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COTIDIANO

Profissão de risco

Ariana Lobo

Um motorista do transporte coletivo foi agredido por dois indivíduos, no último domingo (4), em Senador Canedo. O vídeo da agressão, feito por um passageiro que presenciou as cenas, viralizou na internet e na mídia. Esse caso reflete uma realidade na qual os motoristas de ônibus estão constantemente inseridos, de medo e violência.

É o que defende Ernando de Freitas, motorista do transporte coletivo que normalmente faz as linhas Canedo (Goiás carnes), Hidrolândia, Aldeia do Vale, Portal do Sol e Teresópolis. Ele conta que por muitas vezes foi vítima de ameaças de passageiros. “Muitos xingam, ameaçam, falam em bater na cara. Estamos sempre sujeitos a levar um tapa na cara ou até um tiro”.

Para Ernando, os motoristas de transporte coletivo não têm segurança alguma na profissão e estão sujeitos a diversos riscos. “Para o motorista ter segurança teria que ter uma cabine blindada dentro do ônibus, para que ninguém tenha contato com ele”, declara.

O entrevistado ainda afirma que apesar de estar inserido diariamente em um ambiente de risco, não tem medo da violência, mas é prudente. Para ele, bater boca com passageiros ou repreendê-los dentro do ônibus “só vai gerar mais intriga entre o motorista e o passageiro”.

Quando o passageiro pega o ônibus ele concorda automaticamente em seguir as regras da RMTC, mas Ernando defende: “o ‘mala’ não respeita o motorista e nem os outros passageiros, ele pula a catraca, passa por baixo, quebra vidros... julga que está acima da lei”, e completa: “motorista não é obrigado a aguentar abuso de passageiro”.

A assessoria de comunicação e marketing da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) informou ao DM que após o incidente em Senador Canedo um projeto, que já havia sido idealizado previamente e estava em processo, foi acelerado visando melhorar a segurança dos motoristas. Trata-se de uma cartilha educativa, que abordará meios de bom relacionamento entre motoristas e passageiros.

A RMTC informou que recentemente os motoristas de transporte coletivo passaram por treinamento, e que lá eles receberam instruções de como agir em situações de risco. Além disso, a assessoria declarou que a equipe dos terminais conta com 36 profissionais que monitoram os terminais em tempo real, e que graças a isso, os dados estatísticos em relação a casos de violência em transportes coletivos vêm reduzindo.

Entenda o caso

O incidente ocorreu no último domingo, em um terminal de Senador Canedo. Um motorista (que não foi identificado por medidas de segurança) foi severamente agredido por dois homens. O que se cogitava é que os dois indivíduos teriam se recusado a pagar a passagem do transporte coletivo, e após a cobrança do motorista, teriam se irritado e partido para a agressão.

A assessoria da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos  RMTC informou, entretanto, que o verdadeiro motivo da agressão foi um atraso que teria irritado os dois passageiros. Eles haveriam tentado quebrar o ônibus, e depois agrediram o motorista.

Um dos agressores chegou a desferir golpes de facão contra o motorista, que só não foi atingido porque o cabo do facão quebrou no momento. Mas os agressores continuaram agredindo o motorista, que se feriu sem gravidade, foi encaminhado ao hospital e liberado.

Segundo a assessoria da RMTC, esse foi um incidente isolado e todas as providências foram tomadas. Segundo o órgão, os agressores foram identificados, pois a viatura da polícia chegou em três minutos, e o caso está sendo apurado.

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