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Educação Ferida: a repercussão do confronto entre policiais e professores no Paraná

Na tarde de ontem ocorreu um episódio triste para a segurança e a Educação no País. Policiais e professores entraram em um confronto durante manifestação realizada em frente à Assembléia Legislativa do Paraná. O protesto foi promovido pela categoria dos servidores estaduais, que não concorda com projeto de lei que prevê mudanças no Fundo Previdenciário dos trabalhadores dos órgãos públicos do estado.

Com o confronto, 170 pessoas ficaram feridas, informa a Agência Brasil, que teve como fontes a prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Paraná. Já o G1 aponta que 213 manifestantes e mais 20 policiais ficaram feridos. Aproximadamente 45 pessoas teriam sido encaminhadas aos hospitais de Curitiba para receberem atendimento médico.

O Sindicato dos Professores do Paraná se manifestou contra o confronto e declarou classificar a ação como 'truculenta'. Em entrevista à Agência Brasil, Luiz Fernando Rodrigues, que faz parte da direção do sindicato, contou como a confusão se iniciou. “Quando nós anunciamos que o governo não havia aceitado tirar o projeto, houve uma revolta muito grande, e [os manifestantes] tentaram avançar sobre a cerca. Imediatamente, o Batalhão de Choque, a mando do secretário [de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini] veio com todo seu armamento para cima das pessoas”, afirmou.

Luiz Fernando diz considerar que ocorreu abuso de poder durante a tentativa dos policiais de conter os servidores. “A ação foi contra os educadores que estavam na praça. Foi abuso da PM. Jogaram bombas de gás, spray de pimenta,
jatos de água contra os trabalhadores. A polícia não parou de jogar bomba na gente mesmo depois de uma hora. Foi
uma barbárie o que aconteceu hoje em praça pública”, pontuou.

O ex-presidente Lula também se manifestou por meio de nota em relação ao caso. Ele classificou o episódio como 'inadimissível' e lembrou que a manifestação é um direito dos trabalhadores. "Solidarizo-me com os professores do Paraná, que foram agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do estado. Temos visto a atuação da polícia na garantia da segurança de manifestações que têm acontecido no país, mas esse direito deve ser garantido a todos. É inadmissível que o direito de manifestação seja restringido a qualquer pessoa, principalmente àqueles que trabalham pela educação de nossos jovens e o futuro do país", declarou.

O governador do Paraná, Beto Richa, diz acreditar que o confronto ocorreu porque os policiais foram provocados por militantes black blocks, que foram classificados por ele como 'arruaceiros e baderneiros'. Segundo o governador, os militantes estariam infiltrados no ato organizado pelos servidores. “A polícia estava lá por determinação do Poder Judiciário para proteger a sede do Poder Legislativo, uma instituição democrática que não pode ser afrontada no seu direito”, declarou.

Sobre as mudanças no Plano Paraná Previdência, Richa diz que os servidores puderam acompanhar a elaboração. "O projeto foi construído em parceria com os servidores, de forma cautelosa e criteriosa, com estudos atuariais de técnicos independentes e da Parana Previdência", declarou.

O governador diz acreditar que o projeto quando for colocado em prática pode se tornar destaque e ser adotado por outros estados. “O fundo de previdência dos servidores públicos paranaenses será referência nacional por sua solidez e sua sustentabilidade”, pontuou.

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