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No Rio, Simpatia É Quase Amor prega tolerância

Flávia Villela – Repórter da Agência Brasil*

Rio de Janeiro - O Bloco Simpatia É Quase Amor teve, segundo a Riotur, a presença de um público de 100 mil (Fernando Maia/Riotur)

O bloco foi seguido por quase 200 mil foliões na orla de Ipanema, informou a Prefeitura do RioFernando Maia/Riotur

Tolerância e combate ao racismo foram as palavras de ordem neste ano no desfile do bloco Simpatia é Quase Amor, tradicional em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Quase 200 mil foliões participaram da festa, segundo a prefeitura. Uma das autoras do samba deste ano, O Simpatia vai passar, Luiza Fernanda de Figueiredo, disse que o compositor Chico Buarque foi o homenageado, por sua luta pela liberdade de expressão.

Rio de janeiro - O Bloco Simpatia é Quase Amor completa 30 anos de carnaval carioca, desfila na orla de Ipanema, zona sul da capital fluminense (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O bloco completa 30 anos de carnaval carioca, na orla de IpanemaTomaz Silva/Agência Brasil

“O Simpatia nasceu na época da ditadura, fazendo samba a favor da liberdade e Chico Buarque foi um dos grandes compositores que contribuíram para a democracia”, afirmou Luiza. “E hoje temos tanta intolerância, o episódio das pessoas que desrespeitaram o Chico. É muita intolerância política, racial. Assim, o mundo não vai melhorar nunca. Chega de intolerância."

A concentração começou às 15h, nas imediações da Praça General Osório, e seguiu pela Avenida Vieira Souto, na orla. Assim como ocorreu com muitos blocos este ano, o Simpatia desfilou com o apoio da associação dos principais blocos do Rio, o Sebastiana, e com a venda de camisetas, que este ano foram idealizadas pela artista plástica Beatriz Milhazes. Devido à crise financeira, o bloco saiu sem alegorias neste carnaval.

Rio de Janeiro - O Bloco Simpatia É Quase Amor teve, segundo a Riotur, a presença de um público de 100 mil (Fernando Maia/Riotur)

O compositor Chico Buarque foi o homenageado, por sua luta pela liberdade de expressãoFernando Maia/Riotur

A estudante mineira de psicologia, Fabrícia de Sousa, 22 anos, veio pela primeira vez ao Rio curtir o carnaval. “Adorei a ideia de poder dar um mergulho no mar e poder voltar para o bloco. É a combinação perfeita”, comentou.

O professor de música, João Gouvea, 40 anos, frequenta o Simpatia há mais de dez anos. “Só faltei um ano, porque viajei. Costumo ficar no Rio no carnaval, porque a energia é muito boa. O único problema é que está ficando cada vez mais cheio. Fica meio perigoso”.

Enquanto, na praia, banhistas invadiam as areias e se refrescavam na água, na orla, as duas pistas da Vieira Souto estavam tomadas por foliões que disputavam espaço com vendedores ambulantes. Havia grupos carregando a própria bebida, como os capixabas Júlia Santos e Ricardo Vieira, que levavam um pequeno isopor com cerveja. “É a crise. Com nosso isoporsinho fazemos uma economia absurda e bebemos a marca que queremos”, disse Júlia. A fila era grande nos banheiros químicos espalhados ao longo da orla, mas muitos preferiram o mar como opção.

Rio de Janeiro - O Bloco Simpatia É Quase Amor teve, segundo a Riotur, a presença de um público de 100 mil (Fernando Maia/Riotur)

A estudante mineira de psicologia, Fabrícia de Sousa, 22 anos, veio pela primeira vez ao Rio curtir o carnavalFernando Maia/Riotur

O Simpatia é Quase Amor foi criado em 1985, em meio à campanha pelas Diretas Já. As cores do bloco são o amarelo e o lilás, inspiradas no remédio Engov, para evitar ressaca. O nome do bloco foi retirado de uma personagem do livro de Aldir Blanc, Rua dos Artistas e Arredores, o Esmeraldo Simpatia é Quase Amor: conquistador e simpático.

Ao todo, 90 blocos desfilaram neste domingo na capital fluminense. Mais cedo diversos blocos agitaram as ruas. O Cordão do Boitatá, bloco já conhecido pelas fantasias irreverentes, que completou 20 anos neste carnaval, reuniu milhares de pessoas na Praça XV, centro do Rio.

O Thriller Elétrico, em Vila Isabel, homenageou Michael Jackson, misturando samba com as músicas do músico pop.

*Colaboração de Nanna Poça, repórter a Rádio Nacional

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