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O governador Marconi Perillo participou hoje da inauguração oficial pela Laticínios Bela Visa, detentora da marca Piracanjuba, da primeira Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) do País, com reatores anaeróbicos de baixa taxa. Ele elogiou a iniciativa, observando que ela é muito bem vinda neste momento em que o mundo discute alternativas para a preservação do meio ambiente. Com o investimento de R$ 11 milhões, a planta industrial instalada em Bela Vista de Goiás vai transformar em combustível os dejetos líquidos da indústria, com a possibilidade de reaproveitamento da água tratada e/ou devolução em perfeito estado para o meio ambiente.
“Este é um projeto pioneiro no Brasil e contribuirá com a redução do impacto da atividade industrial, melhorando a qualidade ambiental. O Laticínios Bela Vista mostra que é possível aliar desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente. O que havia de desperdício, agora é renda. Esta é uma mudança de paradigma que tem levado o governo do Estado também a buscar tecnologias menos poluidoras. Hoje, uma das maiores despesas da Saneago é com energia elétrica. Podemos usar este recurso tecnológico”, afirmou o governador.
Marconi ressaltou que esse projeto do grupo Picaranjuba segue o foco enfatizado pelo Estado de inovação como estratégia para Goiás se tornar um dos estados mais competitivos do País, além de se colocar no centro da discussão mundial. “São exemplos como este que contribuem para aumentar o PIB e a geração de empregos. Além disso, esta é uma discussão mundial. O mundo se prepara para realizar a COP 21, conferência que discutirá, em Paris, a partir da próxima semana, os rumos de uma nova política de preservação do meio ambiente. O Grupo Bela Vista se integra nesta discussão”, disse.
No novo sistema da empresa, o efluente é tratado em meio anaeróbio e o gás formado é captado e enviado para duas caldeiras que utilizarão esse combustível para a geração de vapor. A eficiência no tratamento dos resíduos chegará a 99% em fevereiro, com a possibilidade de reaproveitamento, também, da água. A empresa, que já utiliza exclusivamente madeira de reflorestamento em suas caldeiras de Biomassa, contará com uma redução de 30% no consumo de lenha, graças ao uso do biogás.
O projeto inovador foi desenvolvido com tecnologia canadense, nos últimos dois anos e meio, por cerca de 400 colaboradores. A equipe de engenharia do Laticínios Bela Vista realizou a obra civil e a montagem mecânica. A ADI Sistemas Ambientais Ltda. forneceu toda a tecnologia e equipamentos, que contemplaram a reformulação da Estação de Tratamento de Efluentes atual, e a adoção do Reator ADI-BVF, um dos melhores processos disponíveis em todo mundo.
O diretor industrial da empresa, Marcos Helou, disse que entre os objetivos do projeto estão tornar mais robusto e preparado o tratamento dos efluentes produzidos pela indústria, com o objetivo de proporciona o seu crescimento, além de, ao mesmo tempo, aproveitar a geração de biogás e reduzir ainda mais o impacto ambiental.
“Pretendemos devolver ao rio a água com excelente qualidade e pronta para um possível reuso. E, ainda, vamos incentivar a produção de energia sustentável com benefícios ambientais para a sociedade. A empresa conseguiu estruturar um corpo profissional seleto e multidisciplinar, o que propiciou pesquisar e implantar com sucesso a tecnologia. Hoje, as decisões tomadas no Laticínios Bela Vista levam em consideração a nova lógica de pensamento voltada para a preservação ambiental”, reforçou.
Foto: Eduardo Ferreira
