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Economistas voltam a piorar projeção para inflação e PIB em 2015

Reuters

Economistas de instituições financeiras voltaram a elevar a perspectiva para a inflação neste ano ao mesmo tempo em que pioraram o cenário sobre a atividade econômica, deixando inalterada a projeção para a Selic ao final do ano.

Segundo a Pesquisa Focus do Banco Central divulgada ontem, os especialistas veem agora o IPCA ao final de 2015 em 8,23 por cento, ante 8,13 por cento no levantamento anterior.

Já a estimativa de avanço dos preços administrados neste ano, que exercem pressão importante sobre a inflação, se manteve em 13 por cento.

Em abril, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, desacelerou a 1,07 por cento, mas ainda assim registrou o maior nível em 12 anos para o mês. No acumulado em 12 meses, o índice teve o pior resultado desde janeiro de 2004, subindo 8,22 por cento.

Já para o dólar, outro fator de preocupação no tocante à inflação, a estimativa para o final de 2015 caiu a 3,21 reais, na comparação com 3,25 reais da semana anterior.

Para o final de 2016, o Focus mostra que a perspectiva para o IPCA foi mantida em 5,60 por cento, com o dólar ao final do ano também não sofrendo alteração, a 3,30 reais. Já para os preços administrados, os economistas elevaram a projeção de alta em 2016 a 5,60 por cento, ante 5,50 por cento anteriormente.

Em relação à atividade econômica, os especialistas veem agora contração de 1,03 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Na semana passada, a estimativa era de recuo de 1,01 por cento.

De acordo com o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do BC, a atividade econômica brasileira avançou 0,36 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, um resultado melhor que o esperado mas que não indica um horizonte melhor para o crescimento do país daqui para frente na visão de economistas.

Para 2016, eles seguem enxergando expansão 1,00 por cento no PIB, repetindo percentual da semana anterior.

Diante de uma economia vacilante e com alto nível de inflação, os especialistas consultados no Focus também continuam vendo mais uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic, atualmente em 12,75 por cento, na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom).

Também permaneceu sem mudanças a perspectiva de que a taxa básica de juros será elevada ainda mais uma vez, em junho, em 0,25 ponto, sofrendo corte em novembro para encerrar este ano a 13,25 por cento.

Para 2016 a mediana das projeções aponta expectativa de que a Selic terminará a 11,50 por cento.

O Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, por sua vez, calcula a taxa de juros a 13,50 por cento em 2015 e a 12,00 por cento em 2016, projeções mantidas em relação à semana anterior.

Pecuária leiteira do Brasil e da Bolívia firma acordo inédito

Acordo assinado na Bolívia entre duas associações de criadores deve projetar o Brasil como grande exportador de tecnologia e de genética bovina leiteira para países da América Latina e da África. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e a Associação Boliviana dos Criadores de Zebu (Asocebu) assinaram no último domingo um termo de cooperação técnico-científica para transferência de tecnologia na área de melhoramento genético e de registro genealógico.

Assinou o termo o presidente da Girolando, Jônadan Ma, e o presidente da Asocebu, Erwin Rek. A oficialização da parceria ocorreu durante feira agropecuária no parque de exposições da Fiacruz, em Santa Cruz de La Sierra, e contou também com a presença dos representantes da Asocebu, o vice-presidente Eduardo Eguez, o diretor Javier Landivar, o diretor técnico Fernando Baldonar.

A próxima etapa da parceria será a capacitação dos técnicos bolivianos para o serviço de registro de animais e a aplicação das ferramentas do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). O treinamento será realizado no segundo semestre de 2015 e em duas etapas, sendo uma no Brasil e outra na Bolívia, com acompanhamento dos trabalhos por técnicos brasileiros.

Apenas os profissionais aprovados em teste serão habilitados para efetuar os registros na Bolívia. Em 2014, a associação brasileira realizou treinamento de 15 técnicos da Asocebu na Bolívia, com aulas sobre as características raciais dos animais Girolando.

A expectativa é de que o convênio possibilite a melhoria da qualidade genética do rebanho local, refletindo no crescimento da produção de leite boliviana. Além disso, é esperada uma expansão dos planteis de Girolando na Bolívia, que hoje são em menor número naquele país.

Para o Brasil, a medida representa a ampliação do mercado externo para a raça, que foi desenvolvida por criadores brasileiros por meio de cruzamento entre as raças Gir e Holandesa, a partir da década de 1940. Reconhecido oficialmente como raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde 1996, o Girolando é responsável por 80% da produção nacional de leite no Brasil.

“A meta é expandir esse termo de cooperação técnica para outros países interessados na genética da raça Girolando, tais como: Colômbia, Venezuela, Equador, República Dominicana, Costa Rica”, afirma Jônadan Ma, presidente da entidade brasileira, que atua como delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para execução do serviço de registro genealógico da raça e do programa de melhoramento genético.

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