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Deputado na mira do tráfico

Hélmiton Prateado Especial para Cidades

O deputado estadual Paulo Cézar Martins (PMDB) esteve ontem no Tribunal de Justiça de Goiás e se reuniu com o presidente, desembargador Leobino Valente Chaves. Ele foi pedir auxílio para conter a escalada de violência que tomou conta de Quirinópolis, cidade do Sudoeste de Goiás e sua principal base eleitoral. Paulo Cézar estava acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Helio de Sousa, e de outros deputados que foram lhe prestar solidariedade.

Na noite da última sexta-feira, Paulo Cézar foi vítima de uma tentativa de homicídio e o veículo que ele dirigia foi alvejado com pelo menos quatro disparos de arma de fogo. O deputado estava ao volante do SUV Toyota SW4 quando um Gol emparelhou com ele e foram disparados os tiros. Um dos disparos atingiu o pneu do veículo, o que obrigou o deputado a parar. Um sargento da Polícia Militar que faz a segurança do deputado revidou os disparos e atingiu o veículo dos agressores sem saber se algum tiro atingiu alguém no interior.

Passado o susto, o deputado noticiou o fato e contou que já estava sofrendo ameaças há vários meses e tudo indica que o fato seja ligado à escalada da violência na cidade por causa do tráfico de drogas. Paulo Cézar contou ao presidente do TJ-GO que quando promoveu uma audiência pública na cidade para discutir o grande número de homicídios e o vertiginoso aumento de tráfico de drogas em Quirinópolis, ele recebeu recados para que não fizesse a audiência.

“Só durante o período em que uma força-tarefa da Polícia Militar, com apoio da Polícia Civil, para acelerar as investigações houve um breve tempo de paz em Quirinópolis”, contou o deputado. Após a saída da força-tarefa, a falta de efetivo policial na cidade agravou a situação e hoje a cidade é servida por somente duas viaturas para o patrulhamento. Paulo Cézar revelou que o comandante da unidade da PM na cidade, um major, fica somente no quartel e todos têm medo de sair às ruas, tamanha é a insegurança que tomou conta de Quirinópolis.

Medo

O próprio deputado revela que teve medo de morrer no dia quando viu as balas alvejando seu carro muito perto dele. “Quem é que não tem medo diante de uma situação daquelas. Foi tiro pra todo lado no meu carro e eu fiquei desesperado”, conta.

O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa (DEM), encaminhou expediente para o presidente do TJ, Leobino Valente, pedindo em nome do Legislativo que sejam tomadas medidas para aplicar a Justiça com mais celeridade e punir os responsáveis pelos crimes em Quirinópolis. Acompanhado dos deputados Cláudio Meirelles, Marquinho Palmerston, Bruno Peixoto, Henrique Arantes e José Nelto, o presidente enfatizou a necessidade de o Poder do Estado se fazer presente com mais vigor na cidade para impedir que o crime triunfe.

“É importante que os poderes se unam mais uma vez para punir o crime que é cometido contra a sociedade. Pedimos para o presidente do Tribunal de Justiça a união de esforços para evitar que episódios dessa natureza se repitam”, explicou o presidente.

O desembargador Leobino Valente Chaves explicou que em situações singulares, onde haja dificuldade para exercer a atividade judicante, o Judiciário pode utilizar de uma ferramenta para aplicar a lei e punir criminosos com mais celeridade. A possibilidade de haver envolvimento efetivo de crime organizado enseja uma ação mais rígida da Justiça para conter a escalada da violência. Trata-se da figura do “juiz sem rosto”, em que um colegiado de magistrados é indicado especialmente para agir no local onde se faça necessário o combate a esse crime organizado. Um esforço concentrado para instruir e julgar processos de crimes mais pesados e emblemáticos desafoga o foro do local e manda os bandidos para a cadeia, inibindo a prática de novos crimes. Esse expediente já foi utilizado em outras vezes em Goiás, principalmente em Anápolis, e poderá ser usado outras vezes que se fizer necessário.

Outra medida anunciada pelos deputados é o pedido para que o efetivo da Polícia Militar seja reforçado com mais policiais e viaturas para combater o crime na cidade.

O mesmo deputado que sofreu o atentado revelou que se nada for feito com urgência muita gente ainda poderá ser assassinada em Quirinópolis.

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