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Carla Zambelli foi citada como defensora por PM que faltou CPI do 8 de janeiro

Zambelli, única parlamentar indiciada em relatório da CPMI, foi citada em vídeo por PM preso após 8/1

Foto: Reprodução Foto: Reprodução

Um major aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal, que liderou um acampamento com tendências golpistas em frente ao Quartel-General do Exército, tem estado no centro das atenções. Cláudio Mendes dos Santos, de 49 anos, que agora se encontra preso, desempenhou um papel fundamental na organização do acampamento em frente ao QG. Ele já mencionou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) como apoiadora do movimento. Este evento ocorreu no contexto do pedido de indiciamento de Zambelli pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional.

Durante sua liderança no acampamento pró-golpe no QG, o major Cláudio revelou que havia disponibilizado um espaço no carro de som principal para alguns políticos.

“Abrimos algumas exceções para pessoas que sofreram. Porque nós temos também ao nosso lado. Temos aqueles também que nos defendem. O deputado [Daniel] Silveira, a própria Carla Zambelli. São pessoas que também estão sofrendo muito com perseguição, e outros aí” afirmou o golpista preso

O major aposentado da PMDF deveria prestar depoimento aos deputados distritais, mas teve um mal-estar e foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião, resultando no adiamento da sessão. Antes disso, a deputada federal Carla Zambelli havia sido mencionada como a única parlamentar na lista de pedidos de indiciamento da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é a relatora da CPMI do 8 de Janeiro.

Zambelli

Gama pediu que a deputada Zambelli fosse responsabilizada por crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de estado.

É inegável que a deputada federal Carla Zambelli, abusando de suas prerrogativas parlamentares, difundiu informações falsas a respeito do processo eleitoral. Entretanto, seu fim maior não era o de simplesmente questionar as urnas eletrônicas, mas se utilizar da aparente dúvida maliciosamente incutida na população a respeito da lisura do pleito para que o plano golpista de Jair Messias Bolsonaro – do qual sempre fez parte – fosse colocado em prática escreveu Eliziane

Carla Zambelli discursou no QG em 24 de novembro de 2022, ao lado de seu marido e do major Cláudio Mendes. Ela fez um discurso inflamado, sugerindo que uma ação estava em andamento para "mexer com as estruturas do Senado".

Um vídeo postado na página do Instagram do marido de Zambelli mostra Cláudio discursando no QG antes de Zambelli. O major usava o microfone para instruir os manifestantes, pedindo que repetissem suas palavras.

Quem é Cláudio Mendes

O militar da reserva da PMDF usava seu título para endossar discursos favoráveis a uma intervenção. Ele era um dos principais líderes que discursavam no palco improvisado em um caminhão no QG de Brasília, e há relatos de que ele teria ensinado táticas de guerrilha no acampamento.

O PM se apresentava como major Cláudio Santa Cruz e usava suas redes sociais para promover uma retórica belicista contra os resultados eleitorais. Em meio à pandemia de COVID-19, em 2020, ele postava vídeos elogiando o ex-presidente Jair Bolsonaro e criticando as medidas de restrição.

Fontes afirmam que o oficial ganhava dinheiro com os eventos pró-Bolsonaro no QG. Há registros de Cláudio Mendes incentivando um golpe de Estado contra os resultados eleitorais em diversas ocasiões.

"Encher a Esplanada"

Em um ponto, durante a posse de Lula (PT), ele se envolveu em uma discussão com apoiadores de Bolsonaro, que o acusaram de estar interessado apenas em dinheiro. Seu salário, segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal, é de R$ 20,7 mil.

Dias antes do atentado no QG, ele participou de um programa de rádio comunitária, onde convocou apoiadores a se reunirem e expressarem solidariedade aos bolsonaristas.

"Quero fazer um apelo aos meus colegas policiais. Eu sou um comandante policial, um major policial, estou na reserva, mas pelo amor de Deus. Polícia Federal, vocês contam com nosso respeito, não se vendam, não deixem alguém fazer vocês rasgarem a Constituição, não pratiquem prisões desleais. Da mesma forma a Polícia Civil."

Durante o programa, ele afirmou que as Forças Armadas estavam apoiando o movimento, incentivando as pessoas que votaram em Bolsonaro a "encher o QG" e a "encher a Esplanada".

A rádio promoveu discursos golpistas por mais de uma hora e pediu contribuições financeiras para apoiar a causa.

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