Uma caixinha de livros com a escritura "Manifesto Comunista" colocou as forças de segurança estadual e federal em alerta na manhã desta terça-feira, em Goiânia.
Tudo por conta de uma falsa ideia de que o embrulho seria, na verdade, uma bomba.
Em prontidão desde às 9h30, a Polícia Federal e Militar de Goiás fecharam a rua 235, no setor Universitário, onde se localiza o Teatro Asklepiós.
A recente explosão de bomba que vitimou um advogado de Goiânia motivou toda a cautela dos policiais e presentes. "Parece que é alarme falso, mas o seguro morreu de velho", disse ao DM um policial que vigiava quem entrava nas proximidades.
A confusão começou quando um estudante de medicina teria encontrado a caixa suspeita nas proximidades do teatro e realizado o alerta.
O teatro é gerido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e está de frente para a Faculdade de Educação.
Entre 9h30 e 12h, uma multidão se aproximou do local em busca de informações. Emissoras de rádio, TV e representantes de jornais impressos acompanhavam os dedobramentos, a ação da polícia e a análise do objeto deixado no chão. O medo se misturava com descrença.
"Mas Goiânia não tem nada a ver com terrorismo", disse a estudante Janaína Lopes. Outra, Maria Aparecida, questionou: "Mas se é bomba, qual motivo da polícia demorar tanto para estourar. Tá esperando o que mesmo?".
Quando menos se esperava, surgiu um estudante de mestrado da UFG, que não se identificou, e pegou os livros pelo braço e quando já saía do local foi repreendido pela polícia: "Estes livros são meus!".
Assustado com a repercussão, o jovem percebeu que a caixa de papelão é que motivava a presença da polícia em peso no local.
O estudante não quis dar entrevistas nem permtiu que fossem realizadas cenas dele. "Vocês já sabem a história. Contem aí o que viram. Só isso", disse meio nervoso.
Uma professora do estudante explicou que ele chegou ontem, 25, de uma excursão e na hora de ir embora teria esquecido a caixa próximo do teatro da Faculdade de Medicina.
Depois de tudo resolvido, foi embora com elogios da professora. "Ele é muito estudioso. Onde vai, ele leva essa caixa de livros".
E assim terminava mais uma paranóia terrorista no país, em Tensão Pré-Jogos Olímpicos.
(Colaborou Jackeline Osório)