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Boatos sobre um lobo em pele de coelho

Lewis Carroll, esse autor em questão já foi acusado no correr da história de pedofilia e até de ser o serial killer mais obscuro de todos os tempos, Jack o Estripador. Mas os fatos comprovados sobre essa peça são que ele era matemático e autor.  De sua  obra literária  o que  ficou de eterno foram os encantadores “Alice no país das maravilhas” e “Alice através do espelho”.

No campo da matemática também lançou alguns títulos com seu nome real, Charles Lutwidge Dodgson, como o livro "Matemática Curiosa". O pseudônimo Lewis Carroll foi construído por causa das iniciais “L” e “C”, que em inglês são pronunciadas como “Eli” e “Ci” semelhante a pronuncia inglesa do nome Alice que é “Elici”.

Assassino em série, até isso caiu nas costas de Carroll. A história relata que uma pessoa cometeu uma série de crimes, nos quais as vítimas eram prostitutas, ele foi nomeado como “Jack, o estripador”. Depois que Lewis morreu ele foi apontado como um dos suspeitos, não existe evidência, o motivo é que apontavam o cara como um perfil psicológico suspeitável. Mas a galera que estuda isso mais seriamente duvida muito que Carroll seja o culpado.

Os boatos sobre sua atração sexual por crianças vieram do fato de que ele adorava passar seu tempo com elas. Antes de toda essa onda era um cara comum, família religiosa, formado em matemática e professor de universidade. Mas chegando a certa época de sua vida ele decidiu viver para retratar crianças em pinturas e fotografias. Tudo bem ele fotografava crianças, mas por vezes elas se encontravam seminuas em seus retratos.

A FIXAÇÃO POR ALICE

O fato de que ele criou seu pseudônimo baseado no nome de uma garotinha já levantava murmúrios. A garota em questão era Alice Liddell, que Lewis conheceu em um passeio de barco pelo rio Tâmisa, em que ela estava acompanhada de suas irmãs. Nesse passeio o autor passou a viagem contando uma história fantástica para a menina povoada por coelhos de colete, gatos sorridentes e outras paradas surreais.

Ao fim da viagem ele prometeu a menina que escreveria a história contada em um manuscrito e mandaria para ela, assim ele fez. Influenciado pelos amigos que consideraram a história boa o suficiente para encantar outras crianças, Lewis resolveu publicar como livro. O nome original era “Alice’s Adventures Under Ground” ou “As Aventuras de Alice no Subterrâneo”. Mas para publicar o livro o nome mudou para “Alice’s in Worderland” ou “Alice no País das Maravilhas”.

Muitas teorias e biografias contam a vida deste autor, nas mais recentes a história de que ele seria um pedófilo foi questionada. O biógrafo Edward Wakeling fala que o interesse de Carroll por crianças eram ligados ao seu interesse pelo conhecimento. O autor defende que Carroll achava um absurdo e um desperdício garotas não poderem estudar e por isso dedicava tempo a elas incentivando a criatividade das crianças.

OS COGUMELOS PSICODÉLICOS

Essa história toda, o passeio de barco pelo Tâmisa, o livro e tudo mais aconteceu uns 100 anos antes da era de ouro da psicodelia, que foram os anos sessenta do século XX. Mas a questão é que toda a surrealidade presente em “Alice” sempre pendeu para ser compreendida como uma viagem química da mente.

O termo em inglês para quem está sob efeito de drogas é “higher”, que significa mais ou menos estar “alto”. No livro quando Alice ingere um cogumelo ou bebe de uma garrafa onde está escrito “Beba-me”, ela muda de tamanho e em certas ocasiões fica alta, alta mesmo com vários metros de altura.

Esse tipo de coisa foi um prato cheio para as interpretações psicodélicas. O LSD foi descoberto muitas décadas depois do livro ser escrito. Porém a “viagem” de Alice repleta de personagens sem cabimento e distorções da realidade remete a alguns efeitos lisérgicos causados pelo LSD.

Das “fritações” dos anos 60 até música foi inspirada pela história do país das maravilhas. A mais famosa é White Rabbit da banda “Jefferson Airplane”. Aquele filme bonitinho da Disney sobre “Alice” é da década de 70 e também faz referências a lisergia. Na época a divulgação do filme era feita em cartazes com cores e formas que remetiam a psicodelia dos 60.

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