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Jornalista preso ao assistir ação da GCM de Aparecida

Jornalista Átila Giovani Lima Freitas foi detido e algemado enquanto observava abordagem da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Aparecida de Goiânia. O caso ocorreu, na tarde de domingo (12), em frente ao Buriti Shopping, na Avenida Rio Verde, em Aparecida. O jornalista conta que andava pela calçada do centro comercial, em direção ao seu veículo, quando a guarda interpelou e teria impedido a entrada de um jovem no shopping. “Achei estranha a atitude e fiquei próximo dali olhando o desenrolar da ação.”

O profissional acrescenta que a guarda fazia um trabalho de conscientização na porta do shopping sobre ações de rolezinhos. Átila ainda disse que local estava cheio de jovens. “Por isso, achei algo inusitado eles (guardas) impedirem o direito de ir e vir do rapaz. Logo depois, fui questionado se conhecia o jovem, se era amigo ou parente dele. Respondi não! Daí, um dos guardas pediu minha identidade e eu perguntei por que teria que me identificar. Disseram que eu estava sendo abordado também e, aí, voltei a questionar sobre suspeita qual crime eu estava sendo abordado”, contou.

Átila disse que diante dos questionamentos, a GCM chegou a ameaçar um tratamento truculento. Já com medo de uma ação violenta e para não sofrer mais constrangimento, o jornalista foi obrigado a se identificar. “Apresentei minha identidade a eles. Informei ser um profissional de imprensa, onde trabalho, e que eu estava em um logradouro público e que não atrapalhei, em momento algum, o trabalho deles. Nem me ouviram direito e acabei algemado de mãos para trás e jogado dentro do porta-malas da viatura”, afirma.

A Guarda

De acordo com o comandante Santana, responsável pela 1ª Regional da GCM de Aparecida, os guardas teriam detido o jornalista por suposto “desacato de autoridade, ter atrapalhado o serviço da instituição e resistência à prisão”, relato negado po Átila. Contudo, Santana defende seus trabalhadores: “Somos transparentes em nossas ações. Desenvolvemos um trabalho sério. Não aplicamos o uso da força em ocasiões desnecessárias. Além disso, nosso trabalho é muito bem aceito pela população”, informou.

Após a ação coercitiva e ser conduzido no porta-malas do veículo, o jornalista foi levado para o 4º Distrito Policial de Aparecida. O jovem, que estava sendo abordado, também foi encaminhado algemado na mesma viatura. Anteriormente, Átila Giovani disse que solicitou para fazer um telefonema, mas teve seu pedido negado. “Eu não precisava passar por essa humilhação, pois sou um pai de família, trabalhador, um cidadão de bem. Fui tratado como lixo no porta-malas daquele carro. Por algum tempo, tive medo do pior, sem saber para onde estavam realmente me levando. Não pude realizar uma ligação para meus familiares”, indigna.

Já na delegacia foi lavrado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o jornalista. Ele também teve que assinar um termo de compromisso de comparecimento, em breve, a um Juizado Especial Criminal de Aparecida de Goiânia. Após prestar esclarecimentos à polícia e ser liberado, Átila ainda teve que voltar para buscar seu carro na porta do shopping. “Pedi para ao menos levarem-me até o local, mas se recusaram diante da situação”, conta.

O jornalista, agora, pretende acionar a Justiça para pedir indenização por danos morais. “Ainda bem que o shopping tem várias câmeras de circuito externo. Ficará provado que nem cheguei próximo da tenda da guarda. Nem tão pouco, atrapalhei a ação da GCM”, garantiu.

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