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No Chile há espaço para arte goiana

Assumindo todos os riscos de fazer uma arte autêntica e sem amarras. É assim que os artistas plásticos Pitágoras e G. Fogaça chegam juntos–depois de passarem por Madri, Caracas -, à mais uma exposição internacional. Sob a curadoria da cubana Dayalis Gonzáles Perdomo e do goiano Gilmar Camilo. apresentam a mostra “Instinto”, em Santigo. Nela, a produtora cultural Malu da Cunha celebra ainda 10 anos de uma trabalho que possibilita esta aproximação entre artistas goianos e chilenos.
Em Santiago, esta mostra, que começou a ser produzida a quatro anos e tem o objetivo de trazer o que está no DNA dos artistas, vai ficar em cartaz na Sala Alcázar do Museu Histórico e Militar até o dia 16 de julho. Nela, haverá a exibição de 22 trabalhos–11 de cada artista. Após o período no Chile estas mesmas obras irão chegar ao Museu de Arte de Goiânia (MAG), já que a exposição é itinerante.
Em “Instinto”, G.Fogaça aparece diferente. Suas cidades em azul-escuro, dramáticas e implementadas sob muitas camadas de tintas, agora aparecem diluídas. “Fogaça se pôs a investigar uma pintura mais interior em oposição aos temas urbanos que perpassaram sua obra. Eles estão lá, só que, diferentemente, orgânicos no gesto, traduzindo as ambições estéticas mais profundas, mais íntimas.
Fogaça conta que “Instinto” tem sido a experiência mais emocionante que já viveu e a define como “um mergulho na liberdade”. “Estou vindo de uma fase escura, preocupada com a formalidade. Diluir a cidade é diluir as angústias, as tensões e o medo. A simplificação de tudo. É falar do visível, não apenas na superfície, mas na densidade”, explica o artista.
Por outro, para Gilmar Camilo nas telas de Pitágoras o público pode encontrar duas características antagônicas em um mesmo pintor. Pois em sua obra ostenta uma técnica refinada sem perder o “gesto pictório dos primeiros anos”. “Pitágoras é um pintor compulsivo, explosivo e nem por isso menos interiorizado”, explica o curador.
“Não trago tradições nem lições. Faço algo que denuncia, algo preponderante na minha personalidade; aleatório, impreciso. Sem laivos morais. Sem a persistência absurda de sentir algo natural. Estou dentro desse ritual que é viver, fugir, voltar, sumir, assumir, nada que uma criança não saiba, que é o advir sem saber o que vem. Estou inserido na poética. Isto não é uma afirmação, porque a vida age lá fora e cada dia é um outro dia”, disse o artista.

Intercâmbio


Instinto também celebra 10 anos de intensa troca entre os artistas do Chile e os pintores goianos. E se aconteceu uma década de exposições de chilenos por aqui e a ida de brasileiros para o país governado por Michell Bachelet, isso se deve ao encontro da produtora cultural Malu da Cunha com o produtor cultural e entusiasta da arte brasileira, Jaime Ramirez Gajardo.
Na época, ele era responsável pelo setor cultural da Universidad Tecnológica Metropolitana (Utem). “Tudo se iniciou com uma exposição de Fogaca. A partir daí, se consolidou um intercâmbio com o artista e comigo, e por meio dele vários artistas goianos expuseram no Chile”, relembra Malu da Cunha.
Ainda de acordo com ela, as artes visuais produzidas em Goiás têm sido alvo de inúmeros curadores e galeristas em várias partes do mundo e até cita algumas ações que possibilitam esta troca de olhares. “O Fundo de Cultura é um apoio institucional importante que, aliado a outras ações de intercâmbio de ideias, pode propiciar um ambiente altamente profissionalizado, tendo em vista o nível de qualidade de arte goiana”, disse.

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