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Jalles Fontoura: “Base não tem nome natural ao governo”

O prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), concedeu entrevista ao Clube dos Repórteres Políticos de Goiás ontem no Auditório Solon Amaral na Assembleia Legislativa. O presidente da Casa, deputado Helio de Sousa (DEM), o diretor de Assuntos Institucionais, Frederico Nascimento, acompanhados do assessor de Educação e Cultura da Presidência da Alego, Joel Santana, também participaram da sabatina. Logo após, o prefeito respondeu outros questionamentos de jornalistas e relatou as perspectivas para as próximas eleições, porém disse que não será candidato à reeleição, mas pretende continuar na militância política.

Filho do ex-governador Otávio Lage, ele exerce pela segunda vez o mandato de prefeito de Goianésia. Na trajetória política também já ocupou cargos de deputado estadual e federal e também foi secretário da Fazenda no primeiro governo de Marconi Perillo, em 1999. Jalles Fontoura também discorreu sobre seu mandato como prefeito de Goianésia pontuando sobre a necessidade de o município colocar novos nomes para as eleições municipais de 2016. O prefeito ainda relatou que o PSDB não tem nomes naturais para disputar as eleições de 2018 e que ainda será um processo para a articulação política encontrar um nome forte.

ENTREVISTA

Prefeito, por que o sr. decidiu não disputar a reeleição em 2016?

Jalles Fontoura: Porque eu fui candidato em um momento muito especial e agora acho que o trabalho que devo fazer é criar condições e fazer uma plataforma pra eleger uma nova geração de políticos na cidade. Goianésia tem um potencial enorme, um quadro de políticos jovens que estão militando na política e que podem assumir com muito sucesso a administração de Goianésia. Acho que a tarefa é justamente criar essas condições pra gente continuar nos mesmos princípios e na mesma prática administrativa com o mesmo estilo e novas pessoas.

O vice-prefeito Robson Tavares deverá ser o candidato da base marconista à prefeitura no próximo ano?

Jalles Fontoura: O Robson é o candidato natural porque é vice-prefeito, secretário da Saúde e tem uma militância muito boa. Agora, as candidaturas são fruto de articulações políticas que passa a ter outras pessoas que também têm possibilidades. Então é uma discussão que envolve não só o PSDB, mas outros onze partidos da nossa base aliada, que têm, a partir dessa discussão, que definir um candidato.

O sr. irá se afastar da atividade política ou tem algum outro projeto eleitoral para 2018?

Jalles Fontoura: Não tenho projeto eleitoral para 2018 e não vou me afastar da política sendo ou não candidato. Acho que essa militância é fundamental para Goianésia e mesmo para Goiás. A gente vai ter em 2018 uma renovação muito grande dos quadros políticos em Goiás e isso é um bom motivo para fazermos um trabalho político que vai envolver candidaturas não necessariamente do Jalles, mas candidaturas dentro da base política. É importante novos nomes já que o governador Marconi já não será mais candidato à reeleição.

O sr. poderia disputar o governo, nesse caso de renovação?

Jalles Fontoura: A partir de 2016 nós vamos ter toda uma discussão que envolve essa renovação, novos nomes e todas as possibilidades. Agora quero e acho importante ter participação nesse processo, mas não necessariamente como candidato, não estou trabalhando par isso. Hoje estou focado exclusivamente na gestão municipal de Goianésia. Em política as palavras sempre e nunca não existem. Não estou me candidatando a nada, mas acho que nós goianos teremos uma participação intensa nesse processo de novos governantes em 2018.

Quem são as opções do PSDB para disputar o Palácio das Esmeraldas em 2018?

Jalles Fontoura: Opções exclusivamente PSDB não tem nenhuma candidatura natural, mas são os que estão militando como secretários, deputados federais ou estaduais do partido. Agora, tem uma base política muito grande e só para ilustrar, a eleição de Goiânia em 2016 tem uma influência nesse processo. O fato é que não existem candidatos naturais hoje.

O fato de o vice-governador José Eliton estar mais na vitrine com a secretaria e assumir o governo na ausência do governador, isso pode lhe dar uma condição privilegiada para ser escolhido como candidato?

Jalles Fontoura: Isso dá a ele uma boa condição porque ele seria candidato à reeleição. Uma posição que há certo favoritismo. Porém, não é suficiente. Essa articulação ainda passará por muita negociação. Hoje nós temos muitos partidos e nós não temos de fato nenhum candidato natural, e essa situação leva a um momento de muitas possibilidades. Esse quadro ainda não está definido.

O sr. defende que o candidato seja do PSDB?

Jalles Fontoura: Gostaria que fosse do PSDB, mas não necessariamente. Acho que temos que ter um candidato competitivo. A administração do Estado hoje é desafiante e tem que haver uma boa proposta de gestão e tem que ser uma soma na política, uma pessoa agregadora na política. Esse quadro, já que temos vários partidos, e não temos um candidato natural, essa articulação quem melhor agregar e propor gestão com potencial a longo prazo e pouco recurso, tem que ter esse perfil.

E Vilmar Rocha, tem esse perfil?

Jalles Fontoura: Vilmar Rocha é um candidato, já participou de uma eleição majoritária e foi muito bem votado. É um quadro desse time de possibilidades e acho que isso deve se intensificar a partir de 2017, e hoje o potencial do Estado é grande. Temos grandes pessoas que têm essa potencialidade. Por isso que não podemos ter nenhum preconceito quanto a partidos e temos que escolher um bom líder. Se a gente escolher um bom líder, o Estado ganha como ganhou em outros momentos.

A candidatura de Ronaldo Caiado aterroriza a base marconista?

Jalles Fontoura: De forma nenhuma. Aliás, o Ronaldo não tem esse perfil que eu falo de agregação, de soma política. É um bom candidato e foi eleito senador, mas ele está em outro campo político. É oposição ao governo Marconi e ao sistema que hoje administra o Estado.

Com o apoio do PMDB, ele não se torna um candidato forte para a base aliada?

Jalles Fontoura: Toda eleição é difícil. Nós podemos propor o Estado de forma melhor e temos essa possibilidade e responsabilidade. Teremos no futuro bem mais importante e já temos uma história importante para a economia e política do País. E o que diferencia o Estado é muita liderança, e capaz de propor lideranças. Acho que Ronaldo não está nesse nosso meio. Ele milita em outra área política.

Em 2002 o sr. foi preterido por Ronaldo Caiado na disputa interna do PFL na escolha do candidato ao Senado em que Caiado optou por Demóstenes Torres. Há ressentimentos do sr. quanto a isso?

Jalles Fontoura: Não. Em política essas coisas não podem ser relevantes. Essa alegação pessoal com Ronaldo não tem nada a ver com isso. O tempo todo a gente ganha e perde na vida e em eleições. O importante é aprender com as derrotas. Aliás, a derrota é a mãe da vitória.

Para o sr. que foi secretário da Fazenda no primeiro governo Marconi Perillo e foi o idealizador da prática de pagar o funcionalismo público dentro do mês trabalhado, como vê a adoção do pagamento em duas parcelas por crise financeira?

Jalles Fontoura: Esse pagamento está dentro da lei e isso que é importante. Até o quinto dia útil é importante até para economia. O Estado hoje paga bem os funcionários e acho que dentro da lei essa atitude está correta.

O sr. acha que Ana Carla Abrão vem conduzindo bem o trabalho como secretária?

Jalles Fontoura: Acho a Ana Carla uma gestora que tem uma visão, principalmente, macroeconômica, fundamentos sólidos. Tenho notícias de que ela está se articulando muito bem com autoridades fazendárias e a médio prazo isso vai resultar em bons saldos. Ela está trabalhando muito para fazer uma gestão que o governo Marconi merece, já que o secretário da Fazenda é uma pedra angular do governo.  Noto que ela está totalmente envolvida na gestão e procurando fazer uma boa equipe. A Secretaria da Fazenda de Goiás hoje é a escola do governo e tem quadros e pessoas competentes.

“Goianésia tem um potencial enorme, um quadro de políticos jovens que estão militando na política e que podem assumir com muito sucesso a administração do município”

“Hoje nós temos muitos partidos na base aliada e nós não temos de fato nenhum candidato natural, e essa situação leva a um momento de muitas possibilidades”

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