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Governo anuncia criação de 10 novas orquestras sinfônicas

Tom Carlos

Podem falar o que quiserem sobre política e governantes, mas o governador Marconi Perillo é um dos que mais se aproximam dos antigos mecenas e que realmente se encantavam com a produção cultural de seu tempo. Apesar das dificuldades inerentes à escassez de recursos e crescentes necessidades da máquina pública, o administrador sonha com os artistas. E a prova disso aconteceu na noite de segunda-feira, no Teatro Goiânia.

Durante apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem (OSJ) de Goiás para representantes do governo e da Enel Brasil, empresa proprietária da Endesa Brasil, operadora da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, um repertório eclético tomou conta do Teatro Goiânia.

Acordes, arpejos, prelúdios, semifusas. Cada um dos tijolos musicais observados emocionaram o gestor a ponto de ele anunciar a criação de dez orquestras sinfônicas em municípios goianos, nos mesmos moldes da OSJ.

Os alunos do Projeto Sinfonia do Amanhã (PSA) chamaram o governador várias vezes no palco para realizarem ‘selfs’. Emocionado pelo contato com os jovens e mediado pela expressão da arte, o governador foi inusitado e anunciou a democratização das sinfonias: “Vale a pena investir na cultura erudita. Investir nas crianças mais simples. Elas precisam de oportunidades. Talentos, elas têm. Nós vimos aqui, hoje, uma noite mágica. Vamos procurar levar essas orquestras para outros cantos de Goiás para que a população possa perceber o que nós estamos fazendo aqui, em parceria com a iniciativa privada, com os professores, maestros”, disse Marconi.

Os jovens sob o comando do maestro Eliel Ferreira apresentaram uma tendência estética de meados do século passado que opta pela mistura de formas musicais. Ou seja, a formação rígida da orquestra não se reproduz na escolha de repertórios. Ao contrário, os jovens mostraram ecletismo, apenas pesando a mão em arranjos mais complexos para melodias simples, como “Asa Branca” (Luiz Gonzaga) ou “Samba Lelê” – standard do repertório folclórico nacional.

Outros hits nacionais foram apresentados para agradar o público ainda pouco acostumado com as novidades sinfônicas. Por isso, “Garota de Ipanema” (Tom Jobim) e “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso) fizeram mais felizes os presentes, que conseguiram dialogar com as formas melódicas populares.

J.S BACH

Mas a orquestra entrou em terrenos mais áridos, caso da interpretação de um dos trechos da “Paixão segundo São João”, obra-prima do renascentista J.S. Bach. A apresentação teve um caráter mais intimo com os convidados quando os jovens tocaram a música “Gangnam Style”, do coreano Psy.

Marconi foi picado pela emoção musical e fez questão de lembrar que a música que ali ecoava e ricocheteava pelas paredes do Teatro Goiânia surgiu por meio de um processo de gestão pública: “Foi uma noite especialíssima, emocionante. Tenho muito orgulho de ter estimulado essas orquestras, criado a Orquestra Jovem, Orquestra Filarmônica, de ver essas crianças, jovens, apresentando músicas eruditas aqui em Goiás, no Brasil e no mundo”, disse.

Parceria pública e privada democratiza acesso ao ensino de música clássica

Financiado pela Enel Brasil, com apoio do governo de Goiás e das prefeituras de Cachoeira Dourada e de Itumbiara, o Projeto Sinfonia do Amanhã é gerido pela Associação dos Amigos da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Crianças e jovens de até 18 anos têm aulas de violino, viola clássica, violoncelo, contrabaixo, violão, flauta-doce, coral e instrumentos de metal. Atualmente, atende 100 crianças e jovens. Cinco desses alunos já se profissionalizaram e participam da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás.

Gerente de Sustentabilidade da Enel, Ana Paula Caporal, que coordena o Projeto Sinfonia do Amanhã, afirmou que o investimento em projetos artísticos é uma marca da empresa. De acordo com ela, um coral no Rio de Janeiro, uma orquestra e o grupo de Dança das Bailarinas de Cristo, no Ceará, estão entre os destaques dos investimentos.

Os alunos da Sinfonia do Amanhã já realizaram apresentações em importantes espaços, incluindo uma apresentação internacional, em Roma, para executivos da Enel. Outras apresentações marcantes foram no Teatro Municipal de Itumbiara-GO, no Teatro Basileu França, em Goiânia, no Teatro Popular em Niterói e no Palácio de Cristal, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

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