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Prefeitura de Valparaíso de Goiás é acionada pelo Ministério Público para que implante unidade de conservação

Beto Silva,Da editoria de CidadesA Prefeitura de Valparaíso de Goiás terá que tirar do papel um antigo projeto de implantação da Unidade de Conservação Parque Olhos D’Água da Matinha. O Ministério Público voltou a pressionar o município, que tem uma das m

Beto Silva,Da editoria de Cidades

A Prefeitura de Valparaíso de Goiás terá que tirar do papel um antigo projeto de implantação da Unidade de Conservação Parque Olhos D’Água da Matinha. O Ministério Público voltou a pressionar o município, que tem uma das maiores densidades demográficas do país (150 mil habitantes em 60 km 2) e baixíssima quantidade de áreas verdes.

O parque ecológico é um sonho desde 2002, quando teve início sua regularização. Mas está parado. Localizada no Parque Esplanada III, área remanescente de uma antiga fazenda, às margens da BR-040, a unidade de conservação é o mínimo que a cidade pode oferecer em termos de meio ambiente para sua população.

Em um passado não tão distante, décadas de 1980 e 1990, Valparaíso era uma enorme faixa de verde. Hoje tudo não passa de lembranças Por isso que é através da ação reiterada das promotorias e moradores que surgiu a noção de que é preciso o município investir em meio ambiente.

No começo da década passada, o MP encomendou perícia para avaliar se no Setor Parque Esplanada II ocorria o afloramento de água. Já em 2003 a prefeitura informava que não existia qualquer decreto de desapropriação do parque. Segundo o Ministério Público, em 2005, começou a negociação para implantação da unidade.

Foi a partir desta experiência que se colocou em pauta a necessidade de alteração normativa, definição de limites da unidade e estabelecimento de quanto seria necessário para a realização da desapropriação da área.

O MP afirma que esperou uma ação do Poder Executivo até 2012, quando notou desinteresse em colocar em prática as tratativas, acordos e estudos realizados.

Por isso a promotora de Justiça Oriane Graciani de Souza propôs a ação civil pública com a intenção de ver, efetivamente, a implantação da Unidade de Conservação Parque Olhos D’Água da Matinha.

Se a Justiça conceder ao MP seus pedidos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente terá três meses para apresentar suas proposições que devem efetivamente instituir as linhas gerais do parque. Outro pedido do MP diz que em seis meses a prefeitura terá que comprovar a composição de um conselho consultivo para a unidade. E mais: mostrar a dotação orçamentária que será usada na instituição do parque. Neste núcleo de direção do parque, será necessária a presença de representantes das entidades públicas e de organizações da sociedade civil. O MP cobra ainda que seja apresentado um plano de manejo emergencial. Neste documento, o MP pede que seja apresentada a área e os corredores ecológicos.

Parque Rio Branco

Valparaíso precisa também impedir a degradação do Parque Rio Branco, localizado à direita da BR-040. A ocupação desordenada do solo e a desídia das instituições tornam praticamente incerto o futuro da região. “Os loteamentos avançam e exigem ação cada vez maior e habilidade política. Não deixar esse legado, de um mínimo de áreas verdes, para nossos netos será um crime”, diz Thiago Neto, que realiza um movimento para que a cidade seja ‘ecologicamente correta’.