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Trabalhador leva soco de PM durante protesto

Uma manifestação de estudantes e funcionários da Universidade de São Paulo (USP) terminou, ontem, em confronto com a Polícia Militar. O ato, coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), vinculado à Central Sindical CPS-Conlutas, fez parte do Dia Nacional de Paralisação, protestos organizados pelas centrais sindicais contra o ajuste fiscal e projeto de lei que trata da regulamentação dos trabalhadores terceirizados no País. Uma pessoa foi presa e houve feridos.

Depois de uma concentração, no cruzamento da Rua Alvarenga com a Afrânio Peixoto, na zona sudoeste, os manifestantes tentaram bloquear o acesso à Rodovia Raposo Tavares, no sentido interior-capital. Houve intervenção da Polícia Militar, que, segundo o Sintusp, usou bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

O estudante de Ciências Sociais Carlos Alberto dos Santos, de 27 anos, ferido na cabeça, foi detido no 34º Distrito Policial (DP). O diretor do Sintusp, Magno de Carvalho, informou que pelo menos dez pessoas ficaram feridas. Esse número não foi confirmado pelo 34º DP, que registrou apenas um ferido.

Por meio de nota, o Sintusp argumentou que a “manifestação ocorria pacificamente, quando a força policial reprimiu o ato”. O comunicado revela que, entre os feridos, estavam duas mulheres e que uma delas recebeu socos no rosto, foi jogada no chão e pisoteada.

PUNIÇÃO

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) informou que o secretário Alexandre de Moraes determinou o afastamento de um dos policiais flagrado atirando da viatura. “O procedimento em questão foi totalmente irregular”, diz o comunicado, acrescentando que a conduta dos policiais será objeto de apuração.

Por meio da nota, a secretaria alegou que a PM está atuando nas várias manifestações para reduzir o impacto dos atos na rotina das pessoas e que, em especial, neste episódio foram usados “os meios necessários que o cruzamento não fosse fechado pelos manifestantes”.

Os atos das centrais sindicais ocorrem em protesto contra a regulamentação do Projeto de Lei 4.330/2004, que estabelece novos critérios para as atividades de terceirização no País.

Bancos fecham as portas na Avenida Paulista

Parte das agências bancárias da Avenida Paulista, região central da capital paulista, não abriram na manhã de ontem em protesto contra o projeto de lei que regulamenta as terceirizações. A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 22 de abril. “Os terceirizados bancários recebem salários 70% mais baixos que a média da categoria, com carga horária mais alta e sem a maioria dos direitos conquistados em muitos anos de luta”, disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Também na Avenida Paulista, militantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT) interromperam o trânsito em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contra as terceirizações e o ajuste fiscal proposto pelo governo federal. “Nós estamos tentando fazer há muito com que o Congresso Nacional tenha mais respeito pelos trabalhadores. O Projeto de Lei (PL) 4.330 não regulamenta a terceirização, ao contrário, precariza a terceirização. O Congresso Nacional não abre diálogo conosco”, destacou o secretário-geral da UGT, Canindé Pegado.

As mudanças para o acesso ao seguro-desemprego e abono salarial, que fazem parte do pacote de medidas de ajuste do governo, também foram criticadas por Pegado. “As pessoas ficam desempregadas e não têm como voltar ao mercado de trabalho em curto espaço de tempo”, disse o sindicalista.

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