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Sarau de Cora reúne amantes da poesia na Casa Cor Goiás

Em meio a vertiginosa rotina dos tempos modernos e a excessiva conectividade dos indivíduos que estão cada vez mais atentos às telas de seus smartphones, é difícil imaginar que nos dias de hoje algumas pessoas passam parar um pouco para curtir uma boa música e poesia. Pois pode acreditar é possível, e essa é a proposta das arquitetas Náira Sá e Andréia Spessatto: resgatar a antiga prática dos saraus de poesias, muito comuns em reuniões familiares e de amigos no início do século 19 e final do século 20.

As duas sócias do escritório de arquitetura Sá + Spessatto organizam no próximo dia 30/05, à partir das 19h30, um sarau com poemas de Cora Coralina. O local do evento é a Sala de Cora, ambiente que integra 21ª edição da Casa Cor Goiás e cujo projeto é assinado pelas duas arquitetas. O espaço é uma homenagem a poetisa goiana, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Os versos de cora serão declamados pelo ator Michael Rezende e os jornalistas Carlos Magno e Núbia Lôbo. Os poemas serão apresentados ao som da violinista Renata Benfica Lima e Silva. Com o evento, Náira e Andréia querem também arrecadar livros para serem doados ao Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, que fica no setor Sudoeste, em Goiânia.

O ato declamar poemas era muito cultivado pela própria Cora Coralina, que na Cidade de Goiás, ao vender seus doces gostava sempre de recitar seus versos aos clientes. De acordo com a sobrinha-bisneta da autora, Fernanda Albernaz, Cora sabia de cor a maior parte de sua obra, e fazia questão de declamá-la não só ao vender seus doces, mas também ao receber visitas em casa e nas poucas festas que frequentava. “E fazia isso com muita maestria, tinha tudo na ponta da língua, bastava que alguém pedisse e começava”, conta Fernanda.

Um pouco sobre Cora e sua obra

Apesar de cultivar hábitos de uma vida simples do interior, Cora Coralina demonstrou em seus versos que era uma mulher à frente de seu tempo. Trazia o cotidiano, a infância, o amor e a feminilidade em seus versos, mas revelava-se estar à frente de seu tempo por enfatizar em suas mensagens a liberdade, a força, o amor e o otimismo. Ela mesma dizia escrever para as futuras gerações, sabia que não ia encontrar eco no período em que viveu.

Viveu de 1889 a 1985, tinha apenas a terceira série primária e começou a escrever aos 14 anos de idade, publicando seus textos já com pseudônimo Cora Coralina nos jornais da Cidade de Goiás, onde vivia, e também de outras cidades. Sua profissão era doceira mas, em paralelo, escrevia e recitava suas poesias a cada cliente a quem vendia seus doces. Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores.

Seus textos começaram a ter mais visibilidade após ser saudada por Carlos Drummond de Andrade no Jornal do Brasil nos anos 80. Cora Coralina foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro "Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha". Entre suas principais obras estão: Estórias da Casa Velha da Ponte (contos), Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, Meninos Verdes (infantil) e Meu livro de cordel e outros.

Assunto: Sarau de Cora

Data: 30 de maio

Horário: 19h30

Local: Antigo Colégio José Carlos de Almeida

Endereço: Rua 23, 63, Quadra 84 - Setor Central, Goiânia - GO

Assessoria de imprensa:  Comunicação Sem Fronteiras

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