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Operação da PF investiga desvios do Bolsa Atleta ocorridos em 2012

Foto:Reprodução


A Polícia Federal (PF) realizou na sexta-feira, 18, a Operação Havana que investiga a ação de uma quadrilha no Ministério do Esporte que chegou a desviar em 2012, cerca R$ 885 mil, de verbas direcionadas ao Bolsa Atleta. Segundo a corporação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva, autorizados pela 10ª Vara da Justiça no Distrito Federal.

As investigações apontam que o grupo, em apenas um ano, conseguiu inserir 25 atletas fantasmas com alto rendimento e nível olímpico, no sistema de inserção para o benefício do Ministério do Esporte. As fraudes teriam ocorrido há cinco anos e podem ter desviado mais de R$ 1 milhão em valores atualizados, dos recursos direcionados ao benefício.

O esquema direcionava o dinheiro para seis contas bancárias cujos donos foram alvo da operação de ontem. Após realizado o depósito, a quantia era pulverizada em outras contas e empresas ajudavam a ocultar o patrimônio.

A PF informou que um dos líderes da quadrilha foi funcionário terceirizado da pasta que fazia a inserção de dados dos atletas fantasmas naquele ano. Depois das fraudes, o cubano José Hector Blanco Zorrilla se tornou um dos sócios do bar Versão Brasileira, em Brasília.

Outros titulares de contas bancárias que receberam o dinheiro da verba desviada foram Edigema Garrido Zorrilla, irmã de José, Bruno de Miranda Ribeiro Brito Lins, Paula Assis de Miranda Ribeiro, Silvia Teixeira Almeida e Vanilson Marinho de Farias.

De acordo com os investigadores, os depósitos foram feitos em março e setembro de 2012 e as investigações começaram após a realização de uma auditoria interna no Ministério do Esporte que identificou que algumas pessoas não tinham feito o requerimento devido para receber o benefício e mesmo assim estavam sendo beneficiadas pelo programa.

O nome da operação faz referência ao local de nascimento do chefe da organização criminosa.

Programa

No site oficial, o Ministério do Esporte explica que o Bolsa Atleta foi criado em 2005 e é o maior programa de patrocínio individual de atletas no mundo. O público beneficiário são atletas de alto rendimento que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de sua modalidade.

O programa garante condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas. Desde 2012, com a Lei 12.395/11, é permitido que o candidato tenha outros patrocínios, o que permite que atletas consagrados possam ter a bolsa e, assim, contar com mais uma fonte de recurso para suas atividades.

Atualmente, são seis as categorias de bolsa oferecidas pelo Ministério do Esporte: Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpico/Paralímpico e Pódio. A partir da assinatura do termo de adesão, os contemplados recebem o equivalente a 12 parcelas do valor definido na categoria: Atleta de Base (R$ 370); Estudantil (R$ 370); Nacional (R$ 925); Internacional (R$ 1.850); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100) e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil).

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