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Exportações do agro fecham primeiro trimestre 8,9% menores

Da  Assessoria

Após resultados decepcionantes em janeiro e em fevereiro, março continuou no mesmo ritmo. As exportações do agro (US$ 7,88 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 7,97 bi), diminuíram 1,1%. Essa queda levou a um saldo na balança do agro de março de US$ 6,47 bi (1,2% menor).

O valor exportado acumulado no ano (US$ 18,4 bilhões) apresentou uma queda de 8,9% quando comparado (US$ 20,2 bilhões) com o primeiro trimestre de 2014. O saldo da balança foi positivo neste primeiro trimestre (US$ 14,6 bi), porém também apresentou queda de 8,8%. Se continuarmos nesse ritmo, fecharemos 2015 com um montante de apenas US$ 74 bi, uma cifra bem distante de nossa meta de US$ 100 bi.

Os demais produtos brasileiros fora do agro também tiveram uma queda de 5,8% nas exportações (US$ 9,7 bi em 2014, para US$ 9,1 bi em 2015), isso ajudou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a aumentar um pouco (em 2014 a participação era de 45,2%), e alcançar o patamar de 46,4% em relação às exportações totais do Brasil.

O saldo da balança comercial brasileira teve um desempenho positivo de US$ 0,5 bi. Já a balança acumulada no ano teve um grave déficit de US$ 5,6 bilhões. Mesmo em queda, mais uma vez o agro evitou um desastre ainda maior na economia brasileira. Caso não existissem as exportações do agro, a balança comercial teria um saldo negativo de US$ 20,1 bi.

Neste março, os dez campeões no aumento das exportações em relação a 2014 foram respectivamente: açúcar de cana em bruto (aumentou US$ 199,9 milhões em relação a março 2014), farelo de soja (US$ 182,5 mi), suco de laranja (US$ 133,9 mi), café verde (US$ 110,4 mi), celulose (US$ 108,4 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 34,5 mi), trigo (US$ 27,0 mi), carne bovina industrializada (US$ 20,5 mi), papel (US$ 17,4 mi) e madeira perfilada (US$ 16,5 mi). Estes dez juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 851,1 milhões nas exportações do agro em março.

Os dez principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: soja em grãos (queda de US$ 935,7 milhões), bovinos vivos (US$ 65,3 mi), óleo de soja em bruto (US$ 57,5 mi), carne bovina in natura (US$ 44,8 mi), carne de frango in natura (US$ 25,0 mi), açúcar refinado (US$ 23,4 mi), carne suína in natura (US$ 17,2 mi), cravo da índia (US$ 9,6 mi), outros couros e peles bovinas curtidos (US$ 7,9) e óleo de soja refinado (US$ 6,3 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 1,19 bilhão.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os dez principais países que mais cresceram suas importações foram: Coreia do Sul (US$ 114,1 milhões a mais que em março de 2014), Estados Unidos (US$ 98,7 mi), Indonésia (US$ 41,0 mi), Itália (US$ 76,7 mi), Reino Unido (US$ 51,7 mi), Bangladesh (US$ 51,7 mi), Bélgica (US$ 48,4 mi), Arábia Saudita (US$ 41,2 mi), Vietnã (US$ 34,3 mi) e Nigéria (US$ 33,0 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 634,1 milhões.

O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para China (US$ 683,0 milhões a menos que em março de 2014), Índia (US$ 109,1 mi), Emirados Árabes (US$ 47,8 mi), Alemanha (US$ 43,7 mi), Venezuela (US$ 38,9 mi), Cuba (US$ 26,9 mi), Síria (US$ 23,1 mi), Hong Kong (US$ 20,9 mi), Angola (US$ 20,9 mi) e Cingapura (US$ 16,7 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 1,03 bilhão nas exportações brasileiras em relação a março de 2014.

O ano de 2015 não começou bom para as exportações do agro. Tivemos dois messes de queda considerável nas exportações em relação a 2014, e em março esta tendência continuou. Tivemos, neste mês de março, a retomada das exportações de açúcar, bem como farelo de soja e suco de laranja. Por outro lado, a impressionante queda nas exportações de soja em grão (quase US$ 1 bi) e carnes (US$ 87 bi), puxaram para baixo as exportações.

Apesar de o desempenho relativamente mais fraco, continuamos garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e buscando garantir também um saldo positivo para a balança comercial do País. Talvez, a meta de US$ 100 bilhões não seja alcançada neste ano, mas seguiremos acompanhando já que teremos um dólar nos patamares R$ 3 a 3,20, quem sabe isso nos ajuda. (Por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki)

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