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Síndrome da Mulher Maravilha afeta grande parte das mulheres

Você já ouviu aquele ditado, que mulher consegue chupar cana e assobiar ao mesmo tempo? Bom, caso não tenha ouvido, isso passou a ser uma constante na vida da mulher moderna, que tem que se dividir entre os afazeres de casa, cuidados com os filhos e o trabalho. E nesse período houve o desenvolvimento de uma nova "doença", a Síndrome da Mulher Maravilha.

Mas antes de entrar nesse contexto, uma pesquisa mostra que apenas 2% da população é capaz de fazer tarefas de forma simultâneas. Enquanto os outros 98% acabam de alguma maneira mostrando uma perda na qualidade, celeridade e foco na atividade principal, que pode fazer com que a pessoa venha a adoecer.

Segundo a psicóloga Michelle Branquinho, grande parte das mulheres atualmente se sentem sobrecarregadas e se definem como “multitarefas” porque precisa desempenhar diversas tarefas ao mesmo tempo em casa e no trabalho. Junto com as obrigações que parecem não ter fim, surge a Síndrome da Mulher Maravilha, uma condição que vem sendo observada e é usada para definir a mulher multitarefa.

“Ela se manifesta quando a mulher passa a se sentir como refém das pressões externas da sociedade moderna na busca da perfeição, utilizando-se de supostos superpoderes, autoiludida sobre a própria capacidade e equivocada quanto à prioridade de vida”, explica a psicóloga Michelle Branquinho.

Psicóloga pontua que a Síndrome da Mulher Maravilha não é uma doença em si, mas que pode desencadear outros problemas

Michelle Branquinho - Psicóloga

Segundo Michelle, é comum que seja confundida com outras doenças, mas a “síndrome” é o conjunto de sintomas que podem ser observados em várias doenças sem causa específica. Dessa forma, a “Mulher Maravilha” não é uma doença em si, mas pode desencadear problemas como estresse, ansiedade e transtorno de personalidade.

De acordo com a psicóloga, as mulheres mais jovens que sonham em ter uma carreira profissional bem-sucedida, mas não podem abrir mão das demais atividades são algumas das mais afetadas pela síndrome.

“Ela mantém a mulher sob estresse acentuado, robotizada, refém de si mesma e das pressões externas, inviabilizando a expansão do seu autoconhecimento, autocuidado e bem-estar. Por isso, é importante estar atenta”, explica Michelle.

A jornalista Ana Carolina Tavares afirma que às vezes se sente sobrecarregada, ela é casada, tem um filho de dois anos, trabalha de segunda a sexta-feira e está terminando uma especialização.

Foto: Ana Carolina Tavares - jornalista

“A minha rotina é bem agitada, acho que quase toda mulher se sente cobrada pela sociedade, a gente tem que dar atenção pra família, trabalhar fora, estudar, estar bem arrumada, esteticamente cuidada, então de certa forma quando a gente não dá conta de tudo, somos cobradas pela sociedade. Você tem que trabalhar como se não houvesse preocupações, tem que cuidar de casa como se não tivesse que trabalhar fora, tem que cuidar de si esteticamente como se você não tivesse tantas outras coisas para cuidar, então a gente acaba se culpado por não dar conta de fazer tudo bem feito”, afirma Ana Carolina.

Sara Lorena da Silva, de 20 anos ,trabalha de domingo a domingo com uma folga no sábado, dia que faz um curso técnico em enfermagem, ela afirma que se sente muito sobrecarregada e cobrada pela sociedade. “As mulheres têm que dar conta de tudo sempre e são muito cobradas em "fazer bem" o papel de esposa, dona de casa, mãe e além de ter que se encaixar em um padrão de beleza. A pressão e cobrança me deixam eufóricas e com o pensamento de que sou obrigada a dar conta de tudo e caso eu não consiga o julgamento da sociedade é que fracassei”, afirma Sara Lorena.

Sara Lorena da Silva - Balconista

Ana Carolina afirma que consegue lidar com tudo graças à rede de apoio que ela tem. ‘Eu conto com minha mãe, minha sogra, meu esposo e isso facilita pra mim, eu vejo que para as mulheres que não contam com isso é mais difícil ainda. Também tento trabalhar a minha mente, colocar na mente que se eu não der conta de fazer isso ou aquilo tá tudo bem”.

Segundo Michelle, o melhor caminho é enfrentar e confrontar o sentimento de culpa que é o maior vilão. “É preciso aprender a lidar com seus limites, gerir o tempo de forma eficaz e ampliar o autodiscernimento para tomar escolhas melhores e mais conscientes, priorizando decisões e buscando autoconhecimento através da ajuda de um profissional”, finaliza a psicóloga.

Veja alguns dos principais sintomas para ficar atenta:

• Sentimento de culpa;
• Agressividade e impaciência;
• Alterações de memória;
• Angústia;
• Ansiedade;
• Exaustão ou dificuldade para relaxar;
• Distúrbios do sono;
• Imunodeficiência;
• Sensação de vazio existencial;
• Sentimento de estar sempre devendo;
• Síndrome da pressa;
• Tensão muscular e dor de cabeça tensional;
• Transtornos cardiovasculares.

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