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COTIDIANO

O voo da borboleta

REPORTAGEM: Rariana pinheiro

Artistas e leitores se unem para homenagear os 21 anos de história do Cinco de Março e os 35 anos de existência do Diário da Manhã. Nasce assim a “Coleção de Artes 56 Anos de Liberdade”, que poderá ser vista de maneira permanente na sede deste Jornal, marcando ainda o surgimento de um novo espaço físico dedicado à manifestação criativa, ao encontro e à reflexão. Acrescentando vigor e diversidade a esta homenagem, está sendo formada dia a dia uma corrente em que os 35 participantes da primeira fase do projeto da Coleção indicam 21 outros artistas que ainda não tenham sido citados pela imprensa goiana em geral, e que nem por isso deixam de fazer uma arte digna do nome. É, uma vez mais, um garimpo de pedras preciosas que este Jornal, na área das artes como do jornalismo, promove em nome da evolução que é fruto de uma criteriosa renovação. Testemunhamos aqui, de forma privilegiada, a arte que dá mão à arte, o olhar que acende uma luz, a liberdade que se soma à liberdade. Em meio a tantas possibilidades, o resultado é um só: assim se torna cada vez maior e mais forte a corrente que interliga o leitor aos novos tempos.

______________________________________________________________ PX Silveira

Nesta edição, o artista Valdir Ferreira nos apresenta Deni Vilela:

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Delicadas e inspiradoras, as borboletas estão sempre sobrevoando as criações de Deni Vilela. Este percurso gracioso foi o tema desta artista na primeira exposição em 1998. E, ainda, a acompanhará na próxima mostra que prepara para setembro. “Mesmo quando não estão aparentes, as borboletas estão lá. Seja em um cantinho escondidas, nunca as deixo de fora”, salienta.

Por isso, não é de se estranhar que, para celebrar a história do Diário da Manhã, Deni Vilela optasse em trazer consigo as donas de sua inspiração. Ao jornal, criou uma obra de encher os olhos – e aquecer o coração –, quando representou este veículo como um sapato feminino, carregado por seus constantes e coloridos insetos alados.

“São 56 borboletas para representar os anos vividos do veículo. Elas carregam o sapato, que representa esta caminhada constante em busca da liberdade”, explica. Outro detalhe emocionante da tela é que o salto do calçado é adornado por colagens de faces dos próprios funcionários e colaboradores, que foram retiradas das páginas deste jornal.

Mas as borboletas, além de darem mais lirismo à história deste veículo, também direcionaram Deni Vilela rumo à sua maior vocação. Foi justamente a primeira exposição, na qual desenhou os coloridos insetos, que chegou a aprovação artística que precisava. “Foi um sucesso, aí que pensei: vou continuar”, recorda.

O talento instintivo foi aos poucos polido com muito estudo e pela convivência próxima em ateliês de nomes como Vânia Ferro e Sáida Cunha. Hoje, embebida ainda pela arte expressionista e gosto pelas figuras humanas, cria livremente com tintas, lápis de cera ou aquarela. E, mais recentemente, tem sido o carvão sua grande preferência. Por meio dele, faz séries divertidas e figuras do imaginário popular, como na qual desenha As Três Maria. Mas usando as dádivas do expressionismo também revela sua alma.

“Nas obras tem desde minha gravidez à minha religiosidade. Algumas faço até um recado pessoal, como aquela ali, em que me lembro de falar menos e ouvir mais”, explica mostrando, sorrindo, uma obra de uma mulher com a boca tampada.

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