Home / Ciência

CIÊNCIA

SUS oferecerá pílula que previne aids

O Ministério da Saúde afirmou que um comprimido que reduz significativamente as chances de alguém contrair o HIV deve ser incluído na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Se isso acontecer, o Brasil será o primeiro país a adotar uma política pública de prevenção do tipo.

O anúncio foi feito durante uma apresentação da diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, na Conferência Internacional de AIDS, em Durban, na África do Sul.

Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas mais conhecida como truvada, seu nome comercial, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da aids, isso se tomado todos os dias. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio reduz em até 92% o risco de o vírus entrar nas células.

Contudo, o medicamento pode provocar alguns efeitos colaterais, como tonturas, dores de cabeça, enjoos, ou até mesmo leves disfunções gastrointestinais e renais.

A pílula combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance de contágio. A OMS sugere que homens homossexuais e bissexuais, usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e outras pessoas que tenham risco de contágio considerem o seu uso.

O primeiro caso de aids notificado no Estado de Goiás foi no ano de 1984 em um indivíduo de sexo masculino, homossexual, com 30 anos de idade, residente no município de Goiânia. Desde o início da epidemia até 30 de junho de 2015, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 13.564 casos de aids.

Hoje no Brasil, 734 mil pessoas convivem com HIV. A estimativa é que outras 145 mil não saibam que têm o vírus. Em números absolutos, 0,4% da população brasileira está infectada. Entre homens homossexuais e bissexuais, porém, o índice sobe para 10,5%.

A estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao truvada no primeiro ano.  De acordo com o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos são incluídos na rede pública.

SINTOMAS

Os sintomas iniciais da HIV podem ser tão leves que são atribuídos a um mal-estar passageiro. Quando se manifestam com mais intensidade, são os mesmos de várias outras viroses, entretanto podem variar de acordo com a resposta imunológica de que cada indivíduo.

Os mais comuns são febre constante, manchas na pele, calafrios, ínguas, dores de cabeça, de garganta e dores musculares, que surgem de 2 a 4 semanas após a pessoa contrair o vírus.

DIAGNÓSTICO

Conforme a Secretária Estadual de Saúde do Estado de Goiás, os testes para HIV e sífilis podem ser feitos nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou nas Unidades Básicas de Saúde. Diante de um resultado positivo para HIV, as equipes médicas dão início ao encaminhamento para os Serviços de Assistência Especializada (SAE) ou HDT para consulta e início do tratamento.

Nos casos positivos para sífilis, o tratamento pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde. Todas as pessoas com diagnóstico positivo para HIV recebem os antirretrovirais adquiridos exclusivamente pelo Ministério da Saúde.

O Sistema Único de Saúde já distribui a chamada “pílula do dia seguinte antiaids”, coquetel oferecido para pacientes que tiveram risco de exposição ao HIV. É a profilaxia pós-exposição. O medicamento deve ser usado por 28 dias contínuos após a exposição ao risco.

TRANSMISSÃO

O infectologista Alexandre Costa esclarece que o vírus HIV sobrevive em ambiente externo por apenas alguns minutos. Mesmo assim, sua transmissão depende do contato com as mucosas ou com alguma área ferida do corpo. Ele lembra ainda que o truvada não pode ser usado como um substituto da camisinha, já que ela previne várias outras doenças sexualmente transmissíveis.

“A aids não se transmite por suor, beijo, ou mesmo por compartilhar talheres e escova de dentes. Sua transmissão é por penetração sexual desprotegida, uso de agulhas ou produtos sanguíneos infectados”, afirma.

[box title="Entenda como funciona o Truvada"]

*A contaminação com HIV ocorre quando o vírus penetra nas células usando uma enzima chamada transcriptase reversa.

*O Truvada ataca principalmente os linfócitos T-CD4, células importantes para o sistema imunológico.

*O remédio bloqueia a transcriptase reversa. Assim, torna mais difícil a penetração do vírus no corpo. O vírus não consegue se multiplicar.

*Ele também ajuda a aumentar o número de células CD4.

[/box]

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias