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CULTURA

Pelo ouro e pela liberdade

Hoje se lembra a brava e sofrida história de Joaquim José da Silva Xavier, que ficaria conhecido como Tiradentes. O nome que correria os séculos, nasceu no dia 12 de Novembro de 1746 na cidade de Pombal, no estado de Minas Gerais. Ele foi o quarto dos nove filhos que os seus pais tiveram.

Em 1767, sua mãe faleceu e ele foi morar com os irmãos e o pai na Vila de Santo Antônio. Dois anos mais tarde, quando tinha pouco mais de 11 anos de idade, seu pai também vem a falecer e sua família começa a perder todos os bens e propriedades por conta das dívidas que possuíam. Ele então ficou sob os cuidados de um primo que era dentista. Em pouco tempo ele se apaixonou por essa profissão e decidiu seguir a mesma carreira que seu primo. É aí que encontramos o motivo do apelido “Tiradentes”.

Em 1780, ele decidiu se alistar na tropa da Capitania de Minas Gerais. Um ano depois, já havia sido nomeado comandante de um setor que cuidava do escoamento da produção de minérios. Foi aí que ele começou a criticar a exploração abusiva dos recursos naturais do nosso país.

Mudou-se para o Rio de Janeiro e lá, criou vários projetos políticos, mas não conseguiu aprovação para a execução de muitos deles. Quando voltou para Minas Gerais, começou a espalhar suas ideias a respeito de independência da província, por toda Vila Rica. O que deu ainda mais força para o seu movimento foi a independência da América e a formação dos Estados Unidos.

Todo o movimento foi centrado no ideal de tornar o Brasil um país independente. Aqueles que conspiravam pretendiam proclamar a república, mas essa ideia ficou só na cabeça mesmo. Todo o movimento que Tiradentes havia começado estava ganhando força, mas foi delatado através de uma denúncia que Joaquim Silvério dos Reis fez ao governador no ano de 1789.

Condenação e morte de Tiradentes

Quando isso aconteceu, Tiradentes estava no Rio de Janeiro e escondeu-se, mas em pouco tempo acabou preso. O julgamento de todos os inconfidentes, inclusive Tiradentes, durou três anos, mas finalmente foi dada a sentença definitiva. Alguns deles foram condenados à morte e outros ao degredo, entretanto, no dia seguinte, por conta de uma carta de D. Maria I, a pena de morte foi dada apenas à Tiradentes.

Ele foi enforcado no dia 21 de Abril de 1792, no Rio de Janeiro. Em seguida, seu corpo foi esquartejado e exposto em praça pública, como era de costume naquela época. O local atualmente, foi batizado de Praça Tiradentes, onde se ergue uma estátua em homenagem ao mártire.

Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul ,Varginha do Lourenço,Barbacena,Queluz, (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.

“JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde.

MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792, Eu, o desembargador Francisco Luiz Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão que o escrevi. Sebão. Xer. de Vaslos. Cout.”

Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte,21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.

Em 1965, durante a primeira fase da ditadura militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então ditador da República, para reforçar essa imagem de Tiradentes, foi sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

Na cultura Tiradentes recebeu grande homenagem popular do G.R.E.S. Império Serrano, que desfilou em 1949 entoando o samba Exaltação a Tiradentes, cujos autores são Mano Décio, Estanislau Silva e Penteado.Em 2008, a escola  Unidos do Viradouro, com o tema "É de arrepiar", desfilou no carro de número 5 – "execução da liberdade" – o destaque com o carnavalesco Paulo Barros fantasiado de Tiradentes.

Atualmente a Globo exibe a minissérie “Liberdade, Liberdade!”onde a trama discute a história de sua filha Joaquina, após a sentença que vitimou o pai alferes. Vários livros e filmes, também foram feitos para recontar esse capítulo da história brasileira:

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