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“O funk sempre teve o seu espaço”

Muitos podem torcer o nariz para o funk carioca. Mas taí um ritmo brasileiro que conseguiu sair do gueto, para se espalhar entre elite carioca, e depois por todo Brasil. A história deste gênero, nascido nas favelas do Rio de Janeiro, começou na década 70, época em que os Djs misturavam pitadas da música brasileira ao clássico funk norte-americano. A coisa foi crescendo, principalmente nos bailes funks, até que o underground tornou-se popular. E também mostrou um Brasil, que muitos nem queria ver.

Desde então muita coisa mudou até chegarmos às musas funkeiras Anitta e Ludmilla. Mas, tem se tem um nome que simboliza esta entrada do funk Brasil afora é o da dupla Claudinho e Buchecha. Claro, que eles suavizaram o estilo, com uma pegada mais melódica, e letras românticas, que–sem precisar de mudar de letra–ganharam as rádios e programas da TV aberta. Suas canções conquistaram até compositores da mais cult MPB: Adriana Calcanhoto, por exemplo regravou a canção “Fico Assim” de Buchecha.

Como muitos sabem, a dupla Claudinho e Buchecha e seus passinhos característicos, que animaram as festas do final da década de 90 e início de 2000, não durou muito. Claudinho morreu voltando de um show no dia 12 de julho de 2002. Após, a tragédia Buchecha repensou a carreira, mas voltou à vida artística em carreira solo. Hoje, aos 41 anos, já gravou seis álbuns sem os parceiro e, está cheio de projetos. Pelo menos é o que disse o cantor, que faz show amanhã, a partir das 17 horas em Goiânia, no Deu Praia, em entrevista ao DMRevista.

“Quero gravar um DVD com algumas participações especiais e em seguida vou iniciar um projeto de gravar artistas novos. Muitos me procuram para orientação sobre como iniciar uma carreira e acho que tudo começa pelo talento e pela música que será a de trabalho. Então, tenho umas apostas aí pra lançar ainda este ano”, prometeu o artista.

Mas antes, aqui em Goiânia, além dos hits mais antigos, a exemplo de: “Só Love” e “Quero te Encontrar”, no Deu Praia, o MC irá também divulgar as canções de seu álbum mais recente intitulado “Funk Pop”. Nele, Buchecha mostra o que soube fazer bem, nestes 20 anos de carreira: agregar ritmos e influências ao bom e velho funk carioca. E este álbum vai mais além nesta interação sonora, e traz participações de nomes, como: Lenine, Ludmilla, Paralamas do Sucesso, Adriana Calcanhoto e Rogério Flausino.

Outra curiosidade de “Funk Pop” é que os filhos de Claudinho, Giulie Oliveira e Clauci Julio, também participaram do processo criativo deste álbum. Perguntamos se poderiam seguir o mesmo caminho do pai, mas o artista não tem tanta certeza. “Eles (seus filhos) apenas interagem quando estou em processo de gravação de CD novo ou algum outro projeto relacionado a música. Eles fazem teatro. Acho que irão engajar por este caminho da arte cênica, mas compõem músicas também”, contou.

Funk democrático

Sobre a ascensão do funk na década de 90, cuja dupla Claudinho e Buchecha participou ativamente, Buchecha não se vangloria, e nem se considera o pioneiro do estilo nas rádios. Para ele, o gênero sempre teve seu espaço e o sucesso veio porque a dupla soube aproveitar as chances que tiveram.

“Na verdade o funk nunca deixou de ter o seu espaço,o fato é que há um filtro entre um estilo e outro. Esse critério fica a cargo dos DJs e radialistas de funk. Eles tocam o que preferem e isso ou abre portas novas ou as fecham, eu e Claudinho fizemos bom proveito da oportunidade que tivemos”, disse.

15 anos sem Claudinho

Na conversa, como este ano completam-se 15 anos da morte de Claudinho, perguntamos Buchecha se estaria preparando algo em homenagem ao amigo. Contudo, o MC prefere homenagear o amigo de outra forma.

“Já tem esse tempo todo? Caramba como passa rápido. Acho que homenageio ele todos os dias quando subo ao palco,ou entro num estúdio pra gravar algo,ou revirando um álbum de fotos pra recordar momentos da gente. Enfim, só quero deixá-lo num cantinho especial aqui no meu coração”, revela.

MC Buchecha no Deu Praia

Quando: Amanhã, a partir das 17h

Onde: Av. Americano do Brasil, Parque Areião, Setor Marista (ao lado do quartel do Bope)

Ingresso: R$ 60 (feminino)  R$ 80 (masculino)

Informações: (62) 99243-1303

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