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O Desenvolvimento Sustentável começa com o Resgate Social

Muito se fala em desenvolvimento sustentável, no entanto, mais de 80% das pessoas não vivem em ecossistemas, vivem em cidades, que para se manterem retiram vultosos recursos incessantemente daqueles. Praticamente todas as cidades muito populosas  extrapol

Muito se fala em desenvolvimento sustentável, no entanto, mais de 80% das pessoas não vivem em ecossistemas, vivem em cidades, que para se manterem retiram vultosos recursos incessantemente daqueles. Praticamente todas as cidades muito populosas  extrapolam grandemente o número de habitantes compatíveis com o planejamento, portanto, são inegavelmente um atestado de analfabetismo ambiental. Assim, para um início de alfabetização ambiental devemos começar com o que está bem perto de nós e prioritariamente nos diz respeito, ou seja, os nossos semelhantes.

É paradoxal uma espécie com epíteto especifico de sapiens que lança sondas espaciais para além dos confins do sistema solar, que se propõe a gastar milhões, talvez bilhões na busca de vida extraterrestre, inclusive vida inteligente, entretanto, não consegue resolver o problema da fome diária de mais de 800 milhões de pessoas e da privação de água tratada de um bilhão de indivíduos da nossa espécie.

Como pretender escalar montanhas se estamos patinando na planície... Interagir harmoniosamente com os animais e plantas, encontrar métodos de produção que minimizam o impacto ambiental e sanar a febre de consumo são posições até louváveis para o ser humano, mas o resgate social efetivo e afetivamente trabalhado é imprescindível para desalienar o ser humano permitindo-lhe a construção de valores intrínsecos que não se limitam apenas ao âmbito material.

Cegos são os que não percebem que os desequilíbrios ambientais verificados nas nossas cidades, nos ecossistemas e no planeta são um atestado inegável do desequilíbrio na interioridade do homem, portanto é nessa dimensão trabalhada que algum sinal de mudança pode realmente acontecer.