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Teste: Andamos na versão Hard Working da picape Strada

Norton Luiz Editor de VeículosNão espere conforto da versão Hard Working com cabine simples da Strada. Não mesmo. A picapinha da Fiat nasceu com vocação para o trabalho e é isso de bom que se pode esperar dela. Andamos nessa configuração da Strada, cujo

Norton Luiz
Editor de Veículos

Não espere conforto da versão Hard Working com cabine simples da Strada. Não mesmo. A picapinha da Fiat nasceu com vocação para o trabalho e é isso de bom que se pode esperar dela. Andamos nessa configuração da Strada, cujo projeto estrutural existe sem qualquer mudança há 20 anos. Nem por isso o utilitário decepcionou em vendas ao longo das suas duas décadas de existência. Há 18 anos é a picape mais vendida do seu segmento, mas atualmente o maior volume de unidades comercializadas está focado nas versões destinadas ao trabalho.

O modelo tem o respeito do público consumidor e cumpre bem o seu papel até hoje, mesmo vendida com a mesma plataforma, pega emprestada do Palio da primeira geração, desde o seu lançamento. A Strada recebeu apenas algumas mexidas no sentido de assegurar o transporte de mais carga. Com a picape Strada, em todas as suas versões, a Fiat se deu bem e domina com tranquilidade as vendas até hoje no segmento em que atua a sua “queridinha”. Seu projeto está superado, é verdade, mas as vendas ainda rendem bons dividendos para a fabricante italiana.

Configurações

Testamos a versão de entrada com cabine simples, a Strada Hard Working, equipada com o também já superado motor Fire 1.4, de 88 cv (com etanol) e 85 cv (com gasolina), e transmissão manual de cinco velocidades. Contudo, a picape Strada é comercializada em outras seis versões, cujos preços partem de R$ 49.790 e vão até R$ 79.490.

A linha do modelo oferece, além da configuração com cabine simples, a com cabine estendida, com espaço razoável atrás dos bancos para levar objetos, e a cabine dupla. Esta tem a segunda   fileira de bancos, que oferece bom espaço para duas pessoas, mas desde que não sejam encorpadas fisicamente. O acesso é feito pela terceira porta, localizada do lado direito e com abertura invertida.

A Strada Hard Working cabine simples é uma configuração que não permite outra destinação a ser para o trabalho, a não ser que ouro fim de utilização seja feito apenas por um motorista e o passageiro e que o quesito conforto não seja tão levado em conta. Se a necessidade for levar uma boa carga, a Hard Working é ideal. Ela tem capacidade para transportar 705 kg e 1.220 litros.

Capacidade de carga

O lado bom da configuração da Strada que testamos está na sua capacidade de carga e desempenho, aliado à agilidade, em centros urbanos. O espaço da cabine é somente para o motorista e o passageiro e o conforto não existe. Caso queira melhorar m pouco o ambiente interno, o comprador terá que lançar mão do pacote de opcionais composto pelo rádio (o sistema possui apenas USB, MP3, entrada auxiliar e Bluetooth), ar-condicionado, vidros elétricos e travas elétricas. A direção hidráulica – uma elétrica seria ideal - exige um pouco de esforço nas manobras por ser um pouco pesada.

Outro ponto ruim é o peso da tampa da caçamba. Um sistema de amortecimento cairia bem, mas a fabricante não esqueceu de oferecer, como equipamento de fábrica, protetor de caçamba e ganchos para prender a carga. Capota marítima? Esquece. O comprador tem que gastar em torno de R$ 500 para comprar um caso leve carga com necessidade de cobertura.

Vamos dar mais uma passadinha no interior para reforçar o desejo por melhorias, como regulagem de altura dos bancos, ajuste de profundidade do volante e uma mexida para assegurar modernização, já que o visual é ainda praticamente o mesmo da origem do modelo. Sorte da Strada que as concorrentes Chevrolet Montana e Volkswagen Saveiro com propostas de trabalho também ficaram paradas no tempo e deixaram seu caminho aberto.

Se a Strada está ainda na sua primeira geração, não é surpresa que careça de tantas mudanças para acompanhar o que o consumidor espera de um carro, mesmo que seja destinado ao trabalho. Como consolação fica a certeza de que em 2020 vem a nova geração da picape mais vendida do Brasil há 18 anos. Aí, sim, a Fiat terá oportunidade de trazer uma novíssima Strada, mesmo que não seja uma picape com o mesmo nome para substituir a atual no segmento.

Equipamentos

A versão Hard Working Cabine Simples vem equipada com ar, computador de bordo, tomada 12V, predisposição para som (com 2 alto-falantes e antena) e rodas de aço de 14 polegadas. A direção é hidráulica e os retrovisores são ajustados manualmente.

O motor da versão Hard Working é um 1.4 flex de até 88 cv e 12,5 kgfm, e o câmbio manual de 5 velocidades, não estando disponível uma outra opção de transmissão. O câmbio é macio, de curso longo, mas de pouca precisão. Um dos pontos positivos da Hard Working, que assegura eficiência e robustez à picape da Fiat, e a suspensão.

Não rodamos com a Hard Working com sua capacidade total de carga, mas com o peso levado na caçamba o motor 1.4 deixou claro que é mais do que suficiente para a destinação que propõe a picape. Pelo Inmetro, o consumo é de 7,4 km/l na cidade e 8,5 km/l na estrada, quando abastecida com álcool, mas conseguimos fazer uma média um pouco maior durante a avaliação do utilitário.

Ficha Técnica

Motor: 1.4, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 8V, flex
Potência: 88/85 cv a 5.750 rpm
Torque: 12,5/12,4 kgfm a 3.500 rpm
Câmbio: Manual, 5 marchas, tração dianteira
Direção: Mecânica com pinhão e cremalheira
Suspensão: Independente McPherson (dianteira) e eixo rígido (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira)
Pneus: 175/70 R14
Comprimento: 4,43 m
Largura: 1,66 m
Altura: 1,59 m
Entre-eixos: 2,71 m
Tanque de combustível: 58 litros
Caçamba: 1.220 litros
Peso: 1.113 kg