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Anna Clara precisa de transplante de medula

Divania Rodrigues,Da editoria de Cidades

Anna Clara é uma garota de oito anos – “alegre, brincalhona e carinhosa, mas um pouco patricinha”, considera a mãe sorrindo. Ludimilla Braga Teixeira, 26 anos, explica que a filha só fica uma pouco mais quietinha quando “amolece por causa dos remédios fortes” que toma para amenizar a doença contra a qual trava uma batalha desde muito cedo.

A menina tem leucemia desde os dois anos de idade. Aos cinco, os médicos consideraram que ela estava livre da doença. Mas ano passado veio a má notícia: Anna Clara começou a se sentir mal e o diagnóstico apontou, para tristeza dos pais, que o câncer tinha voltado.

Ludimilla guardou na memória a data da sentença médica – 23 de setembro. Ela estava grávida de um dos dois irmãos mais novos de Anna Clara e conta como se sentiu: “Fiquei muito revoltada e se passou um bom tempo até eu aceitar que tudo tinha voltado.”

Ludimilla, Anna Clara, o pai e os dois irmãos moram em Interlândia, a 20 quilômetros de Anápolis, mas a menina realiza o tratamento no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia. A mãe conta que a menina não se importa e até gosta de viajar tanto para a Capital quanto para Anápolis, onde mora sua avó. “Ela gosta de sair de casa, ir para a casa dos avós”, conta a mãe.

A mãe de Anna Clara revela que a família tem recebido muita ajuda, até mesmo para comprar remédios, e que ela está otimista: “Poucas vezes fica prostrada na cama, principalmente quando toma remédios fortes, mas no resto do tempo está animada”.

Transplante

Com a volta da doença outra notícia pegou a família de surpresa: ao longo do tratamento, a médica verificou que Anna Clara não estava respondendo bem à quimioterapia, motivo que a faz precisar de um transplante de medula óssea o quanto antes. Para fazer o transplante, Anna Clara precisa encontrar um doador.

Todos da família já realizaram o teste de compatibilidade, incluindo os dois irmãos menores da menina, mas ninguém pode ser seu doador. Como não há ninguém na família ou no banco de cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) compatível é preciso realizar testes para encontrar alguém disposto à doação.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número voluntários no Brasil tem aumentado nos últimos anos. De 12 mil inscritos em 2000, com 10% de transplantes realizados com doadores localizados no Redome, o Brasil chegou ao terceiro maior banco de dados do gênero no mundo com 3,5 milhões em 2014 e 70% de percentual de localização.

Teste

Para conseguir possíveis doadores, os familiares estão fazendo uma campanha por meio das redes sociais. Zilma Alves Teixeira, tia de Anna Clara, conta que durante a campanha conseguiram que o Hemocentro fizesse uma força tarefa para realizar testes de compatibilidade em Anápolis. “Não há restrições. Qualquer pessoa pode fazer o teste, de 18 a 55 anos, todos podem ser doadores”, conta.

As pessoas que querem ser doadoras de medula para Anna Clara podem se encaminhar para os pontos de realização de testes, a partir de amanhã até quarta-feira. Como Anna Clara, outras crianças e adultos também esperam encontrar um doador e mesmo que não seja compatível com a menina, você pode se cadastrar no Redome e ajudar outra pessoa a se curar.

SAIBA MAIS

Locais para realizar o teste:

  • Anápolis


Segunda-feira (04/05) das 9h às 17h no Anashopping - Avenida Universitária, nº 2.221, Vila Santa Izabel;

Terça-feira (05/05) das 9h às 22h na Faculdade Anhanguera de Anápolis - Avenida Universitária, Centro;

Quarta-feira (06/05) das 9h às 17h, no Jaiara Shopping - Avenida Universitária, Vila Jaiara.

  • Goiânia


Na Capital, quem deseja ser doador pode procurar o Hemocentro de Goiás, de 2ª a 6ª feira das 7h30 às 18h, na Avenida Anhanguera, nº 5.195, Setor Coimbra.

Perguntas e respostas sobre transplante de medula óssea

  • O que é medula óssea?


É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.

  • O que é transplante de medula óssea?


É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue. Consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

  • Como é o transplante para o doador?


Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.

  • Quais os riscos para o doador?


Os riscos são poucos e relacionados a um procedimento que necessita de anestesia, sendo retirada do doador a quantidade de medula óssea necessária (menos de 15%). Dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório. Os sintomas que podem ocorrer após a doação - dor local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça, em geral - são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos. O transplante é um procedimento seguro e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

  • O que é compatibilidade?


Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6, que devem ser iguais entre doador e receptor.

  • O que fazer quando não há um doador compatível?


Quando não há um doador aparentado (geralmente um irmão ou parente próximo, geralmente um dos pais), a solução para o transplante de medula é fazer uma busca nos registros de doadores voluntários, tanto no REDOME como nos do exterior.

Importante: um doador de medula óssea deve manter seu cadastro sempre atualizado. Caso haja alguma mudança de informação, preencha este formulário.

(INCA)

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