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COTIDIANO

Um filho do mundo em Goiás

Edna Gomes

Para tentar conhecer mais a realidade diária do médium o DM requisitou a jornalista Edna Gomes, que trabalha com ele, que produzisse um relato de como vive e do que gosta João de Deus

Há alguns anos acompanho, muito de perto, um homem simples e terno, dedicado ao povo e, por este, chamado João de Deus. Em meu primeiro dia de trabalho, na condição prazerosa enquanto sua assessora, percebi a força e virtude que sabiamente exalam de suas palavras e frases.

Tudo intensamente envolto em muita responsabilidade social e liderança espiritual. Segundo o sábio egípcio Ptah-hotep: “Se és um guia, Encarregado de dar diretrizes ao maior número possível, Procura, para ti, toda ocasião de ser eficiente, de modo que tua maneira de governar seja sem erro.” (A Sabedoria Viva do Antigo Egito, 2002, 3.ed, p.98).

O sábio e médium é um homem muito simples e ama os gestos singelos. Ele me certifica de que aprecia quando o sorriso vem fácil na face das pessoas. Muitos de nós lamentamos sobre as fotos e fatos do dia a dia, ao tempo em que nos esquecemos da beleza que é a vida em luz.

Nas mais variadas conversas junto a ele, pude perceber, em inúmeras oportunidades, a sua magnitude e também a força que esbanja ao caminhar na retidão e cumprir sua missão de fé poderosa e única.

“Seja o melhor que puder e em todos os momentos de sua existência terrena, simplesmente atreva-se a ser. Todos nós necessitamos de mais humildade, muita bondade e ternura”, pontua o médium, sempre entre um bom diálogo e outro.

Trabalho

A respeito do peso da responsabilidade que possui João de Deus esclarece que não teme: “são necessárias onze toneladas de pressão para afinar-se um piano”. (Foto: Divulgação)

João é uma verdadeira ponte humana entre as energias que ligam o céu e a Terra. Alimenta espíritos no passe, limpa incontáveis mentes enquanto define caminhos com seus sábios conselhos. Desperta a fé na cura ao tocar corpos e almas com o calor das energias de luz que o iluminam tornando-o líder. A respeito d

o peso desta responsabilidade, ele refere-se à musicalidade quando nos lembra que “são necessárias onze toneladas de pressão para afinar-se um piano”.

Dia destes o questionei sobre como se sentia com relação a seu trabalho e ele respondeu que sempre procurou somar para só depois dividir e que doa seu amor, com bastante fé e dedicação, tentando tocar os corações, as mentes e as almas das pessoas, torná-las mais felizes, amadas e capazes de refletir, calmamente, sobre o que venha a ser a vida.

Convalescência

Numa destas conversas informais o médium João de Deus, esbanjando a autenticidade que lhe é peculiar, ao abusar da fala mansa e muito tranquilo em sua alma, distribuía humor e mostrava-se cheio de vida depois da cirurgia gástrica, no Hospital Sírio Libanes, na capital do Estado de São Paulo.

Afirmava ele sobre o processo cirúrgico: “Estou sentindo poesia em toda a criação Divina. Recebo todas as religiões na Casa de Dom Inácio porque acredito que as diferenças tornam a vida mais bonita e colorida. Precisamos respeitar as escolhas religiosas de cada ser humano.”

Atendimento aos seguidores

A Casa de Dom Inácio possui a sala dos cristais, pedras esotéricas e energéticas que fazem parte de toda a sinergia do centro de curas (Foto: Divulgação)

O local onde atende, a Casa de Dom Inácio, é dotada da sala dos cristais, pedras esotéricas e energéticas que fazem parte de toda a sinergia daquele centro de curas. Segundo o médium: “Os minerais são utilizados para garantir o equilíbrio do corpo e mente devido ao seu poder de energização. Têm sua importância tanto física como espiritual, dependendo é claro do sentido da utilização designada por cada um destes prismas de luzes.”

O médium João de Deus tem um carinho especial pelos profissionais da Medicina e todos aqueles que, espontaneamente, procuram a Casa de Dom Inácio. Ele faz questão de repassar a mensagem: “Ninguém deve abandonar os tratamentos médicos.”

Indagando-o sobre esta realidade, permeada pelo esoterismo, e ele foi enfático ele ao afirmar: “A espiritualidade de luz e a medicina tradicional sempre caminharam juntas.”

O homem e médium, há 65 anos é um mensageiro do amor e ponte espiritual de tantos outros médicos, hoje, no mundo espiritual. Através dele é que os profissionais espirituais operam nos corpos, ainda em matéria, e chegam até nós nas mensagens de amor, da fé com caridade, tratando a alma enquanto ampara a todos espiritualmente.

Como vive o médium

João de Deus gosta de reunir-se com amigos e cozinhar (Foto: Divulgação)

O que João de Deus mais gosta é reunir os amigos, contar “causos” e falar sobre a diversidade e potencialidades das pedras, assunto que o garimpeiro de homens, de hoje, domina muito bem por ter iniciado sua vida terrena no garimpo. Meticuloso e artista, Seu João foi também alfaiate e sabe, como ninguém, da arte que é cortar e produzir a alta costura, parte da sua história de luta pela sobrevivência da qual ele afirma ter muito orgulho.

Entre essas conversas e brincando ainda ele revela sobre a sua cor preferida: “Gosto da cor branca porque transmite paz e equilíbrio e também do azul, ele define tranquilidade, serenidade e harmonia.”

Na cozinha

João de Deus, tem seu perfil de homem comum e adora cozinhar. Sempre se aventura na arte do fogão produzindo pratos maravilhosos. Em visita aos Estados Unidos, ele preparou uma refeição à base de feijão de caldo, cortou um frango e temperou, cozinhou o prato e o elaborou com o acompanhamento especial do caldo à moda brasileira. As pessoas que ocupavam a pousada, naquele dia, puderam experimentar as iguarias, segundo cada uma delas, deliciosas.

De acordo com o sábio e médium, o que mais o entristece é saber e perceber que alguém está com fome. Ele mantém a Casa da Sopa, em Abadiânia, cidade localizada entre Brasília e Goiânia, no interior de Goiás, local onde são fornecidas refeições gratuitas a todos os peregrinos que lá aportam. O lugar é muito limpo, arejado e conta com voluntários que estampam o sorriso largo e de boas-vindas em seus rostos.

Quando os peregrinos chegam à Casa de Dom Inácio ele os pergunta se já se alimentaram. Segundo João de Deus: “A fome traz a tristeza além do desequilíbrio emocional. O alimento é o combustível da vida”, e complementa citando a Bíblia Sagrada: “As coisas mais necessárias à vida do homem são: a água, o fogo, o ferro, o sal, o leite, o pão da flor de farinha, o mel, a uva, o azeite e o vestuário: todas essas coisas são bens para os fiéis, mas tornam-se males para os ímpios e os pecadores” (Eclesiástico, 31-32).

Caminhada

Caminhando há algum tempo a seu lado, observando seu trabalho, já pude perceber o quanto o médium João de Deus dedicou sua vida para dar a todos que o procuraram, e todos os dias ainda procuram, alguma luz para fazer dela um pedaço, por pequenino que seja, de um raio do sol.

Deus deu a ele o talento em trabalhar a receção, transformação e direcionamento equilibrado do seu talento (internacional) em receber tantas entidades de luz. Segundo ele: “A minha missão é a minha motivação, o que eu vou levar da vida é o que eu vivo, é o que hoje eu faço com gratidão e afinco.”

No que ele prossegue com muita ênfase e certeza: “Aos meus mestres espirituais e ainda os médicos que me atendem sou muito grato, pois são eles a luz que me guia. Talvez eles podem não saber, mas devo a eles sim, cada dia, hora e segundo da minha vida. A maior alegria que sinto é atender o meu povo e ser o instrumento das entidades de cura. Não existe nada melhor na existência do que ver o sorriso sincero estampado no rosto das pessoas, por terem elas sido beneficiadas de alguma forma, em algum tempo e nesta vida terrena tão passageira e nem por isso menos intensa, digna e linda.”

E mais um dia se esvai, refletindo a noite que adentra na janela da vida terrena e na certeza de que há sim uma vida além desta concreta a qual, hoje, pisamos e trilhamos, tomando a fé inabalável no trabalho duro que realizamos e autentica a cura das almas, alimentando a fé com amor.

O mundo é muito pequeno em relação à força que detém as pessoas que o movimentam. E sobre os medos modernos, que são tantos, val a reflexão: “O que é que leva o homem a ficar agitado como as folhas, a qualquer rajada de perigo, se não que, em vez de estar Deus em seu coração, ali está o mundo?” (Archbishop Leigthton, Manaciais do Deserto, 1999, p. 39)

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