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COTIDIANO

Descaso com motoristas

Oníria Guimarães Especial para Cidades

A maior dificuldade para o escoamento da safra em Rio Verde, um dos campeões em produtividade de grãos no País, é a péssima condição das estradas e rodovias que cortam o município. O anel viário, que une as rodovias GO-174 e BR-060, um local de maior fluxo de caminhões, próximo a maior indústria instalada no município, está totalmente intransitável.
Os motoristas, que são obrigados a trafegar pelo local, se mobilizam e afirmam que se a Agetop, órgão do governo de Goiás, não tomar medidas urgentes para reparo da pista, eles pretendem realizar manifesto e fechar o trecho.
Nas rotatórias, o asfalto parece não existir: o que se vê são crateras imensas que obrigam os motoristas a transitarem numa média de 10 km de velocidade e ainda enfrentar o risco de ficar atolado ou causar danos aos seus veículos, principalmente em caminhões pesados. No entanto, o local não é transitado apenas por caminhões com cargas pesadas, mas todo tipo de veículo, desde motocicletas, carros de passeios, mais de cem ônibus por dia, que fazem o transporte de funcionários das indústrias e outros que não têm como fugir do trecho de acesso ao setor industrial e à zona urbana da cidade.
Com as chuvas, o barro e as poças de água tornam o trajeto ainda mais complicado, impedindo que os motoristas vejam a profundidade dos buracos. O tráfego no local é complicado e, com os buracos, já aconteceram alguns incidentes que deixaram o trânsito tumultuado, como a queda de uma plataforma de uma colheitadeira que despencou de uma carreta e deixou o trânsito interditado por algumas horas e o tombamento de uma carreta sob o viaduto, sem falar no prejuízo dos motoristas com carros quebrados ou com peças danificadas ao passar pelo local.
Os caminhoneiros são os mais prejudicados devido ao tamanho e peso do veículo, passando sobre os buracos. Os caminhões chegam a encostar o para-choque no chão de tão profundas que são as crateras formadas na pista. Os motociclistas conseguem trafegar porque desviam dos buracos, mas, mesmo assim, reclamam que a situação da pista é crítica.
Este anel viário é rota diária do transporte de grãos, de animais produzidos em diversas granjas da região, de funcionários das indústrias instaladas no município e de máquinas agrícolas. É muito movimentado porque no local unem-se as duas pontas das rodovias GO-174 e BR-060 que dão acesso aos municípios de Montividiu e Jataí.

RECLAMAÇÕES
O presidente do Sindicato dos Caminheiros do Estado de Goiás (Sindicam), Vanderli Caetano, esteve no local, na última terça-feira (24), e ouviu as reclamações da categoria que está indignada com o descaso da Agetop. “Rio Verde é um dos municípios responsáveis por uma das maiores safras do País e ainda se vê abandonada pelo governo em relação às rodovias que cortam o município, principalmente as GOs. Estamos indignados com a situação deste anel viário e não é só hoje que este trecho está assim, todos os anos enfrentamos a mesma situação, desde que a obra foi concretizada. O que era para ser um sonho concretizado, está sendo, na verdade, um pesadelo”, afirmou o sindicalista.
Motoristas que vêm de outros Estados fazer entregas nas indústrias próximas ao anel viário ficam indignados com a situação. “Percorrendo mil e quinhentos quilômetros do Paraná até aqui. Este é o primeiro lugar que vejo deste tipo”, comentou o motorista paranaense Aldrei Zigger, fazendo chacota com a qualidade das estradas de Goiás.
Próximo ao local está uma placa do governo do Estado anunciando que o trecho será reconstruído e que o investimento custará aos cofres públicos cerca de R$ 42 milhões, mas não indica quando a obra será iniciada. “Nós, que viajamos longe, só ouvimos coisas boas de Rio Verde. Mas muitos não conhecem de perto problemas como este”, diz o motorista e empresário Waldenir Ferreiro.

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