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Mãe leva filha para tomar vacina na perna, mas aplicação foi feita na barriga

Ludmilla Moreira Do Dmonline

Desde a última segunda-feira (27) Roberta Borges, de 33 anos, vem sofrendo um drama com sua filha Valentina, de apenas quatro meses de idade. O problema começou quando a mulher levou a bebê para tomar a segunda dose da vacina pentavalente, no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. A pentavalente faz parte das vacinas combinadas, com o objetivo de diminuir o número de injeções em um mesmo momento. Ela previne, sozinha, doenças como difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b (meningite, pneumonia e casos de infecção de ouvido).

Segundo afirma Roberta, a enfermeira aplicou a vacina na barriga da criança, sendo que o local correto é a lateral da coxa. Como achou estranha a aplicação na barriga, a mulher questionou a profissional sobre isso, e disse que recebeu a seguinte resposta: “Não se preocupe, mãe. Essa é uma nova técnica”. Três horas depois da vacina, a bebê começou a chorar bastante e a mãe percebeu que a criança estava com um grande caroço no local onde recebeu a vacina.

Imediatamente, a mulher levou a filha ao Pronto Atendimento Pediátrico do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), no Setor Oeste. Lá, o médico verificou o edema e pediu que a mãe voltasse com a criança ao Ciams do Setor Pedro Ludovico. Roberta afirma que ao chegar à unidade de saúde não foi atendida, pois os responsáveis pelo setor de vacinação não estavam na unidade. Após a tentativa frustrada, a mãe voltou ao Pronto Socorro com a filha, que foi medicada com um antibiótico e voltou para casa. Segundo a mãe, Valentina passou a noite com febre alta e sentindo bastante dor.

Na manhã seguinte (28), Roberta voltou ao Ciams para tentar conversar com o responsável pela unidade, Gleydson Ferreira de Melo, mas foi informada que ele não estava no local. Após uma hora, ele ligou para Roberta, que não recebeu muita atenção no momento. Porém, depois que ela enviou fotos da situação, Gleydson afirmou que não tinha autonomia para responder sobre o assunto e encaminhou o caso para Grécia Pessoni, coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Via crúcis

No período da tarde, a coordenadora foi à casa de Roberta com uma médica. A criança foi examinada e confirmou-se que a vacina foi aplicada no local errado. A mãe pediu um documento que comprovasse o erro e recebeu o mesmo por e-mail. O documento foi encaminhado à equipe do dm.com.br.

Anteriormente, o médico do Pronto Socorro Infantil já havia dito que seria importante a menina ser atendida por um infectologista e realizar uma ultrassonografia, para verificar como estava o edema por dentro. Após a confirmação do erro na aplicação, Roberta pediu que a filha fosse encaminhada ao profissional e fizesse o exame necessário.

O encaminhamento foi providenciado e a criança fez a ultrassom no Hospital e Maternidade Dona Íris, na Vila Redenção. Na quinta-feira (30), Valentina foi atendida por uma infectologista, no Hospital das Clínicas. A profissional informou que o caroço pode ser absorvido pelo corpo, mas que isso pode demandar algum tempo. Também disse que há o risco de infecção e que, caso isso aconteça, a menina precisará passar por uma cirurgia de emergência. Por conta desse risco, a mãe saiu do hospital com um encaminhamento nas mãos.

“Isso pode acontecer com qualquer outra criança”

Roberta Borges quer saber quais medidas serão tomadas quanto à conduta da enfermeira, ressaltando que isso pode acontecer com outras crianças. “Quero chamar atenção dos pais que levam seus filhos pra vacinar, que não deixem de imunizar seus filhos, mas fiquem atentos à aplicação e que conteste se necessário, pois nossos filhos estão à mercê de profissionais sem gabarito. E agora, como confiar nas próximas vacinas?”, desabafou.
A mãe ainda fica com uma dúvida quanto ao edema que surgiu na criança: “E se o caroço não sumir, o que será feito pela minha filha?”.
Desde ontem (05) a equipe do dm.com.br tenta contato com os responsáveis pelo acompanhamento do caso, mas ainda não obteve resposta. As várias tentativas foram feitas pelos telefones da Secretaria Municipal de Saúde e pelo número 8204****. O jornal se disponibiliza a receber o posicionamento da SMS sobre o assunto.

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