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Morre mãe de assessor do governador

Renato Dias,Da editoria de Política&Justiça

De linhagem comunista e de vocação evangélica. Assim era Marina Rodrigues, nascida em 21 de setembro de 1921, e que morreu, ontem (24), aos 93 anos de idade, em Goiânia. Ela era mãe do assessor de imprensa do governador do Estado, Marconi Perillo [PSDB}, o jornalista Jayro Rodrigues da Silveira, ex-Diário da Manhã, e de Áurea Machado da Silveira Guerra.

De Uberaba, ela transferiu-se para o sudoeste goiano, Rio Verde, com a família. Na década de 1950, se mudou para Anápolis. Casada com Sadoc Machado, ingressou cedo nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A legenda da foice e do martelo foi fundada em 25 de março de 1922, no Rio de Janeiro (RJ), e virou a seção brasileira da Terceira Internacional (Komintern).

Marina Rodrigues separou-se de Sadoc Machado e teve que criar os filhos sozinha. O médico Henrique Fanstone, que seria tempos depois deputado federal pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), a convidou para trabalhar como cozinheira no tradicional Hospital Evangélico de Anápolis. Lá ela ficou por anos e anos, relata Jayro Rodrigues da Silveira.

Apesar de ser uma militante de base do Partidão, ela abrigou e teve convívio com Gregório Bezerra. O líder comunista de Pernambuco, torturado em praça pública após o golpe de estado civil e militar de 31 de março de 1964, era conhecido pelo seu codinome de clandestinidade: Estevão. A cozinheira conheceu também o Cavaleiro da Esperança, Luís Carlos Prestes, morto em 1990.

Mulher de fibra

O seu neto, Oara Rodrigues, advogado e historiador, conta ao Diário da Manhã que, certa vez, Henrique Fanstone, médico e deputado federal, afirmou a ela que os comunistas não mereciam nada melhor do que a cadeia. Sem titubear, Marina Machado disparou: “Não concordo, doutor! Ideias se combatem com ideias”. Sob forte comoção, ela foi enterrada ontem à tarde.

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