No topo do Mendanha

O Morro do Mendanha é um dos mirantes mais abrangentes da região metropolitana de Goiânia. Dele é possível observar grande parte da metrópole. Da Rua Olimpo, no Jardim Petrópolis, conhecido ponto de lazer da região, forma-se no horizonte um panorama dos prédios que tem início na região do Negrão de Lima, percorrendo o Centro e os setores Oeste, Bueno, Marista, Jardim Goiás (ao fundo) e região Sudoeste. O Morro e suas grandes antenas podem ser vistos de vários pontos da capital, e possui presença vasta de vegetação. Para o local está prevista a construção de um parque ligado ao Programa Macambira-Anicuns, que visa preservar a bacia hidrográfica da capital e criar ambientes de lazer para a população.

Localizado próximo à saída para trindade e ao Terminal Padre Pelágio, o Morro é povoado por vários bairros da região. No artigo ‘Da Região Metropolitana de Goiânia – Possibilidades de olhar geográfico’, produzido por treze geógrafos da Universidade Federal de Goiás, de 2012, o Morro do Mendanha é citado, ao lado de outros dois morros, como pontos altos principais da cidade. “Os morros do Além (região norte de Goiânia), Mendanha (porção norte do município) e Serrinha (porção sul do município) são os pontos de maior altitude em Goiânia, sendo as cotas altimétricas superiores a 750 metros de altitude”.

Parque Pedreira

O Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns, empenhado em preservar as nascentes do Ribeirão Anicuns e do Córrego Macambira prevê a criação de um parque na região do Jardim Petrópolis. O site da Prefeitura de Goiânia entrega à população a descrição do projeto, que seria parte de um complexo que envolve vários outros parques. “[O programa] está focado na área direta de influência desta bacia, prevendo ações de caráter estrutural em toda a extensão urbana do Córrego Macambira e do Ribeirão Anicuns, através da implantação de um Parque Linear acompanhando esses dois cursos d’água e da criação de dois Parques Ambientais Urbanos”.

Com o nome de Parque da Pedreira, o Programa tem como objetivo a proteção e revitalização das margens dos leitos, hoje degradados pelo processo acelerado de urbanização e habitação de regiões mais afastadas do centro da capital. O site da ainda informações geográficas relacionadas à construção do projeto. “O Parque da Pedreira, com área prevista de 10,2 ha, situado na encosta do Morro do Mendanha pela vertente sul (junto ao bairro Jardim Petrópolis)”.

Em decreto registrado no Diário Oficial da Prefeitura de Goiânia, de 19 de dezembro de 2011, outras informações descrevem o local que abrigará o parque, também sem previsões de entrega. “Parque da Pedreira, com área de 10,5 há, insere-se na região do Morro do Mendanha, local que o Plano Diretor de Goiânia (2007) define como Área de Proteção Ambiental do Alto Anicuns (APAAlto Anicuns). Situa-se na vertente sul do Morro do Mendanha, confrontando-se a norte e a leste com o Bairro Jardim Petrópolis, ao sul com o condomínio fechado Residencial Parque Mendanha e a oeste com uma Gleba vazia”

Violência

Uma das ocorrências mais marcantes registradas nos últimos anos na capital ficou conhecida como a Chacina do Morro do Mendanha. Quatro jovens com idades entre 15 e 19 anos foram assassinadas com um tiro na cabeça no dia 8 de março (dia da mulher) de 2014. O crime gerou grande comoção, repercussão nacional e discussões sobre o direito das mulheres. A solução jurídica do crime se arrastou até o mês de dezembro daquele ano, quando o último suspeito, um menor de 17 anos, foi apreendido no entorno de Brasília. Outros dois suspeitos também foram presos. Um quarto foi morto durante troca de tiros com a polícia também no entorno de Brasília.

Segundo reportagem do jornalista Márcio Leijoto, o menor, identificado como S., teria assumido a autoria dos tiros diante dos jornalistas. A pena máxima que ele pode cumprir, devido sua condição de menor, é de três anos. A motivação do crime seria queima de arquivo, tendo em vista que duas das jovens assassinadas tentaram contato com a Polícia Militar para supostamente denunciar S., por participação em tráfico de drogas.

A polícia não acredita que S. tenha feito tudo sozinho, e o delegado Kleyton Manoel Dias declarou fez uma declaração sobre. “Ficou evidenciado durante as investigações, que os quatro suspeitos tiveram envolvimento com o crime. Se arrastou, se levou, se atirou, não importa, pois todos participaram. Se ele estivesse sozinho, não ia conseguir”.