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ECONOMIA

E se a crise estourar?

“No meio de toda dificuldade encontra-se a oportunidade”. Se a famosa frase do físico Albert Einstein estiver certa, o momento que a economia brasileira vive está cheio de oportunidades, já que o País enfrenta uma crise e recessão econômicas. Os índices de inflação sobem a cada dia e o risco de se investir no Brasil também, além da alta do dólar. Em novembro do ano passado, a inflação era de 0,51%, mas hoje, esse índice chega a 1,22%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o cientista político André Singer, em entrevista à Rede Brasil Atual, o País entrou em um processo de crise, muito devido a questões político-partidárias, como o “confronto” entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, além das denúncias da Operação Lava Jato envolvendo os presidentes do Senado e da Câmara. “Ao mesmo tempo há os sinais de que a situação econômica está se deteriorando de maneira mais acelerada do que se previa. Essa deterioração está sendo mais rápida, o que coloca o cenário numa situação de início de crise”, explica.

Durante o Fórum Internacional da Indústria, realizado neste mês de março em Fortaleza (CE), o palestrante Glenn Morgan, professor da universidade britânica de Cardiff – que tem como área de estudo o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul) –, destacou que para enfrentar e superar a crise, o Brasil necessita de políticas de desenvolvimento da infraestrutura, do sistema de impostos, do sistema de saúde e do sistema de trabalho, com a ajuda dos governos estaduais, federal e de capitais estrangeiros. O professor acredita que o País pode aprender com outras nações que saíram da crise para poder voltar a crescer, como China, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. “Analisando os países emergentes, o Brasil ainda tem muito a crescer”, justifica.

Agravo

Para o jornal britânico Financial Times, na edição da última segunda-feira (23), a crise econômica no Brasil ainda irá se agravar antes de melhorar. O editorial do jornal vai além e aponta que grande parte dos problemas enfrentados atualmente foi criado pelo próprio País, rebatendo os argumentos da presidente Dilma Rousseff de que a crise financeira é devido dificuldades na economia internacional. “O governo, que está no poder há 12 anos, tem culpado fatores externos. Mas a bagunça foi, em grande parte, feita pelo próprio Brasil”. “A crise no Brasil é ruim e provavelmente piorará antes de melhorar”, diz o jornal.

Para o professor Glenn Morgan, uma das soluções para crescimento da economia é a exploração do mercado interno brasileiro, visto que existem muitas possibilidades para a indústria e o foco do País deve ser o de desenvolver o setor industrial. “Em um grande mercado consumidor como o Brasil, existem específicos gostos, aspectos diferentes, que as indústrias brasileiras podem aproveitar, pois têm conhecimento local”, ressalta.

No entanto, o setor industrial precisa gerar mais confiabilidade aos investidores, visto que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,4%, em fevereiro sobre o mês anterior, passando de 85,9 pontos para 83 pontos, conforme o levantamento Sondagem da Indústria de Transformação realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Além das indústrias, Morgan destaca que as pequenas empresas também devem ser fomentadas, sendo o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) de suma importância.

Índices

Outros indicadores da economia brasileira, como o Iace (Indicador Antecedente Compoto da Economia), indicam que o mercado interno tem sido afetado negativamente devido as dificuldades no cenário político do Brasil, além das medidas de ajustes adotadas pelo Governo Federal, o que indica – em curto prazo – um enfraquecimento das expectativas de crescimento econômico. Em nota à imprensa, o economista do Ibre-FVG, Paulo Picchetti, aponta que as políticas fiscais e monetárias, “tanto as já implementadas como as que ainda entrarão em vigor, devem melhorar o crescimento econômico brasileiro no médio a longo prazos”.

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