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COTIDIANO

Deputado sofre atentado após ameaças

Thalys Alcântara Da editoria de Cidades

O deputado estadual Paulo Cézar Martins (PMDB) sofreu uma tentativa de assassinato, na noite de sexta-feira (10). Ele dirigia uma SW4 da Assembleia Legislativa (Alego) na rodovia GO-206 a caminho de Gouvelândia, onde é dono de uma chácara. Um carro Golf começou a persegui-lo e os ocupantes do veículo efetuaram disparos. O policial, que acompanhava o deputado, respondeu a ameaça com tiros e conseguiu se afastar do automóvel. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Quirinópolis.

Paulo Cézar vem realizando audiências públicas em Quirinópolis para discutir o aumento da violência no município. Em fevereiro, foi organizada uma marcha pela paz até a Câmara Municipal que reuniu centenas de pessoas. A cidade de mais de 43 mil habitantes teve 32 assassinatos no ano passado, 38 em 2013 e até fevereiro deste ano foram 16 casos. São 67,12 óbitos por 100 mil habitantes (em 2013), enquanto que a média nacional foi de 26,99 no mesmo ano. Uma força-tarefa com cinco delegados e mais agentes policiais investiga os crimes.

O envolvimento do deputado com a causa teria despertado o descontentamento de grupos criminosos. “Esse atentado tem respeito com os crimes que vem acontecendo em Quirinópolis”, suspeita Ronnie Cézar, irmão do político. “Ele passou a receber ameaças por telefone. Mandaram ele não entrar nessa área, que não tinha respeito a ele”, explicou. Os telefonemas aconteceram cerca de dois meses atrás. Paulo Cézar pediu proteção da Alego, que designou um segurança armado para protegê-lo.

SITUAÇÃO

Era cerca de 22h quando o deputado voltava de um evento em Quirinópolis em direção a sua chácara em Gouvelândia, cerca de 35 km de distância, onde ele passaria à noite. Nos primeiros quilômetros da GO-206, um carro Golf emparelhou com a SW4 de Paulo Cézar e tiros foram disparados contra o automóvel, que teve o pneu furado. O policial, que fazia a segurança do deputado, revidou os tiros, acertando o veículo que escapou. Até o fechamento dessa edição, não havia informações sobre os ocupantes do Golf.

O deputado passou o dia dando depoimento na Delegacia da Polícia Civil de Quirinópolis, que investiga o caso através do delegado Tommaso Leonardi. Apesar das suspeitas, ainda não existe nenhuma prova que ligue as ameaças com o atentado. A Secretaria de Segurança Pública delegou a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) para auxiliar na investigação.

Outros

Casos de violência e ameaça contra políticos goianos já faz parte dos noticiários. Alguns casos podem ter relação com os embates da vida política, outros são resultados da violência cotidiana já vivida pela população comum:

Em setembro de 2014, o deputado estadual Hélio Soares (PMDB) sofreu uma tentativa de assalto em São Luiz no Maranhão. Duas motos seguiram o carro do político, um Volkswagen Fox. O motorista percebeu a perseguição e tentou fugir. Entretanto os motoqueiros atiraram contra o veículo deixando três marcas de bala na lataria.

Na madrugada de 21 de abril de 2012, a filha do deputado estadual Luiz Carlos do Carmo (PMDB) foi morta com um tiro próxima a uma distribuidora de bebidas. Os autores do homicídio foram condenados a mais de 20 anos de prisão por latrocínio e roubo seguido de morte. No mesmo ano, na tarde de 29 de outubro, o segurança de Luiz Carlos matou um homem que teria tentado roubar o carro do deputado.

O atual presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Cleudes Baré (PSDB), sofreu um atentado quando era prefeito de Bom Jardim em julho de 2012. Ele saía de sua chácara com a mulher e uma funcionária quando foi baleado no ombro esquerdo por um homem armado com uma espingarda. Na época, houve suspeita de crime político, mas as investigações apontaram que a causa foi uma desavença pessoal do prefeito.

A tentativa de assassinato do vereador, então da oposição, Wedney Miranda (PMDB) em janeiro de 2010 no município de Minaçu, causou alvoroço no cenário político local. O pistoleiro confundiu a vítima e matou o dono de uma lanchonete da cidade. O motorista do prefeito da época Cícero Romão (PSD), depôs que esteve em um carro com homens que combinaram a tentativa de assassinato, mas negou a participação do prefeito. Wedney ficou como suplente nas eleições de 2012.

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