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COTIDIANO

Um Estado que não gosta de mulheres

Jackeline Osório,Especial para o Diário da Manhã

A 2ª edição da campanha Justiça Pela Paz em Casa começou, ontem, em todo Brasil. A proposta é combater a violência de gênero, que tem ainda números expressivos na sociedade.

Além da ação pública, os movimentos civis preparam manifestos para esta semana. Goiânia realiza a Marcha das Vadias no próximo sábado, partir das 9h, na Praça do Coreto, no Centro. Em pauta, a defesa dos direitos das mulheres frente a uma sociedade cada vez mais machista. Antes, na quinta-feira, ocorrerá a união das Câmaras Criminais em busca da formulação de pautas dedicadas à violência de gênero e sua tipificação penal.

Em Goiás, existem aproximadamente 45 mil processos referentes à violência contra a mulher, conforme dados do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Isso sem contar, claro, as cifras negras – que são os casos não registrados na delegacia e que demonstram a desmoralização do sistema de Justiça e da Segurança. As mulheres não denunciam as agressões e sequer são computadas nestas listas quantitativas por um simples motivo: acreditam na impunidade.

Em relação aos Estados que mais possuem casos de violência no Brasil, Goiás aparece dentre os primeiros, com a nona colocação. Os delitos mais comuns: homicídios, estupros, lesões corporais, tráfico de humanos.

Espírito Santo, Alagoas e Paraná obtiveram os primeiros lugares dentre o apanhado de violências, respectivamente.

Segundo dados de uma pesquisa da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito realizada em 2013, Goiânia ficou em 9ª posição dentre as capitais que praticam violências contra as mulheres. E, dentre as cidades goianas, Senador Canedo foi considerado o município com mais homicídios, sendo que a cidade apresenta 7,1 mortes por 100 mil habitantes.

Nos dois Juizados da Mulher de Goiânia são computados incríveis 7.835 processos. Os tipos são os mais violentos: crimes de lesão corporal, ameaça, estupro e feminicídio.

TRADIÇÃO

Se Goiás é um dos Estados com maior quantidade de violências contra as mulheres, é também o estado que primeiro produziu organismos para combater e defender o feminino e a família. O Centro de Valorização da Mulher (Cevam), criado pela advogada e jornalista Consuelo Nasser, na década de 1980, foi uma das primeiras entidades do Brasil a defender a mulher e liderar movimentos em defesa da mudança legislativa.

Pesquisa da Delegacia da Mulher mostra que a Lei Maria da Penha – e depois o Código Penal, com o tipo homicídio – é o instrumento principal de punição dos homens que agridem mulheres. Em seguida, Estatuto da Criança e Adolescente e Estatuto do Idoso são as normas mais utilizadas na efetivação da Justiça.

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