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Apostolado de resultados

Hélmiton Prateado Especial para Cidades

O padre Luiz Augusto é uma comprovação de resultados positivos da união da fé com as obras assistenciais que os cristãos tanto almejam. Ele consegue unificar os esforços de pregação religiosa com obras que minimizam o sofrimento humano e auferir resultados notáveis, que incomodam uma legião de quem tem a inveja como último recurso para justificar a inoperância.
Como titular da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia, ele é recordista na atração de fiéis para suas celebrações e os presentes às missas de domingo são contados às centenas e ultrapassam com facilidade a casa das 1.000 pessoas em uma única celebração. E não se trata de fiéis do mesmo setor onde está localizada a paróquia: a esmagadora maioria é de pessoas de Goiânia que buscam uma pregação diferenciada, um celebrante carismático e uma comunidade revigorada para praticar a fé. Todos esses ingredientes fazem parte da ação pastoral que o padre Luiz Augusto desenvolve há mais de 20 anos de sacerdócio.
O bairro, onde está a paróquia, teve a rotina alterada com a ida do padre para o local. Aliás, sua mudança para o local foi como que uma punição da Cúria Metropolitana, incomodada com a projeção do sacerdote junto à comunidade e com a popularidade de suas ações. Não satisfeito em somente fazer pregações e celebrar sacramentos na Paróquia o padre Luiz Augusto leva a fé e o que chama de “palavra consoladora” a inúmeros outros locais, a maioria bem distantes da base paroquial. “Precisamos levar a Palavra de Deus a todo mundo, como mandou Nosso Senhor e não esperar que eles procurem a Igreja. Afinal, salvar almas é ir ao encontro delas”, frisa ele. O sacerdote vai até famílias, doentes hospitalizados, mendigos e presidiários, com uma energia de fazer inveja a qualquer jovem pregador e com um discurso renovado a cada investida para não ser confundido com um repetidor de frases decoradas ou ensinamentos preconcebidos.
A pregação de Luiz Augusto é a de um padre, presbítero ou cura na melhor exemplificação, aplicando a Palavra de Deus contida principalmente no Novo Testamento, aliada à moral cristã e adaptada aos dias atuais. “Evangelizar é apresentar Jesus como senhor, como amigo, como nosso salvador, como aquele que é a verdade absoluta para nossa vida. Apresentar Jesus, como filho de Deus que nos acolhe, que é o caminho, a verdade e a vida em qualquer circunstância. Um Deus presente, um Deus sempre fiel, um Deus que nos ensina amar e partilhar. E o mais me atrai nessa prática de Jesus é o amor que Ele tem para com aqueles que não têm quem contar", explica ele.

Socorro
Com essa visão de levar uma palavra de vida e libertação a quem tem como última esperança o socorro Divino o padre Luiz Augusto renova suas esperanças e forças para driblar vícios humanos e fazer um apostolado recheado de sonhos e de vida também renovada. “A ganância, a vaidade o querer ser o próprio Deus. As pessoas querem poder, e para ter poder elas buscam o dinheiro. Disto são geradas as situações problemas que temos hoje como a prostituição e a pornografia. Uma pessoa não vale como pessoa, não sabe da sua dignidade, e o resultado de tudo isso, chama-se pecado. Jesus tem vida em abundância”, reafirma.
A continuidade do que se espera de um cristão comprometido é a obra assistencial que diminua o sofrimento de quem já está na base da pirâmide, sem ter com que contar. O padre Luiz Augusto tem um discurso firme e direto para com os fiéis que o seguem: "a fé sem obras é nula, como disse o apóstolo e é trabalhando para dar alegria e vida a nossos irmãos que nos aproximaremos do ideal cristão, porque o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé".
Dito isto a palavra se materializa com um trabalho assistencial notável e digno de louvor: a Casa Mateus 25 e a Casa de Nossos Pais são a prova material de que o discurso do padre Luiz Augusto alcança a visão dos olhos ao levar um pouco mais de vida e reduz o sofrimento de quem já não tinha mais com quem contar.
Foi o que aconteceu com o percusionista Júlio César, que durante décadas tocou e encantou na noite goianiense. Entregue à bebida por completo ele abandonou a família e foi viver na rua, passando da cerveja para a cachaça até ir encontrar um coma alcoólico e ser desenganado no Hospital das Clínicas com uma paralisia nos membros inferiores. Resgatado pela obra social do padre Luiz Augusto ele foi parar na Casa Mateus 25, uma das unidades assistidas pela comunidade comandada pelo sacerdote. “Hoje, estou liberto para dar testemunho do quanto o amor fraterno e a caridade salvam as pessoas, para dizer que a bebida e a vida mundana representam a morte e somente o amor entre irmãos nos faz renascer”, comenta Júlio César.
Ele e outros remanescentes de situações igualmente desgraçadas vivem na comunidade comandada e assistida pelos liderados pelo padre Luiz Augusto. Somente de Nutrison Soya, alimento especial para quem vive apenas na cama, são quatro latas por dia o que representa um gasto de R$ 7 mil por mês, que a comunidade arca com doações arrecadadas e nenhum auxílio oficial. Além disso, precisam ser contabilizados salários de atendentes e enfermeiros, alimentação e fraldas que todos necessitam.
A outra comunidade, conhecida como Casa dos Nossos Pais é um oásis para indivíduos da terceira idade com um limite inexistente, principalmente no amor dedicado a eles. A vedete é Orozina de Oliveira, a dona Lola, nascida em 1909 em Morrinhos. Aos 105 anos, ela recebe todos com um sorriso e da mesma forma se despede pedindo que volte sempre.
O padre Luiz Augusto celebra a missa toda semana nas duas casas e confere tudo o que é dedicado aos seus protegidos. Daniele de Faria é uma das voluntárias que coordena os trabalhos na Casa dos Nossos Pais. “Moro aqui perto e fiz daqui o meu apostolado. Dar um pouco de alegria a cada dia para essas pessoas é gratificante e me faz acreditar que o amor vence todas as dificuldades.
A manutenção do trabalho na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, na Casa Mateus 25 e na Casa dos Nossos Pais depende de poucas pessoas para continuar sob o comando do padre Luiz Augusto. Mas a continuidade do apostolado de um ser como esse sacerdote depende de quem acredita na força da palavra vivificadora e não deixa que essa chama se apague. Porque se trata de um indivíduo que faz de sua vida uma oblação, que se renova a cada dia em um “sal na terra” e em “luz no mundo”, para fazer a diferença.

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