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54% dos jovens até 19 anos concluíram ensino médio

Em 2013, 54,3% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos, idade considerada adequada, segundo o movimento da sociedade civil Todos Pela Educação. No ensino fundamental, 71,7% dos estudantes conseguiram se formar até os 16 anos. Porém, as metas intermediárias definidas pelo movimento para o ano de 2013 eram 63,7% e 84%, respectivamente

O movimento Todos Pela Educação divulgou o relatório De Olho nas Metas, publicado a cada dois anos a fim de acompanhar os indicadores educacionais do Brasil. Os resultados desta edição referem-se aos anos de 2013 e 2014.

São cinco metas monitoradas no documento: a permanência de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos na escola, a alfabetização até os 8 anos, o aprendizado adequado de acordo com o ano cursado, a conclusão do ensino médio 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido.

Até 2022, prazo estipulado pela entidade para atingir todas as metas, pelo menos 95% dos jovens brasileiros de 16 anos deveriam completar o ensino fundamental e 90% dos jovens de 19 anos deveriam concluir o ensino médio.

Segundo o movimento, os números apresentados no relatório mostram desafios que o país ainda precisa enfrentar na área de educação, como incluir aproximadamente 2,8 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na educação básica e garantir aprendizado adequado aos estudantes. Atualmente, só 9,3% dos estudantes do ensino médio apresentaram proficiência esperada em matemática, em 2013. No mesmo ano, 27,2% desses alunos tiveram o aprendizado esperado em português. Os valores estão também abaixo das metas intermediárias definidas pelo movimento Todos pela Educação para o ano – 28,3% e 39%, respectivamente.

Os estudantes do 5º ano do ensino fundamental apresentaram melhor desempenho na proficiência média dos alunos em 2013, o que foi atribuído ao acréscimo de um ano ao nível fundamental. “O estudo comprova que a expansão do ensino fundamental para nove anos, que na maioria dos municípios significou antecipar a entrada das crianças, foi um avanço importante e necessário para melhorar o desempenho escolar, especialmente dos que não tiveram acesso à educação infantil”, explicou Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do movimento Todos pela Educação.

EFEITO

Ela alerta, no entanto, que o efeito dessa medida irá se esgotar e, considerando os baixos níveis de proficiência que ainda persistem, outras políticas precisam ser garantidas para assegurar o direito à aprendizagem. “A partir de 2016, a pré-escola se torna obrigatória, antecipando a obrigatoriedade do ingresso das crianças na escola em dois anos. É preciso definir qual será a base curricular para essa etapa de tal forma que os anos adicionais de escolaridade se traduzam na melhoria da qualidade da educação”, acrescentou, em nota, o movimento.

O relatório mostra que, ainda em 2013, o investimento público direto em educação no Brasil foi 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados de investimento específico em educação básica estão no patamar de 4,7%, o que mostra uma tendência de crescimento desde 2000, quando o investimento era 3,2%.

Estudantes fazem ato em frente ao MEC contra atraso no pagamento de bolsa

Estudantes de licenciatura em educação do campo, da Universidade de Brasília (UnB), fizeram  ato em frente ao Ministério da Educação (MEC) cobrando a Bolsa Permanência, que está atrasada, no caso dos veteranos, e nunca chegou a ser paga aos novatos.

Os estudantes são moradores ou trabalhadores da área rural, que se preparam para ser professores do ensino fundamental e médio. Sem o auxílio, eles têm dificuldade para se manter no curso. Pelo Programa Bolsa Permanência, o MEC concede auxílio financeiro a estudantes matriculados em instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica e a estudantes indígenas e quilombolas.

O curso funciona em regime de alternância, ou seja, os estudantes passam dois meses no Distrito Federal, onde recebem a formação, e dois na comunidade onde moram para continuar os estudos e desenvolver atividades relacionadas ao aprendizado. Segundo os alunos, isso faz com que tenham que se dedicar integralmente aos estudos, não possibilitando outra fonte de renda.

QUILOMBOLA

Liomar Felix Vieira, de 37 anos, é um dos novos alunos. Ele está no DF há pouco mais de um mês e conta que até agora não recebeu a Bolsa Permanência. Como é descendente de quilombola, tem direito a R$ 900 por mês – o valor é pago a quilombolas e indígenas – e os outros estudantes recebem R$ 400."É difícil se manter em um lugar onde não se conhece ninguém e onde o custo é alto", disse. Vieira conta ter recebido R$ 750 para dois meses de alimentação. Ele retorna para Flores de Goiás (GO) no próximo dia 10. As aulas serão retomadas em 10 de agosto, segundo o estudante, e ele não sabe se terá condições de voltar se não receber a bolsa.

"O curso é muito importante, na roça, onde moro, não tem universidade. As pessoas terminam o segundo grau e voltam para a enxada", afirmou o estudante. "Lá precisamos de muitos professores, são mais de 20 assentamentos", acrescenta ele, que está se formando para dar aula no campo.

TURMA

Para os alunos antigos, a bolsa deveria ter sido paga no dia 20. "Este ano já atrasou várias vezes. Agora tem uma turma nova de 112 alunos, com mães de crianças pequenas. Até agora o pagamento deles não foi homologado", diz o estudante do 5º semestre Arnaldo Vieira da Costa, 34 anos. Ele mora em Formosa (GO) e é assentado pela reforma agrária. "Sem a (bolsa) permanência, fica difícil permanecer no curso. As pessoas vêm de longe, de vários lugares".

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