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COTIDIANO

Corrida para a vida

Kidia Lima e Maria Teresa

O governador Marconi Perillo inaugurou, ontem, o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), considerado a maior obra de saúde pública já construída na região Centro-Oeste.

Segundo o governador Marconi Perillo, a obra foi erguida em tempo recorde de 25 meses – entre junho de 2013 e julho de 2015. Desde ontem, 70% das atividades da unidade já estão em pleno funcionamento. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, assinou convênio com governo estadual para custeio da unidade. Prefeitos Maguito Vilela (Aparecida de Goiânia), Misael Oliveira (Senador Canedo) e Paulo Sérgio de Rezende (Hidrolândia), da Região Metropolitana da Capital, participaram da cerimônia.

“O governo federal, e essa foi uma clara determinação da presidenta Dilma Rousseff, não poderia deixar de participar deste esforço de melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS) aqui no Estado de Goiás. É um hospital muito bem construído, muito bem equipado, está sendo implantando com toda integração com as demais prefeituras e vai melhorar muito o atendimento, não apenas na cidade de Goiânia, mas em todo o Estado”, garantiu o ministro.

O governador Marconi Perillo, por sua vez, agradeceu a parceria do governo federal. “Mais do que a visita do ministro, ele traz a ajuda para o custeio do hospital. Uma ajuda muito importante para este ano, no valor de R$ 32 milhões, e já anunciou a coparticipação do governo federal a partir do ano que vem. Isso tudo nos impulsiona a avançar mais na viabilização de outros hospitais. Com essa ajuda dele, nós poderemos investir em outros hospitais, como o de Uruaçu, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas e Valparaíso. Além dos avanços em relação aos Ames e Credec”, disse Marconi.

A primeira paciente atendida ontem foi a lavradora Geracilda Rosa de Sousa, 53 anos. Acompanhada pelo marido Wildo Laureano da Cruz, ela chegou na unidade e foi atendida devido a um problema renal: estava com febre e sofria de fortes dores na região lombar.

Geracilda mora no Bairro Novo Mundo e já reclamava de dores na região lombar, há 15 anos. Ela foi levada pelo marido para São Miguel do Passa Quatro, onde moravam membros da família e, ao ser atendida, foi encaminhada para o Hospital São Domingos, na Capital, e ontem foi levada ao Hugol, onde foi diagnosticada por um clínico geral e um urologista. Ela está internada e aguarda a realização do procedimento cirúrgico.

Técnicos do Hugol e da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) confirmaram que já estão sendo transferidos para o hospital pacientes que estavam nos Cais da Capital como também outros pacientes do interior. Caso de duas crianças que tiveram 32% do corpo queimado e foram trazidas de Santa Helena, 211 Km de Goiânia. A primeira criança saiu da cidade por volta das 14h e chegou, em Goiânia, às 16h, quando a ambulância saiu novamente para buscar a segunda criança e trazê-la ao Hugol.

Os casos que não forem diagnosticados como graves serão encaminhados para outros postos de atendimento como o Cais Finsocial, Amendoeira, Jardim América e Guanabara, por exemplo.

Para as pessoas que vierem do interior, a Secretaria de Saúde informa que o Hugol dará preferência à região Oeste do Estado e que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência dessas cidades deverá entrar em contato com o Sistema de Regulação de Goiânia que definirá o encaminhamento dos pacientes para o hospital.

MAIOR

O Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol) é um dos maiores complexos de saúde para emergência da América Latina, conforme técnicos da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir).

A unidade teve sua construção em tempo recorde de 25 meses com o baixo custo de R$ 2,4 mil por metro quadrado e terá uma rotatividade de 10 mil pessoas ao dia. Conforme a Agetop, responsável pela obra, o Hugol é o maior hospital público da região Centro-Oeste, com 71 mil 165 metros quadrados de área construída e o objetivo é chegar aos 100 mil metros nos próximos anos.

O hospital conta com 510 leitos para a internação, 58 boxes para emergências, 21 consultórios médicos, 21 salas de cirurgia, 60 leitos de UTI para adultos, 19 para crianças e 7 para queimados.

Unidade para pesquisa e extensão universitária

O Hugol também será uma instituição de ensino, pesquisa e extensão universitária. A unidade terá capacidade para atender mais de dois milhões ao ano. Conforme o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a nova unidade hospitalar vai prestar atendimento humanizado e em rede à população de Goiânia e de todo o Estado. “O Hugol foi planejado para participar da Rede de Atendimento de Urgência do Estado de Goiás. Ou seja, não vai cumprir um papel sozinho. A unidade vai ser decisiva como retaguarda para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), para o Samu, para os serviços municipais e para reorganizar o atendimento e desafogar o Hugo e os demais serviços de referência”, disse o ministro. O governo federal está investindo R$ 32 milhões no Hugol, e, em 2016, a participação deverá ser ampliada para R$ 92 milhões.

Ainda de acordo com o ministro, o novo hospital também vem para se somar às demais parcerias existentes entre Goiás e o governo federal, como os 735 médicos destinados ao estado pelo programa Mais Médicos, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), as quase mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) que estão sendo criadas, ampliadas ou reformadas, e a ampliação de outros serviços.

Nesta primeira fase, serão habilitados 130 leitos (35% do total previsto), sendo 30 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para construir o hospital, o governo do Estado de Goiás investiu R$ 263,6 milhões, utilizados também para aquisição de equipamentos. O Ministério da Saúde irá destinar R$ 91,7 milhões ao ano para custear o serviço. Deste total, R$ 57,5 milhões serão repassados anualmente por meio da Rede de Urgência e Emergência (RUE), para garantir a assistência e realização de todos os procedimentos, e outros R$ 34,2 milhões serão incorporados ao Teto de Média e Alta Complexidade (MAC).

ESTRUTURA

O Hugol atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), funciona 24 horas por dia e tem capacidade para realizar até 21 cirurgias de baixa e média complexidade simultaneamente. Ao todo, contará com 2.441 funcionários, sendo 544 médicos e 296 profissionais da saúde (enfermeiros, odontólogos, psicólogos e biomédicos). Entre as especialidades da unidade hospitalar estão cardiologia, neurologia, oftalmologia, dermatologia, cirurgia geral, pequena cirurgia, pneumologia adulto e infantil, hematologia adulto e infantil e gastrenterologia. A “porta de entrada” para os atendimentos no Hugol será referenciada, ou seja, pacientes levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e/ou Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (Siate).

O ambulatório funcionará de segunda a sexta-feira das 7h às 19h, com agenda interna para demanda referenciada, sendo para retorno de cirurgias realizadas na unidade e agenda referenciada pelo Complexo Regulador Estadual, por meio de agendamento prévio.

Hugol em números

  • Foi construído em tempo recorde: 25 meses.
  • É o maior hospital público da região Centro-Norte do Brasil, com 71 mil 165 metros quadrados de área construída – objetivo é chegar aos 100 mil metros nos próximos anos.
  • O governo de Goiás investiu, em recursos próprios do Tesouro Estadual, um total R$ 263.603.790,44 na construção do hospital e na aquisição de equipamentos.
  • Serão aplicados R$ 15 milhões por mês para garantir o pleno funcionamento.
  • Aguardamos uma movimentação diária de 10.000 pessoas.
  • O Hugol entra em operação com 510 leitos para a internação.
  • São 21 consultórios médicos; 21 salas de cirurgia.
  • UTIs – O Hugol abre suas portas com 12% dos leitos de UTI existentes Goiás. Tem 86 leitos de UTI prontos – no Estado temos, ao todo, 669 leitos de UTI distribuídos em hospitais públicos, particulares e filantrópicos. Aqui no Hugol temos 60 leitos de UTI para adultos, 19 para crianças e 7 para queimados.
  • São oito especialidades na área de cirurgias: geral, pediátrica, bucomaxilofacial, torácica, plástica (para o centro de queimados), neurológica, vascular e ortopédica/traumatológica.
  • Hugol tem ainda Banco de Sangue próprio, essencial para o pleno atendimento e para a missão de salvar vidas. A previsão é de realizar até 3.000 mil transfusões por mês. Essa é a primeira unidade do Brasil a utilizar o sistema Hemovida Web, totalmente integrada e informatizada.
  • A administração hospitalar, conforme revelam pesquisas realizadas nos Estados Unidos e na Europa, é uma das mais complexas do mundo. Por esta razão, é muito importante oferecer o que há de mais moderno em termos de serviços e equipamentos.
  • A gestão segura e qualificada da Agir, Organização Social que já deixou sua marca de excelência em serviços prestados a Goiás. A Agir está à frente da administração do Crer desde sua fundação, em 2002, e desde 2013 realiza a gestão do HDS (Hospital de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta).
  • São 17 aparelhos de raios X, 15 deles móveis.
  • Dois tomógrafos (já está em aquisição um aparelho de ressonância magnética).
  • Todos os equipamentos são de última geração.
  • Central de Diagnósticos para Exames de tomografia, ultrassonografia, eletrocardiograma, ecocardiografia com ecodoppler, raio X, análises clínicas, terapia renal substitutiva e outros.
  • O Hugol é um prédio inteligente: os chuveiros têm água aquecida com energia solar. Os resíduos são tratados dentro do hospital para que possam ser descartados como lixo comum.
  • O sistema de ar-condicionado é central e o hospital tem um grupo de geradores que armazena energia e mantém o Hugol funcionando, mesmo em períodos de quedas longas de energia.

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