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Uma padaria de Goiânia tem oferecido "água da casa" para os clientes. É no mínimo prudente, educado e solidário nos dia em que o líquido torna-se tão preciso, já que falta água na maioria dos setores de Goiânia e região metropolitana.
Conforme os proprietários, a água simboliza boas-vindas no empreendimento localizado no setor Bueno.
De fato, a empresa assumiu, a partir do nome francês que batiza a padaria, uma prática francesa de não cobrar pela água - que nem sempre ocorre, já que os turistas são na maioria das vezes obrigados a adquirir a água mineral vendida ao preço dos refrigerantes e café.
“Nós, que apreciamos hábitos simples, mas que valorizam a gastronomia, fizemos questão de implantar por aqui”, diz a fundadora da padaria, Cristina Quinan.
A prática de Cristina, todavia, é rara. A maioria dos estabelecimentos em Goiás se nega a ofertar 'água da casa'. Em vez da cortesia, cobra pela água mineral, que em alguns pontos já chega a custar R$ 6,50.
O advogado Uarian Ferreira, um dos dirigentes da ONG Associação Nacional para Defesa da Cidadania, Meio Ambiente e Democracia (Amarbrasil), realiza movimentos e ações em defesa da água da casa desde 2011. Para o advogado, é absurdo a cultura da cobrança do líquido vital.
Uarian diz que a cobrança afronta o parágrafo I do artigo 3° da Constituição Federal (CF) que estabelece como objetivo da norma constitucional “construir uma sociedade livre, justa e solidária”.
O advogado defende a oferta espontânea de jarras ou bebedouros. “O objetivo principal de nossa campanha é conscientizar as pessoas que elas estão perdendo um direito, um direito básico de ter água gratuita, água da casa que sempre foi oferecida nos bares restaurantes e hotéis"
Uarian diz que a acessibilidade é sempre uma farsa em shoppings e outros estabelecimentos de maior estrutura. Conforme o advogado, a água é ofertada próximo dos banheiros e o bebedouro programado para dar pouca água. "Os bebedouros não esguicham água. Trata-se de um bem maior, que é a fonte da vida. Ela tem que estar no centro de todos os ambientes”, diz.
LEI
O deputado estadual Bruno Peixoto apresentou o projeto de Lei n° 2606/15, que propõe a obrigatoriedade de restaurantes, bares e estabelecimentos similares servirem água filtrada gratuitamente aos seus clientes.
O deputado é contra o cliente chegar e ainda ter que pedir.
Goiânia e cidades vizinhas enfrenta hoje uma crise hídrica. Muitos lares falta água e só no início de outubro se estabelece a previsão de normalidade.
