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Justiça determina que os sem-terra deixem fazenda de senador em Goiás

Beto Silva,Da editoria de Cidades

Após ocupar novamente a fazenda do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), em contraposição ao governo federal por descumprir o que pactuou, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) terá prazo de 72 horas para deixar a propriedade.

O Tribunal de Justiça de Goiás ordenou ontem que os trabalhadores deixassem a fazenda do senador cearense. A propriedade está localizada na região do Entorno do Distrito Federal, uma das que mais sofreram com o processo de degradação ambiental e loteamento ilegal de reservas ambientais.

A fazenda ocupa terrenos em Corumbá e Alexânia, tendo cerca de 20 mil hectares. O grupo Agropecuária Santa Mônica, do senador, é quem coordena as ações produtivas na propriedade.

A juíza Célia Regina Lara, da comarca de Corumbá de Goiás, é quem assina o mandado de reintegração de posse. Os integrantes do MST afirmaram ao Diário da Manhã que ainda não foram notificados da decisão.

O grupo desocupou a fazenda de forma pacífica em fevereiro, quando acreditou na proposta do governo federal em conceder terras para que os trabalhadores pudessem produzir. Ana Duarte, uma das lideranças do movimento, informa que o movimento se reunirá nos próximos dias para saber qual será a reação do MST.

Em caso de não desocupação, a magistrada autoriza o uso da violência por conta da força policial. Na decisão, ela pede, todavia, que esta força seja utilizada “de forma proporcional e razoável”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) emitiu nota ontem à tarde e informou que a ocupação é uma resposta ao descumprimento dos acordos firmados. Na primeira ordem judicial de reintegração de posse, em março deste ano, ocorreu entendimento do fato, que teve projeção nacional por ter ocorrido em uma propriedade de político da base da presidente Dilma Rousseff.

INVESTIGAÇÃO

O MST questiona a ação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que se comprometeu a assentar 1,1 mil famílias em até 60 dias após os sem-terra deixarem a fazenda.

O MST pede, dentre outras ações, uma investigação mais detalhada da propriedade do senador. Os trabalhadores denunciaram junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que avalie a titularidade da terra. Conforme o movimento, existem “informações” de que parte da propriedade esteja em áreas públicas griladas.

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