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Jornalista: Caiado estimula xenobofia

O monumento das Três Raças, da escultora Neusa Moraes, é uma das obras que marcam a goianidade. Fixado no centro da Praça Cívica, homenageia os povos que desbravaram esta terra: negros, brancos e índios. E não adianta negar: Goiânia e o Brasil são mestiços. Quem, em Goiás, não tem sangue de paulista, mineiro, baiano, tocantinense, piauiense, negro, índio, árabe, asiático e europeu?

Dito isto, causa estranheza que o senador Ronaldo Caiado (DEM), cuja família imigrou de Portugal para o Brasil, lance-se numa sanha xenofóbica e eugenista, contra a migração de haitianos ao Brasil.

O tom, cada vez mais fascistoide do senador goiano, levou a manifestação de protesto do do jornalista e músico Kiko Nogueira, diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo.

Kiko Nogueira foi um dos muitos brasilieiros que indignou-se contra a humilhação inflingida pelo sociopata Daniel Barbosa contra um imigrante haitiano, ocorrida no Rio Grande do Sul, e que foi registrada em vídeo e estarreceu a quem defende minimamente a dignidade humana. Kiko recorda que, em maio, numa reunião da Comissão de Relações Exteriores com o ministro Mauro Vieira, o senador Ronaldo Caiado disse que “não se vê nenhuma mulher ou criança haitiana entrando no Brasil, mas homens, sugerindo que o ex-presidente Lula e o MST estaria recrutando haitianos para formar um "coletivo bolivariano". "Essas pessoas são mais ou menos qualificadas para virem para cá e amanhã poderem engrossar o exército de Lula e Stédile”, afirmou. “Eles já estão sendo mantidos também pelo Bolsa Família?”, indagou. Exigiu que se investigasse “a migração direcionada”.

"Por trás da mente doentia de Daniel Barbosa, o sujeito que aparece, num vídeo, importunando um haitiano, num posto de gasolina no Rio Grande do Sul, está o senador Ronaldo Caiado", diz Kiko, que completa: "Quer dizer, não só ele. Barbosa mesmo cita, em sua cavalgada, luminares como Olavo de Carvalho, um tal Políbio Braga, Jair Bolsonaro e Romeu Tuma Jr."

Para o jornalista, Caiado é o nome que se destaca na psicopatia de Daniel na tese de que os imigrantes do Haiti fazem parte de um plano de dominação comunista do Brasil através do Foro de São Paulo. "O discurso xenofóbico de Caiado é disfarçado, como não poderia deixar de ser, pelo patriotismo. O líder do DEM apresentou um requerimento ao Ministério da Justiça para que a Polícia Federal apure 'o recrutamento de estrangeiros pelo MST'”.

E cita declarações do próprio Caiado, quando o senador disse que no momento em que "Lula incita esse exército do MST a reagir aos protestos contra o governo causando violência, baderna e até morte nas estradas, somos surpreendidos com informações na imprensa de indivíduos de outras nações sendo cooptados por esse esboço de coletivo bolivariano”. “É de suma importância que as forças de segurança atuem contra essa possível afronta à segurança interna e à soberania nacional", completou o ruralista.

Em outra situação, em maio, numa reunião da Comissão de Relações Exteriores com o ministro Mauro Vieira, Caiado diz também que "não se vê nenhuma mulher ou criança haitiana entrando no Brasil, mas homens. Essas pessoas são mais ou menos qualificadas para virem para cá e amanhã poderem engrossar o exército de Lula e Stédile. Eles já estão sendo mantidos também pela Bolsa Família?”, indagou, exigindo que se investigasse “a migração direcionada”.

Para Kiko, os haitianos não fogem, portanto, da fome, da guerra civil, da falta de perspectiva etc. "Os homens costumam vir, primeiro, porque 1) é mais barato; 2) assentados, tentam trazer a família. Foi assim com a maioria dos italianos, judeus, árabes, alemães e outros. Possivelmente, com algum antepassado de RC", escreve.

"O pacote de ultradireita que Ronaldo Caiado vende está institucionalizando o ódio ao estrangeiro – o estrangeiro negro e pobre, naturalmente – com as consequências previsíveis. Alguns boçais, como Daniel Barbosa, terão, eventualmente, algum trabalho para se explicar na Justiça, mas o senador continuará semeando a xenofobia de seu púlpito numa relax, numa tranquila, numa boa", finaliza.

Solução

Caiado, talvez, devesse frequentar a noite goiana e conversar com o empresário Leovaldo Mendes, proprietário do restaurante Cantinho Frio, no Setor Universitário. Ele acolheu vários haitianos na sua equipe e revela que eles significaram “a solução para seus problemas”, com as constantes dificuldades que tinha com mão de obra. “Eles são dispostos, disciplinados, não dão trabalho e trabalham enquanto houver necessidade, coisa que muitos brasileiros que trabalhavam comigo me davam muitas complicações”.

Menos ódio senador. O Brasil é um País de imigrantes e de emigrantes. A continuar nesta escalada fascista, daqui a pouco vai querer propor o fechamento da fronteira de Goiás com o Tocantins e com a Bahia, para evitar a entrada de nordestinos no Estado. (Com informações dos sites Brasil247 e DCM)

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