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Respeita as minas no carnaval

Brincar o carnaval, tem muita gente que curte e muito. Mas se tem uma coisa que não é brincadeira é abuso sexual durante os festejos carnavalescos. O ar de liberdade sexual que o carnaval inspira é muitas vezes confundido com liberdade sobre o corpo alheio. A mensagem que precisa ser compreendida é que o “não” das mulheres continuam significando “não” nos dias de folia.

Nessa época do ano o número de casos de violência contra as mulheres aumenta em até 30%. Isso é extremamente preocupante visto que mulheres sofrem violência sexual todos os dias no Brasil. Por ano ocorrem 527 mil tentativas ou casos de estupros consumados no país, dos quais apenas 10% são reportados à polícia, dados do IPEA (Institudo de Pesquisa Econômica Aplicada).

Esses dados, apesar do absurdo, ainda podem estar distantes da realidade, já que os números não incluem outras formas de agressão à liberdade sexual que de acordo com a Organização Mundial da Saúde, se trata de “qualquer ato sexual ou tentativa de obter ato sexual, investidas ou comentários sexuais indesejáveis, ou qualquer outra forma, contra a sexualidade de uma pessoa usando coerção”.

As minas e as campanhas contra o abuso


"Se a abordagem é agressiva, meu número é 180" esse é o slogan de uma campanha que incentiva mulheres que sofrerem abuso a denunciar. Mesmo durante o frenesi carnavalesco é importante que se denunciem os abusadores.Essa campanha tem o apoio das Organizações das Nações Unidas e foi lançada pelas agências The Aubergine Panda e Lynx. A ideia foi inspirada no samba "Pelo Telefone", de Donga (O chefe da folia/ Pelo telefone manda me avisar/ Que com alegria/ Não se questione para se brincar) que ganhou uma paródia. A nova letra diz que "A chefa da folia pelo telefone manda avisar, que com violência não dá pra brincar".

Entrevistadas pela Agência Brasil, foliãs foram unânimes ao afirmar que sofreram vários tipos de abusos. “O cara chegou e me deu uma chave de braço [técnica de imobilização no pescoço]. Não tive como sair e ele me beijou”, relatou a designer Paula (nome fictício), que participou de um bloco no centro do Rio. “É carnaval e a galera acha que pode pegar, passar a mão, beijar à força. Se estiver de shortinho, então...” conta outra foliã.

No facebook várias páginas e grupos feministas vem divulgando material para conscientizar contra os abusos de carnaval. A página “Moça, você é machista” está divulgando uma campanha independente contra a violência sexual.

Na página está o seguinte


Atenção, mulherada! A luta feminista vai invadir o carnaval!!

 Em São Paulo, vamos distribuir alguns kits nos blocos da Vila Madalena, com apito, camisinha e cartão vermelho, com informações sobre como agir diante de uma situação de violência sexual”.

A prefeitura de São João del Rei em Minas Gerais também lançou uma campanha muito bem construída contra os abusos sexuais de carnaval. A campanha está sendo largamente compartilhada em todo o país. Trata-se de uma lista do que “pode” e “não pode” a respeito das minas durante a folia.

O que é abuso?


Além de atos expressos de violência física ou sexual, também são casos de abuso beijar uma mulher à força, prendê-la pelo braço e não deixá-la ir embora, tocar seu corpo sem permissão e ofender, agredir verbalmente ou desrespeitá-la caso ela diga ‘não’. Estes podem - e devem - ser denunciados.

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