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CULTURA

O circo do futuro

Tradicionalmente os saberes circenses são passados oralmente de geração para geração entre as nômades famílias que moram no circo. Esta é uma das magias deste universo, além do fato de viajar pelas cidades do mundo, carregando, além de sua arte, grande parte da vida. No entanto, neste mundo globalizado, mal não faz a troca de ideias entre diversas famílias e amigos do circo.

E é justamente para possibilitar este intercâmbio e também com intuito de disseminar os conhecimentos deste universo, que começou nesta segunda-feira (10) e segue até domingo (17) a 8ª Convenção Brasileira de Malabarismo e Circo (CBMC). O evento integra a rede de Difusão e Fomento do circo no país e é uma ação da Associação Brasileira de Malabarismo (Abramala) com coordenação dos grupos locais Trupe Trip Trapo e Coletivo É Só Querê Fazê.

A conferência, que é itinerante e já passou por várias outras cidades do País – a última foi em Barbacena (MG)–, está atraindo companhias e grupos de circo de todo Brasil e da América Latina, no Clube dos Bancários (que está localizado na Avenida Planície 454, na Vila Itatiaia), onde está acontecendo a maioria das atividades da conferência.

Ao todo serão sete dias de espetáculos, dentre 200 atrações, mais de 50 oficinas, competições, mesas-redondas, shows, palco aberto, varietés, cortejo, competições, treinos livres, escambos, venda de material circense e muito mais.

E para quem deseja se profissionalizar ou aperfeiçoar na arte circense, este pode será o momento. A conferência traz consigo oficinas das mais variadas linhas de pesquisa, como aéreos, tecido, corda lisa, avaliação de número cômico e criação de número circense, palhaço, técnicas para apresentação de rua, confecção de máscaras circenses, laboratório e prática de manipulação, semáforo e o palco, mágica e gestão cultural independente.

As crianças também terão vez na programação com o Espaço Piolim, que terá oficinas de confecção de fantoches, brinquedos, aulas de consciência e expressão corporal, ginástica, malabarismo e apresentações diversas.

Igualdade e profissionalização

A programação do evento é também engajada junto às demandas sociais da atualidade e este ano vai debater a participação da mulher na produção artística, com o fim de propiciar novas companhias femininas de circo, no evento chamado a Noite das Mulheres. A proposta é inédita na CBMC, pois trata-se de uma apresentação especial dedicada e produzida por mulheres, a Noite das Mulheres.

O CBMC também mostra que para fazer arte também é necessário empreender e, graças a uma parceria com o Sebrae-GO, irá oferecer workshops e palestras sobre linha de crédito, informações para adesão ao processo de microempreendedor individual, gestão de micro e pequenas empresas, financiamentos e tendências do mercado.

A atividade conta ainda com a já tradicional feira de produtos circenses, que terá diversos fornecedores de equipamentos circenses do país e do mundo e a Circomércio, espaço dedicado à economia criativa com diversos estandes de produtores locais, dentre eles gastronomia e artesanato.

Para todos

Além de toda essa movimentação na Vila Itatiaia, os organizadores do evento também espalharam um pouco da programação pela capital. E, para a comunidade, serão oferecidas apresentações na Praça do Itatiaia sempre a partir das 16h, durante a semana e no Parque Flamboyant, com dupla sessão aos finais de semana, às 10h e às 16h. A maioria das atividades é gratuita, ou seguem o formato de quanto vale seu show, assim o público paga o valor que pode.

Esta interação com a comunidade vai de encontro com um dos principais focos da convenção, que é promover a cultura circense, a formação de plateia e oferecer acesso a produções artísticas nacionais e internacionais. Até o final do evento, os organizadores estimam que cerca de 5 mil pessoas – entre convencionistas, estudiosos do tema e público em geral passem pela Vila Itatiaia.

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