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Aposentada é presa por racismo após cuspir em delegada e produtora negras

Nesta terça-feira (28/6), a servidora aposentada Terezinha de Oliveira Silva, 77, passará a noite na cadeia acusada de injúria racial e racismo. O episódio ocorreu num supermercado, no Distrito Federal, quando a senhora resolveu puxar os cabelos da produt

Nesta terça-feira (28/6), a servidora aposentada Terezinha de Oliveira Silva, 77, passará a noite na cadeia acusada de injúria racial e racismo. O episódio ocorreu num supermercado, no Distrito Federal, quando a senhora resolveu puxar os cabelos da produtora audiovisual Elizabete Braga, 38, depois de ter perguntado se as mechas eram naturais ou peruca.

Após Elizabete reclamar da atitude, a aposentada começou a proferir palavras como "preta mal educada". A produtora acionou a polícia quando Terezinha cuspiu nos seus pés e conta também que a senhora ameaçou agredí-la fisicamente, alegando que era faixa preta de caratê.

Em uma publicação no Facebook, Elizabete relatou o ocorrido no estabelecimento. "Chamou-me de gentalha e perguntou ao segurança como deixavam mulheres como eu entrar no supermercado. Ah! Ainda cuspiu duas vezes em minha direção. Daquelas cusparadas que se dá quando se quer mostrar desprezo por alguém", relata.

Entretanto, a história não termina aí. Quando os policiais da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin) foram buscar Terezinha para levá-la até o Departamento de Polícia Especializada (DPE), ela desrespeitou a delegada-adjunta Maria do Carmo Correa, que fazia o auto de prisão em flagrante.

No momento que Maria do Carmo fazia a ocorrência, a aposentada declarou que não gosta de negros e novamente cuspiu no chão. Detalhe que a delegada também é negra. De acordo com Gláucia Cristina da Silva, delegada-chefe, a Terezinha responderá duas vezes pelo crime de racismo cuja pena varia de um a três anos de prisão.

Na delegacia, um vídeo registra o momento que a aposentada recebe a ordem de prisão. "Mas eu não cometi crime. Vem uma fulaninha me denunciar, eles vão lá, me pegam na minha casa e eu estou presa. Eu não sabia que isso era polícia brasileira" lamenta.

Como o crime de racismo é inafiançável, Terezinha passará a noite na Deam e depois participará da audiência de custódia. Se o juiz decidir que ela deve continuar presa, irá para o complexo da Papuda, onde ficará até o julgamento.