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3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos

Wandell Seixas,Da editoria de EconomiaO 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos reuniu cerca de duzentos participantes, em sua maioria empresários preocupados com a conjuntura econômica brasileira. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, procurou tranq

Wandell Seixas,Da editoria de Economia

O 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos reuniu cerca de duzentos participantes, em sua maioria empresários preocupados com a conjuntura econômica brasileira. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, procurou tranquilizá-los, acreditando na retomada do processo de desenvolvimento econômico e social com as propostas de reforma e ajuste fiscal, sobretudo na área do ICMS. Na segunda-feira será publicada a Carta de Goiânia, que conterá um resumo do que foi debatido e dos pleitos dos participantes.

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e presidente do Lide Agronegócios (Grupo de Líderes Empresariais), defendeu o melhor uso da ciência no cotidiano, observando que "sem ela, não vamos a lugar nenhum". O ex-embaixador do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), Luiz Felipe de Seixas Corrêa, considerou inerte o posicionamento do governo brasileiro em matéria de comércio internacional. "As teorias oficiais na prática não deram resultado", sublinhou.

Luiz Fernando Furlan, presidente do Lide Internacional e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, manifestou o ponto de vista de que cada um deve procurar abrir fronteiras. Líder do grupo Sadia, disse que sua empresa oferece mais de 11 mil empregos diretos em Goiás. A empresa se faz presente nos municípios goianos de Mineiros, Jataí e Rio Verde. "Só em Rio Verde, 22% da arrecadação do município tem origem na nossa indústria", observou. A Sadia ocupa o sétimo lugar na produção mundial de alimentos.

Em sua opinião, o empresário precisa estar atento ao que o consumidor final quer, sobretudo na indústria alimentar. Ele prevê uma tendência crescente no segmento de alimentos orgânicos. Hoje, já existem nichos de mercado para a cachaça, o limão e o açúcar orgânicos, representados pela caipirinha, citou arrancando aplausos dos presentes. O marketing deve fazer parte do cenário de consumo utilizando-se da maneira de ser do brasileiro. "O jeitão brasileiro, com a sua simpatia natural, pode contribuir para as vendas", acrescentou Furlan.

Produtividade é a saída

O vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Bunge, Martus Tavares, disse que a população em mais alguns anos será superior a dois bilhões de pessoas. Essa explosão demográfica traz problemas de toda natureza, e mais ainda na área de produção de alimentos para sustentar toda essa população.

"A saída será a busca de maior produtividade, do uso da biotecnologia e da redução de custos", mencionou. Pelo lado dos consumidores, todos defendem um produto de maior qualidade e quer saber da procedência desses alimentos e de seu processamento industrial. É um desafio, porque a cadeia produtiva deve se reajustar, agregando ainda os valores éticos, da cidadania e do compromisso com a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

O vice-governador José Eliton, também secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e da Agricultura, teceu considerações sobre a agregação de valor aos produtos e citou exemplos da pequena produção no interior goiano, inclusive sobre o mel do norte de Goiás. Daniel Baptistella, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, discorreu também sua preocupação com o bem-estar animal e a importância da comunicação no que propõe o consumidor.

O governador Marconi Perillo saudou os participantes do fórum, agradeceu a presença dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Meio Ambiente, Aldo Rebelo. Disse da sua confiança nos ajustes propostos pelo governo federal, liderados pelo ministro Levy. Aldo Rebelo agradeceu aos elogios de Marconi e disse que as "portas" do seu Ministério estarão abertas para o governo goiano. Joaquim Levy assegurou o realinhamento da economia brasileira (veja matéria anexa). A senadora Lúcia Vânia se fez presente no encerramento do simpósio.

Prêmios

Foram premiadas pela Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) e pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) as empresas que proporcionam desenvolvimento de canais de distribuição, eficiência em comunicação e marketing, inovação em produtos e melhores práticas de produção: BRF, JBS, Nestlé; Danone, Italac e Vigor; Caramuru, Comigo e Usina Cerradinha; e Bung. Edmundo Klotz, presidente da Abia e considerado um ícone da indústria de alimentos no Brasil, recebeu uma homenagem especial.