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Palestra destaca livro de Luiz Augusto Paranhos Sampaio na Aflag

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Curiosidades da Lista Telefônica de 1943, a primeira de Goiânia, foram os destaques da palestra proferida pelo escritor Luiz Augusto Paranhos Sampaio, na reunião comemorativa ao Dia das Mães, na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás – Aflag, na manhã do dia 9 de maio. Entre os episódios relatados consta a existência de pelo menos dois assinantes que detinham mais de um número. Para burlar a proibição existente à época, um deles usou o nome da esposa e outro o de um filho de menos de cinco anos de idade, que depois viria a se tornar prefeito da capital.

Esse e outros episódios estão presentes no livro escrito por Luiz Augusto Paranhos Sampaio que será lançado no mês que vem, baseando-se nos assinantes da Lista de 1943. No total foram 200 biografias e 78 relatos sobre lojas comerciais, somando 360 páginas, um verdadeiro resgate da história de Goiânia e de Goiás.

Luiz Augusto contou que uma das dificuldades encontradas nas suas pesquisas foi que na bibliografia encontrada sobre as mulheres não havia menção aos seus maridos, o que o obrigou a buscar outros meios de descobrir os nomes dos cônjuges. “Foi uma garimpagem”, conta. Segundo ele, a linha telefônica de então era um produto caro, um bem valioso que precisava, inclusive, ser relacionado no imposto de rendas e bens. “O produto hoje está popularizado e quase a terça parte da população tem uma linha fixa ou móvel”, compara.

Na oportunidade também foi comemorado o Dia das Mães, os 100 anos de aparição de Nossa Senhora de Fátima e 129 anos da Abolição da Escravatura. Além da palestra de Luiz Sampaio, as acadêmicas e convidados cantaram, com o acompanhamento da pianista Maria Lucy Veiga Teixeira, o Hino Nacional, o Hino da Aflag, Ave Maria e Balada Goiana. Em seguida, ouviram a declamação poética das acadêmicas Ana Maria Taveira Miguel, Mariza de Castro e Silva Machado e Sônia Cury Liñares.

Ao apresentar as atrações, a presidente Alba Dayrell fez questão de relembrar as datas comemorativas do mês de maio, em especial, o Dia das Mães, tão bem representadas no universo da Academia Feminina. Sobre a abolição, Alba reiterou o espírito libertário que inspirou os brasileiros a obter avanços sobre a nefasta prática que durou quase 300 anos, culminando com a assinatura da Lei Áurea em 1888. Quanto à aparição de Nossa Senhora, destacou que o centenário está mobilizando milhares de pessoas até a cidade de Fátima, em Portugal, onde a Virgem Maria se mostrou, em 1917, aos pequenos pastores, tornando-se um dos maiores centros de peregrinação dos católicos de todo o mundo.

Dirigida por Alba Lucínia de Castro Dayrell, a mesa foi composta por Lêda Selma, presidente da Academia Goiana de Letras; Geraldo Coelho Vaz, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás; Aidenor Aires, presidente da Academia Goianiense de Letras;  Hélio Moreira, presidente do Instituto Cultural da Sicoob, e Luiz Augusto Paranhos Sampaio.

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Verdade da poesia 

Placidina Lemes Siqueira,Cad. nº 12

Venho do mato.

Caio na rua, escorrego avenida, cipio calçadas.

Quem diria?

Onde estou?

O bom bom imita,

é o tambor em ritimia do meu coração sem dor;

o pandeiro segue nu sacudir de ombros; a vida gira,

rodopia ecipia

para a ressurreição da alegria...

Volto para casa.

Onde estou?

O pandeiro rodopia ao toque do tambor,

o fazedor de arte. E o pandeiro? Fantasia.

Fantasia o vírus da cantoria

frente à porta já aberta. Quem diria?

Giro a maçaneta:

Ave, Cristo, Vixe Maria; agora é tarde:

- entro na fábrica da poesia.


A divina comédia invertida

Ercila Macedo Eckel,Cad. nº 10

Evocando os mistérios das estrelas e de mim mesmo na formação do mundo, descobri que há dois paraísos: um material e outro espiritual. O material consiste em nove círculos e planetas de ontem e de hoje, recém-descobertos. E na parte espiritual vislumbro nove círculos angélicos girando em torno do Todo Poderoso. Posso ver, ainda, a Rosa Mística, personagens bíblicos do Antigo e do Novo Testamento, teólogos, filósofos, mitos ancestrais, poetas e políticos renomados. Essas almas entoam cânticos gratulatórios, alternada e voluntariamente, diante do trono divino.

Nesse percurso encontro-me com Beatriz, a garota paixão de minha vida, com quem tive um Dantinho e, transumanizados, avançamos por regiões lunares, daqueles que (des)cumpriram seus votos. Porém minha subida ao Céu com Bia careceu de estrelas. Então minha Amada censurou a cobiça e a inveja dos mortais, bem como a tolice dos discursos de palanque e das notícias mal fundamentadas  na mídia. Nesse momento, Santo Tomás de Aquino me deu atenção especial, tirou minhas dúvidas e confirmou a vaidade dos juízos humanos.

Agora, ao lado de minha amada, abraço centenas de almas de companheiros fiéis lá da Terra, que dizem ter praticado apenas o bem: pessoas simples e, também, doutores das universidades e da Justiça.

Banqueteamos todos ao redor da grande mesa dos salvos.

Verdadeiramente cheguei ao brilho, ao ponto luminoso do nono céu e ao círculo dos bem-aventurados, formando a Cândida Rosa, cercada de crianças e da Virgem Santa. Sinto-me limpo e glorificado nesse Paraíso. Vejo-me triunfante na morada do Pai e nessa República Celeste. Sempre acreditei na Salvação. Que os deuses parem o Sol e a Lua, a fim de que minhas proezas celestes durem e triunfem sobre o tempo.

Despeço-me de minha querida Beatriz, caio nos braços de Morfeu, e sinto o imenso amor divino, puro, que move o Sol e outras estrelas.

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