bem do serviço público e como exemplo de austeridade e respeito para com o dinheiro público. Precisamos dar o exemplo de moralidade para a população brasileira.

DM – Esses recursos podem ser canalizados para onde?


Delegado Waldir – Simples, para quem realmente não tenha moradia, para quem não viva de modo digno, para o trabalhador brasileiro comum, que produz a riqueza dessa nação, não para quem já recebe um ótimo salário e ainda quer mais. São coisas assim, de concentração de privilégios em quem já tem demais que faz as grandes contradições no Brasil, como a prerrogativa de função para ser julgado, que também precisa acabar. A Constituição Federal fala que todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais e os outros, o que gera aberrações jurídicas e sociais muito grandes. Alguns tem sido tratados de forma diferenciada e contra esses privilégios eu me levanto de modo direto e contrário.

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