Para conter o avanço das ameaças e ataques a escolas em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) se reuniu com autoridades de todo o estado nesta terça-feira, 11, para discutir o tema, a fim de estabelecer protocolos de segurança nas unidades estaduais de ensino.
O governador disse, em coletiva, que foi criado um projeto encaminhado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que visa responsabilizar os pais e as redes sociais, pois não é mais possível admitir "que os pais que sabem muito bem que tem o direito de ter acesso a todo conteúdo das redes sociais dos filhos, amanhã aleguem desconhecimento do que está ocorrendo".
"Então os pais terão que ter não somente a responsabilidade, como pagar pela omissão ou conivência com os crimes cometidos pelos filhos" disse o governador.
Além disso, ele ressaltou que toda a plataforma das redes sociais terá, por uma decisão do governo do estado, uma ação no sentido de responsabilizá-los e puni-los duramente.
Vistoria de mochilas
O governo encaminhou também à Assembleia Legislativa um projeto que permita que professores e coordenadores de vistoriar as mochilas dos jovens que demonstrem qualquer suspeita ou atitude que chame a atenção.
"Não sei por quanto tempo vamos viver esse pânico" Ronaldo Caiado
Caiado afirmou que a sociedade não pode se curvar aos que acham que podem fazer ameaças por redes sociais, intimidando crianças. Ele destaca também a ansiedade e o pânico causado pelos vários ataques a escolas em pais, crianças e professores, estes últimos que se sentem desassistidos sem saber o que pode acontecer com eles.
"Então a nossa força de segurança e área de inteligência vai redobrar as ações. Além disso, a polícia está autorizada, por mim, a fazer buscas na casa do jovem", disse Caiado.
O governo do estado inclusive já autorizou a compra de detectores de metais, que é uma situação, segundo o próprio governo, mais eficiente do que instalar arames e fios elétricos.
Sobre a hipótese de evasão escolar, o governador ressaltou que é necessário dar tranquilidade aos pais uma garantia de que dentro do ambiente escolar, devido às medidas adotadas e projetos enviados à Alego.
Motivação dos crimes
Sobre o que tem motivado os ataques às escolas nos últimos meses, o governador afirmou que as ideias são as mais diversas hipóteses, sendo que algumas pessoas estejam buscando a fama, tentando criar uma situação de pânico ou até mesmo para promover calendários que promovem ameaças em dias de provas nas escolas.
"Então não há um fato único, há um crime que está sendo praticado por todos os motivos e das mais diferentes formas", completou.
Durante a coletiva, Caiado ressaltou, ainda, que permitiu as medidas enviadas à Alego, pois, segundo ele, não se pode ficar aguardando uma lei federal, uma lei estadual, até que isso seja sancionado e publicado, e as crianças cada vez mais inseguras e pais inquietos.
As medidas valem tanto para escolas públicas quanto privadas. "Qualquer lugar onde tiver atentado, as nossas forças de segurança podem agir. Não há diferença se é escola particular, estadual, municipal, se é faculdade. Cabe ao estado buscar o máximo de segurança possível para todos os sete milhões de goianos", explicou o governador.
"Não existe a tese de liberdade de expressão quando se trata de matar pessoas, então nós temos que ser bem diretos em relação a isso", disse Caiado, ao se referir às redes sociais, que devem agora evitar a propagação de conteúdos terroristas, assim como houve, por exemplo, na divulgação de fake news durante as eleições presidenciais de 2022, quando qualquer notícia que era distorcida, sofria censura. Portanto, o mesmo deve ocorrer com estas ameaças.