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Endocrinologistas: o que eles podem fazer por sua saúde?

Cristiano Martins Da editoria de Cidades

Oendocrinologista é o médico que cuida dos transtornos das glândulas endócrinas, órgãos que secretam substâncias no sangue, conhecidas como hormônios. A Endocrinologia visa reconhecer e tratar os problemas com esses hormônios, ajudando a restabelecer o equilíbrio do organismo. O campo de atuação do endocrinologista é extremamente vasto, visto que os hormônios regulam praticamente todas as funções orgânicas, e portanto as alterações hormonais podem provocar diversas doenças, envolvendo o organismo como um todo.

Para se tornar um especialista em Endocrinologia, o candidato deverá ser formado em Medicina e ter dois anos de residência na especialidade ou cinco anos de trabalho comprovado, além de ser aprovado em concurso anual para receber o título de especialista promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

u Obesidade

A obesidade é o excesso de gordura no corpo. Ela pode ser medida pelo Índice de Massa Corporal (IMC) dividindo-se o peso (Kg) pela altura ao quadrado (m²). As pessoas que apresentam valores acima de 30 são considerados como obesos, o que significa que o excesso de gordura no corpo está representando um grande risco para a saúde. A gordura concentrada no abdômen é a mais prejudicial, e está fortemente associada ao desenvolvimento de aumento do açúcar no sangue (diabetes), aumento da pressão arterial, aumento do colesterol no sangue, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral, entre outras. O diagnóstico da causa da obesidade e o tratamento orientado pelo especialista diminuem seus riscos e complicações.

u Diabetes

O diabetes mellitus é o excesso de açúcar (glicose) no sangue. A insulina é um hormônio produzido em um órgão que fica dentro da barriga, conhecido como pâncreas, e deve levar a glicose do sangue para dentro das células. O diabetes é causado pela ausência ou mau funcionamento da insulina. Se a glicose ficar continuamente alta no sangue, pode se acumular nos olhos, nervos, rins e vasos, provocando cegueira, dores nas pernas, perda do funcionamento do rim, aumento do risco de infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral e amputação dos pés. Quem está com açúcar alto no sangue pode sentir muita sede, urinar muito, perder ou ganhar peso de forma inexplicável, visão embaçada, tonteira e cansaço. Mas cuidado, muitas vezes quem tem diabetes não apresenta nenhuma queixa. Por isto, fique atento se você apresenta excesso de peso, tem pessoas na família com diabetes, não pratica atividade física, tem o estilo de vida estressante ou já teve diabetes quando grávida, pois aumentam muito o risco de desenvolver a doença. Se você apresenta algum desses fatores de risco, sintomas ou elevações do açúcar nos exames de sangue, você pode estar ou ficar diabético! Procure um endocrinologista, especialista no assunto, para orientá-lo.

u Tireoide

A tireoide é uma glândula localizada no pescoço abaixo do “pombo-de-adão” (gogó). Ela produz hormônios – o T3 e o T4 – que funcionam como um “combustível” fundamental para o bom funcionamento de todos os órgãos. A diminuição dos hormônios da tireoide é chamado de hipotireoidismo, e o aumento de hipertireoidismo. A tireoide também pode apresentar nódulos, que devem ser avaliados cuidadosamente pelo endocrinologista. Sintomas como aumento do volume do pescoço, queda excessiva de cabelos, alterações no padrão da menstruação, nervosismo, insônia ou sonolência, alterações no ritmo intestinal, coração acelerado ou desacelerado, perda ou ganho de peso, rouquidão, fraqueza muscular, cãibras, dificuldade de subir escadas, rosto e olhos inchados, excesso de frio ou de calor, podem revelar distúrbios

u Crescimento

Uma criança saudável tem um crescimento normal. O crescimento deficiente ou excessivo pode significar distúrbios genéticos, metabólicos, nutricionais ou hormonais. O endocrinologista deve fazer a devida investigação e orientá-lo quanto ao melhor tratamento.

u Colesterol e triglicerídeos

A alimentação inadequada, o excesso de peso, a falta de exercício e algumas doenças genéticas e metabólicas podem levar ao aumento do colesterol e triglicerídeos em adultos e crianças. O tratamento e a orientação adequados previnem futuras complicações cardiovasculares (como o infarto agudo do miocárdio, o derrame cerebral e a amputação de pernas).

u Distúrbios da menstruação

Diversos problemas hormonais se expressam com mudanças do ciclo menstrual. A falta de menstruação ou menstruação excessiva e abundante, ou mais de uma vez no mês, necessitam de investigação e tratamento adequado.

u Distúrbios da

puberdade

Crianças que desenvolvem as características sexuais mais cedo, como crescimento das mamas, aparecimento de pelos pubianos e axilares e odor axilar, apresentam distúrbios hormonais e necessitam de uma avaliação quanto a origem do problema. Os adolescentes que não desenvolvem essas características, ou as desenvolvem muito tarde, também necessitam de uma avaliação do especialista.

u Menopausa

A diminuição e/ou parada de funcionamento dos ovários, assim como a sua retirada, leva a uma série de sinais e sintomas da menopausa que podem comprometer a qualidade de vida e a saúde da mulher. Ondas de calor excessivas, ganho de peso, ressecamento vaginal, incontinência urinária, diminuição da memória, dores nas costas e nas juntas, cabelos secos e quebradiços, ressecamento da pele, unhas frágeis, aumento do risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral, osteoporose e fraturas ósseas. A reposição hormonal, com hormônios sexuais femininos, pode amenizar os sintomas, o desconforto, e os riscos causados pela menopausa.  A avaliação do especialista é importante para avaliar quem pode, quem deve e que tipo de tratamento (hormonal ou não) cada mulher deve ter.

u Osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo

A osteoporose é caracterizada pelo enfraquecimento e piora da qualidade do osso. Portanto, pode ser a causa de fraturas, provocando dores, diminuindo a altura e causando dependência para comer, se alimentar, se lavar. Acomete mais os idosos, principalmente as mulheres na menopausa, pessoas magras, que não fazem atividade física, que fumam e abusam de álcool. Alguns remédios (como corticoide e anticonvulsivantes), insuficiência renal, dieta pobre em cálcio e imobilização prolongada aceleram esse processo. Outras doenças ósseas são causadas por problemas hormonais, como problemas do hormônio da paratireóide (hiperparatireoidismo e hipoparatireoidismo) e falta de vitamina D (raquitismo e osteomalacia) É importante uma avaliação cuidadosa com um endocrinologista, para indicar o tratamento mais adequado das diversas alterações do metabolismo ósseo.

u Ginecomastia ou crescimento excessivo das mamas

O desenvolvimento de uma ou das duas mamas pode acontecer de forma esperada em algumas etapas da vida, porém podem não regredir ou significar algum problema ou variação hormonal.

u Excesso de pêlos e/ou acne (espinhas)

Mulheres com excesso de pêlos em localizações não habituais, como na face, nas costas, no peito ou no abdômen (hirsutismo); muita acne; aumento da musculatura; excesso de estrias grossas e violáceas pelo corpo, podem estar com produção excessiva de hormônios masculinos.

u Doenças da hipófise

A hipófise é uma glândula localizada no cérebro, que produz vários tipos de hormônios que coordenam e regulam as diversas outras glândulas espalhadas pelo organismo As pessoas com problemas na hipófise pode ter produção de leite pelas mamas (fora do período da amamentação), mudanças no rosto, aumento do número do sapato, dores de cabeça e distúrbios da visão. O paciente pode se queixar também, de  um cansaço excessivo, sensação de falta de energia, mudanças de humor e irritabilidade, diminuição da vontade de ter relações sexuais, dificuldade de ter ereção e alterações no peso. Uma avaliação hormonal e hipofisária adequada diagnostica o problema para o adequado tratamento.

u Doenças da glândula suprarrenal

Existem vários hormônios que são produzidos pelas glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima e em contato com os rins. Alterações no seu funcionamento podem estar associadas ao ganho de peso, estrias grossas e avermelhadas, pêlos excessivos, pressão alta ou baixa, puberdade precoce, baixa estatura, parada ou atraso de crescimento na criança, escurecimento da pele, entre outros.

u Andropausa

É a diminuição da produção dos hormônios masculinos (testosterona) quando o homem envelhece. Diferentemente da mulher, essa diminuição não ocorre abruptamente, mas os sintomas podem progressivamente aparecer, comprometendo sua qualidade de vida, como: cansaço, falta de energia, diminuição dos músculos e da força muscular, osteoporose, falta de interesse por relação sexual, dificuldade de ereção, depressão, diminuição da memória e bem estar. Muitas vezes, necessitam da ajuda do especialista para fazer reposição deste hormônio.

Em todos os casos citados é importante que, identificados os sintomas, seja consultado um endocrinologista. Para saber se o médico é endocrinologista, associado à SBEM é só acessar o site www.endocrino.org.br/associados/busca-medicos/.

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